29/12/2008
De resto, com o aproximar do novo ano...
- Wegue, wegue
E agora com a versão do Rui Reininho da música das Doce "Bem Bom". Continuo a não gostar, mas já não mudo de estação e, tirando o refrão, até dou por mim a trauteá-la no carro. Se, daqui a uns dias, afirmar que gosto de uma música que anda para aí a passar do Tim, mato-me… ou dou autorização para que me matem.
O Programa do Aleixo, na Sic Radical e Ultimate Survival, no Discovery Channel, são as coqueluches da minha programação televisiva actual.
Há uma banda, que se chama João e a Sombra, que tem uma ou duas músicas engraçadas. São originais, o que, nos tempos que correm, já é muito bom. Para além disso, são bons músicos.
Mais uma guerra no Mundo. “Depois da operação, nenhum edifício do Hamas ficará em pé em Gaza”, dizem eles.
A inflação no Zimbabwe atingiu os 231 milhões por cento
(isto já não é notícia, é só... caricato!)
24/12/2008
Boas Festas
Mensagens de Natal escolhidas ao acaso de 2 amigas:
Exemplo 1: "Que este Natal nos traga momentos de paz e reflexão sobre o verdadeiro sentido desta quadra natalícia. Feliz Natal e um 2009 cheio de momentos de alegria! Beijinhos :) [nome do remetente]"
Exemplo 2: "Vinicius de Morais disse um dia: "Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida! Mas é delicioso que saibam que os adoro, embora não declare e não os procure sempre! FELIZ NATAL e BOAS FESTAS. Beijinhos.
Mensagens de Natal escolhidas ao acaso de 2 amigos:
Exemplo 1: "Bom Natal Tartaruga... e Aquelas entradas!!!!!!!!"
Exemplo2: "Boas festas canguru... Para ti e para a tua família"
P.S. - Na realidade, aquela do Vinicius foi mandada por um homem, mas como é visível nos beijinhos que mandou no fim, pontuando o tom do resto da mensagem, foi uma mensagem reencaminhada de uma menina.
P.S. 2 - Em relação aos homens, houve mais do género. "Animalito", "Preto", "rinoceronte branco" - este porque foi o que eu chamei a um amigo que respondeu dizendo: "igualmente", logo, chamando-me assim o que eu lhe chamara, todos substantivos catitas que substituiram, neste dia de amor e fraternidade, o meu nome.
P.S. 3 - Resta dizer que gostei de todas as que recebi.
21/12/2008
Será por amor
Estava sentado com dois amigos numa mesa de um café e apenas duas pessoas partilhavam o mesmo espaço. Uma dessas pessoas estava atrás do balcão, o que a torna dispensável para a história - habituados a tudo, não ligam a nada, espera-se até que assim seja -, a outra era uma rapariga, provavelmente da mesma idade que nós.
Uma garrafa de água das pedras, um café e um cigarro. Nada mais. Tão normal que pouca atenção lhe dispensámos. Foi apenas quando as lágrimas começaram a verter que algo em nós mudou. Aquela rapariga deixara de ser uma rapariga normal para passar a ser uma rapariga com história. Sorrateiramente, olhámos para ela com atenção, um à vez para que não se notasse muito. Nenhum de nós entendia como uma rapariga tão bonita podia estar a chorar.
É o amor!
Pensamos (penso) sempre que quando alguém chora o faz por amor.
Problemas familiares resolvem-se em casa, com o resto da família (principalmente quando alguém morre), e doenças é com os amigos, do género "tenho cancro, vamos curtir ao máximo a vida". Toda a gente sabe disto.
Apenas o amor chama a solidão e isso acontece porque ninguém consegue perceber aquilo que sentimos - é isso que também pensamos sempre.
Pensamos muito, nós.
Seria, então, amor.
E uma necessidade cresceu dentro de mim, que me fazia pedir-lhe para se juntar a nós, no mínimo perguntar-lhe se estava tudo bem ou se precisava de alguma coisa. Foi essa vontade que partilhei com os outros dois, foi isso que eles, prontamente, me aconselharam a fazer, mas não foi isso que eu fiz. Porquê?
Porque tive medo.
Do quê?
Não sei. E já na altura não sabia.
Mas é um medo que nos acompanha a todos e com o qual não conseguimos lidar, porque apesar de todos procurarmos companhia, achamos sempre que os outros não vão querer a nossa. Não há razão, já o escrevera whitman*.
Sei que eu estava feliz. Já passou um ano e sei que estava feliz. E sei-o porque ela chorava. É sempre mais fácil vivermos a nossa felicidade perante a infelicidade dos outros.
* To you, de walt Whitman, lido aqui
(João Freire)
18/12/2008
28
"É curioso como, sendo diferentes, temos coisas idênticas.
(..) A gaita é que eu sou desbocado e tu não, vivo nas nuvens e tu só às vezes (...)
és o meu irmão João. Aquele a quem me une um silencioso princípio de vasos comunicantes. E com que alegria repito isto dentro de mim: o meu irmão João. O meu irmão João para sempre."
(in O meu irmão João, Crónica de António Lobo Antunes, Visão de 15 de Setembro de 2008)
Parabéns mano :)
Há uns anos atrás presenteei-te com um cd destes senhores. Como gostaste e continuaste a querer mais... e por saber que é uma das tuas bandas preferidas, deixo-te uma música.
beijo.
(chega de prendas, ou queres mais alguma? :P)
15/12/2008
Bush
E, ao que consta, atribuiram uma medalha ao jornalista
14/12/2008
Fantasticable. o vídeo
Dá para ver em melhor qualidade (opção que se pode activar no cantinho esquerdo imediatamente abaixo da janela do vídeo na página do youtube), algo que se recomenda.
11/12/2008
Crónica sei lá sobre o quê
– Assine aqui
garatujo a hora, garatujo o nome, carregam no botão do elevador, somem-se e eu com aquilo nos braços. Vou deixando os ramos não importa onde: não há esquife aqui, não os posso encostar ao defunto. A voz da minha mãe ao telefone, a gritar como sempre. Coitada, tem passado algumas aflições com os filhos. Olho para ela e vem-me à ideia que a velhice depena as pessoas, tira-lhes bocados, às vezes dá-
-me a impressão que à minha mãe falta um pedaço da crista quando a vejo sentar-se à mesa ou que o tempo, como uma borracha, lhe apagou parte das feições, quebrou um bocadinho a voz, poliu os dedos que se tornaram sedosos, frágeis. Ali está ela a olhar para dentro, por vezes numa espécie de sorriso, quer dizer não é a boca que sorri, o sorriso à frente da boca, a flutuar sozinho. Eu na outra ponta da mesa, no lugar do meu pai a pensar
– Como é que o garfo vai atravessar o sorriso?
com medo que o garfo o leve para o prato e não leva, o sorriso continua intacto, perfeito, e é por baixo dele que a minha mãe mastiga. Chama-se Margarida. Em criança julgava que as pessoas, à medida que o tempo ia correndo, mudavam de nome. Por exemplo Rita assenta bem numa rapariga, não assenta tão bem numa senhora de idade e então trocavam o Rita por Clotilde ou Leopoldina, por exemplo Joana não calha numa ruiva e então muda-se para Beatriz e ao começar a fazer madeixas recupera o Rita, por exemplo Hermes desafina num bébé de maneira que fica à espera que o bébé tenha cinquenta anos e entretanto dizemos Pedro, mas a minha mãe foi Margarida sempre e não a concebo Fortunata nem Elisa nem Cátia embora para mim fosse
– Mãe
e estava encerrada a questão. E lá vai o garfo sem amolgar o sorriso. A única pessoa que não usava o
– Mãe
era o meu pai e as empregadas não
– Mãe
nem
– Margarida
as empregadas
– Senhora
o que me parecia um pleonasmo, como pôr ketchup em cima das rodelas de tomate. Os meus colegas de escola davam igualmente
– Mãe
às mães deles, o que eu achava estranho até perceber que
– Mãe
era o nome mais vulgar em Portugal. Curto, rápido, preciso e fácil de gritar durante o horrível suplício do corte das unhas, sobretudo o mindinho que uma tesoura feroz atacava magoando-me sempre, ou então era o medo que me magoasse que me magoava. Horas tremendas
– Que horror essas unhas
ordens horríveis
– Chega-te mais para a luz
conselhos tenebrosos
– Não te mexas agora
e isso, o arrancar dos pontos pretos com o aviso
– Está quase
seguido da exibição de uma coisa microscópica na ponta do indicador, sem mencionar a sopa
(– Quem não tem fome de sopa não tem fome de doce)
e a lavagem dos dentes, constituíram os suplícios cardinais da minha infância. Entretanto acho que me desviei do princípio desta crónica, ou seja de ficar sempre espantado com a vida das pessoas, os seus desejos, as suas ambições, os seus medos, as suas minúsculas querelas. E as folhas das jarras a desprenderem-se dos caules. Se me deitasse no chão da sala acabavam por cobrir-me por inteiro e eu debaixo delas dando pela empregada a abrir a porta, a olhar para aquilo e a varrer-nos na direcção da pá: lá vou eu para o contentor dentro de um saco plástico, cheio de perfumes moribundos como os das tias-avós, rodeadas de essências vagas e tristes. Claro que se eu chamar a dona Olívia não liga: não acredita que as plantas falem e para o caso de se atreverem a falar nada melhor do que empurrá-las com força para o fundo. O que os outros se agitam, tanta pressa sempre, e eu quieto.
Sou um narciso, uma begónia, uma túlipa, ou antes restos de narcisos, de begónias, de túlipas, tão doces, tão pálidas. Mas não terei olhos ocos nem aflitos, apenas um caule tranquilo e por cima sacos plásticos dos vizinhos. Hoje voltei para casa, a seguir ao jantar, atrás de um bêbado.
Ia de um lado ao outro do passeio,
majestoso, lento. A certa altura parou a fazer chichi contra uma parede, um chichi interminável, uma abundância de fonte. Lembrei-me do bêbado de Pedro Páramo
– Ai vida não me mereces
e de caminho dei-lhe uma palmada no ombro que por pouco não o fez desmoronar-se, caindo tijolo a tijolo na rua mal iluminada, com grandes manchas de sombra que afogavam os automóveis estacionados, os prédios. Jantei sozinho num restaurantezito onde uma rapariga de cabelo pintado de loiro jantava sozinha. Ao levantar-me tinha saído.
Para onde? O que fará agora?
Sentada diante da televisão, com uma revista esquecida nos joelhos? A ler? À espera de um telefonema que não chega? Na janela em frente dois homens penduram um quadro na parede, afastam-se a observar o efeito, endireitam-se. Vinte e três horas e vinte e três minutos, vinte e três horas e vinte e quatro minutos. Hoje de manhã a televisão holandesa a entrevistar-me: deve ser uma estucha para os jornalistas porque não falo da minha vida e muito menos dos meus livros, eles que se defendam sozinhos. A certa altura silêncio e a produtora a perguntar-me o que pensava eu. Não respondi. Para quê?
É que se respondesse dizia-lhe que não pensava em nada, pensava no vácuo.
(António Lobo Antunes, Crónica da Visão de 23 de Outubro de 2008)
09/12/2008
Fantasticable
06/12/2008
gamepro - 5 out of 5
ign - 9.3 out of 10
playstation the official magazine - 4.5 out of 5
e acerca do que se "estrelou":
e ainda,
(quando vi este segundo vídeo, e apesar de ter ficado também com pele de galinha, pensei: "mas que raio fizeram aos gráficos?!"... depois inspirei, contei até 3, expirei, e porque estava demasiado curiosa para ver o modo de jogo, vi isto...
... e pensei mais uma vez: "Fdx, isto está lindo e o BD look até é na boa!")
"The magic is what makes Prince of Persia all worth it. The world, both in its destroyed mode and its rejuvenated one is just… amazing. You’ve never seen anything this striking in a videogame, ever. Artistically and design-wise it will continue to floor you as the game progresses." (ign, team xbox reviews)
Parvoices
(António Lobo Antunes in Crónica Com Um Sorriso, Visão 6 de Dezembro de 2008)
05/12/2008
Política de bigode
*A política de que se fala no texto não é a grande política, a filosofia política propriamente dita (antes fosse!), mas será a politiquice, numa definição mais pejorativa, logo, mais correcta.
**Recordo-me de alguém me dizer: "nunca confies numa pessoa de bigode", do latim Non confiare bigodum (?). Foi um conselho de alguém ou ouvi em qualquer lado, mas marcou-me e ficou para sempre, daí falar com alguma desconfiança do senhor Mário Nogueira, de quem não tenho a mínima razão de queixa, a não ser, lá está, essa desconfiança. A parte do Latim é treta, mas, no entanto, se querem latim e conjunto capilar facial, fica esta: Barba non facit philosophum***
*** Deve ser o primeiro texto no qual um asterisco tem o seu próprio asterisco, mas urge referir que tal necessidade por línguas mortas se deve à inveja pessoal. João Freire, Desde 1980 a copiar a mana, que também pôs no seu blogue uma expressão em latim no fim do texto de 29 de Novembro
(João Freire)
03/12/2008
28/11/2008
Ai a memória...
(Gordon Brown)
Fala a Loucura:
"O fim da blogosfera", mas o que é isto?! Nem no meu dicionário online nem no meu corrector ortográfico do blog a palavra "blogosfera" aparece! Sendo assim, como pode acabar algo que nem sequer existe?! (Ah! Valha-nos a Wikipédia) Então existe e não é coisa pequena para vir um iluminado qualquer dizer que está para acabar, pois assim lhe foi dito conforme as escrituras.
Lembro-me do "Elogio da Loucura" do Erasmo de Roterdão, um livrinho pequeno, coberto de sátira, e que aconselho a todos aqueles que ainda se consideram espantados de existir :)
Deixo o final do ensaio, que me parece demasiado actual e propositado:
AVISO PARA QUEM AINDA NÃO LEU: CONTÉM SPOILERS!
"Acontece que voltam os seus sentimentos? Protestam que positivamente não sabem de onde vêm nem se existem somente na alma ou também no corpo, nem se estarão acordados ou dormindo. E de tudo depois que viram, ouviram, disseram, ou não se recordam ou fazem uma ideia tão confusa como se tivessem sonhado. Só sabem de uma coisa: que se acham felicíssimos no seu delírio. Eis porque sofrem a convalescença do cérebro e tudo sacrificariam de bom grado para serem perpetuamente loucos nessas condições. No entanto, toda essa felicidade não passa de uma tenuíssima migalha da mesa celeste: imaginai, agora, o que não será o eterno banquete!
Mas parece que, sem refletir no que sou, vou ultrapassando há bastante tempo todos os limites. Por conseguinte, se tagarelei demais e com demasiada ousadia, lembrai-vos de que sou mulher e sou a Loucura. Ao mesmo tempo, porém, não vos esqueçais deste antigo provérbio dos gregos: Muitas vezes, também o homem louco fala judiciosamente. A não ser que pretendais que, nesse provérbio, não estejam incluídas as mulheres, pois eu disse homem e não mulher.
Esperais um epílogo do que vos disse até agora? Estou lendo isso em vossas fisionomias. Mas, sois verdadeiramente tolos se imaginais que eu tenha podido reter de memória toda essa mistura de palavras que vos impingi. Em lugar de um epílogo quero oferecer-vos duas sentenças. A primeira, antiquíssima, é esta: Eu jamais desejaria beber com um homem que se lembrasse de tudo. E a segunda, nova, é a seguinte: Odeio o ouvinte de boa memória. E, por isso, sede sãos, aplaudi, vivei, bebei, oh celebérrimos iniciados nos mistérios da Loucura."
27/11/2008
Excerto de um livro que era para ser
O meu doce lado amargoA sua moral é, para além de conveniente, conivente. A minha, para além de tudo isso, também é inconveniente… com ela. Quem ganha? Ninguém. Quem perde? Os dois e nada do que possamos dizer consegue ultrapassar a inevitabilidade da nossa incompatibilidade. Há coisas assim. Amizade, amor, negação, raiva, indiferença, maldade, parvoíce, felicidade, tristeza… Tudo. Nunca admitiremos o mal que fizemos um ao outro. Culpo-a por não compreender que uma luta só é justa entre iguais. Culpo-me por nunca ter conseguido chegar até ela. Fica a culpa, penosamente.
(João Freire, 2007)
Reaproveitado para o desafio de Dezembro da Fábrica de Letras, subordinado ao tema "Indiferença".
23/11/2008
Carlos do Carmo
Um homem na cidade
Estrela da tarde
(com a participação especial de Ary dos Santos)
22/11/2008
A voz que ouço
Não sentes que ainda tens de corrigir alguma coisa?
Mais legumes, menos carne, mais desporto… menos um café por dia! É certo que já aprendeste muito, acredito mesmo que estejas quase lá, mas a verdade é que ainda cometes muitos erros, alguns dos quais nem hesitas em repetir, provando que não aprendeste a lição.
Sabes perfeitamente do que falo, até tens uma lista e tudo!
O presente não se vive no passado e o medo do passado é o mais irracional de todos. De que adianta pensar que vai ser igual, que alguém – ou mesmo tu – vai falhar? É preciso um percurso, uma síntese do que foi feito, mas analisar, esquecer, perdoar, pedir desculpa, amar, compreender… são os verbos mais importantes que tens de estudar exaustivamente. Sim, uma alimentação correcta também é imprescindível. Ah! E estimar os joelhos e as costas, porque são os primeiros a ir à vida.
Vá! Diz comigo: “eu compreendo, tu compreendes, ele compreende”! Isso mesmo.
O meu paternalismo é brincadeira de amigo, daquela que não é para levar a mal, mas é mesmo assim. Só assim podes crescer. Só assim chegas lá.
De resto, tem calma, não te precipites e…
É melhor não dizer tudo, sinto que não devo revelar mais. Estragaria a emoção da viagem. E a viagem é tudo!
...É esta voz que ouço frequentemente que me engana. E engana-me porque eu sei que ela não me é fiel e que diz isto a toda a gente, mesmo àqueles que nunca chegaram lá!
(João Freire)
21/11/2008
18/11/2008
A vergonha de não ter vergonha na cara
Manuel Sebastião viria mais tarde a adquirir um apartamento nesse prédio, entretanto remodelado.
Em Março deste ano, o ministro da Economia Manuel Pinho nomeou Manuel Sebastião presidente da Autoridade da Concorrência. A lei exige que a Autoridade da Concorrência seja um "regulador independente". A possibilidade de ela entrar em conflito com o Governo é elevada, sendo no mínimo discutível que um ministro nomeie um amigo pessoal - e seu inquilino - para desempenhar tal cargo. Certamente por achar que não havia nada para esclarecer neste caso, o Partido Socialista chumbou, na sexta-feira, a audição a Manuel Pinho e Manuel Sebastião no Parlamento, pedida pelo CDS-PP.
Estes são os factos. Confrontado com eles, o que é que o primeiro-ministro de Portugal decidiu comunicar ao País? Que não encontra no que foi publicado "nada que seja contra a lei". O que até é bem capaz de ser mentira, mas admitamos que possa ser verdade. Só que José Sócrates não ficou por aí. E acrescentou também não ter encontrado "nada que seja criticável do ponto de vista ético". Ora, isto são declarações absolutamente vergonhosas, e só mesmo por vivermos num país onde a mentira na política é aceite com uma espantosa tolerância é que um primeiro-ministro pode dizer uma barbaridade destas e sair de mansinho.
Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso. Afinal, também no caso da sua licenciatura o primeiro-ministro não viu nada de eticamente duvidoso nem de moralmente reprovável. Ora, o que me faz impressão não é que esta gente que manda em nós atraia a trafulhice como o pólen atrai as abelhas - isso faz parte da natureza humana e é potenciado por quem frequenta os corredores do poder. O que me faz impressão é o desplante com que se é apanhado com a boca na botija e se finge que se andava só à procura das hermesetas. É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida. Nesta triste terra, parece não haver limites para a falta de vergonha.
João Miguel Tavares in Diário de Notícias Online
16/11/2008
Opções
1ª - Chegar ao pé do carro do outro senhor e simplesmente retirar os pratos do carro dele, dirigir-me ao meu e colocar os pratos no meu carro.
(Nesta primeira ideia, imaginava gente ao meu lado, até mesmo o dito senhor, berrando ou gesticulando perante a minha despreocupação)
2ª - Cagar à porta de casa dele.
(É uma ideia habitual em quesílias, no entanto é também habitualmente infrutífera, é uma ideia que apenas faz sentir bem, estimulando o ego… e o esfíncter)
3ª - Deixar passar… ou quase! E mandar cartas insultuosas durante o tempo que ele levasse a devolver os pratos ou a morrer. Esta ideia era acompanhada de telefonemas às 3 e 4 da manhã, desligando antes que alguém atendesse ou deixando apenas que se ouvisse um intenso e assustador bafo de respiração; assim como o inevitável toque da campainha de casa às mesmas horas.
4ª - Por último, pensei em ir comprar um coelho pronto a cozinhar – quanto mais ensanguentado melhor – e deixá-lo pendurado na porta do senhor com uma faca de mato e um papel no qual se poderia ler: “Isto é o que lhe pode acontecer a si, à sua mulher ou aos seus filhos se não devolver os pratos!”
Claro que quando cheguei a casa e me dirigi ao carro vi que já estava tudo no seu devido lugar. Ao que parece, entre a hora que a minha mãe viu o carro e as horas a que eu cheguei perto dele, o homem terá pensado duas vezes – até porque sabia que eu o tinha visto – e devolveu o que roubara. As ideias ficaram apenas na minha cabeça. E depois não consegui deixar de pensar qual teria adoptado?
(João Freire)
12/11/2008
Lutar ou não lutar?
Dizem que é do William Shakespeare
Mafalda Veiga - A Gente Vai Continuar (Versão de uma canção do Jorge Palma, com o próprio a tocar piano)
Ela no palco, ele em casa.
Gosto dela, até já a fui ver ao vivo e não fossem as más companhias dela gostaria mais. Tem aquilo a que se convencionou chamar uma cara fofinha.
P.S. - Sim, o público bate palmas (esse mau hábito dos públicos) durante uma canção que assinala o fim triste de uma relação e a tentativa de seguir em frente após esse fim. Sem dúvida que as palmas ajudarão nisso! Enfim. Acho que não se devem bater palmas (como forma de acompanhamento) a não ser que as peçam, mas, caso tenham de bater, ao menos que o façam numa canção alegre.
Finalmente o desafio
Nota: Sou o da direita
2 - Escolher uma banda ou um cantor
Pearl Jam
3- Responder a algumas perguntas com títulos de músicas:
a) És homem ou mulher?
Just a man
b) Descreve-te.
Passenger
c) O que as pessoas acham de ti?
Dear John
Nota: no vídeo da canção, ela esquece-se e inventa algumas partes da letra. Essa parvoíce também faz parte da representação que os outros têm de mim.
d) Como descreves o teu último relacionamento.
A gente vai continuar
e) Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado/companheiro ou parceiro ou whatever.
Confortably numb
f) Onde querias estar agora?
Estou além
g) O que pensas a respeito do amor?
Wonderful tonight
h) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
What the world needs now
4- Por fim cabe-me desafiar quatro pessoas:
CCCP... agora tem de ser!
É só um? Nunca fui bom a matemática, nem gosto de a:busar das pessoas.
08/11/2008
06/11/2008
Lisboa limpa?
"Há quem diga que nasceu nas antigas urbes romanas, outros encontram no antigo Egipto a génese do graffiti. Mas desde a pré-história que os homens escrevem nas paredes. Nos anos 70 «ele» renasce nos Estados Unidos, em Nova Iorque. Renasce e evolui, criando uma cultura própria, associada a outras áreas como, por exemplo, a música.
Os primeiros desenhos, ainda na década de 60, tiveram conotações políticas e chegaram a servir para definir o território de gangs. No entanto, a evolução trouxe novos sentidos, novos desenhos, novas mensagens.
«TOPCAT 126» é considerado um dos pais do graffiti em Nova Iorque e os seus primeiros trabalhos datam de 1969. Ao lado de «Julio 204» and «TAKI 183» lançaram a tinta. Como ignorar as carruagens e metros pintados de Nova Iorque nos primórdios do graffiti? Serviam para chegar mais longe e à maior quantidade possível de pessoas.
Nascido na rua
Renascido na «cultura de rua» o graffiti era uma de muitas expressões para quem vivia e comunicava na rua. Na maioria, comunidades pobres e excluídas socialmente. Hoje em dia, o fenómeno permanece exclusivamente urbano.
Ao contrário do que muitos pensam esta comunidade tem regras, que apesar de não estarem escritas são passadas entre gerações, e definem como e onde pintar. É consensual que há locais proibidos como, por exemplo, os monumentos ou outros desenhos.
O graffiti é praticado por «writers» (escritores) e cada um tem a sua própria «tag» (assinatura), que o distingue dos outros artistas. Todavia, também se agrupam em «crews» (equipas) para pintarem. Quando nasceu, o graffiti não era garffiti, os artistas perguntavam entre eles «let`s write something tonight?» (vamos escrever alguma coisa esta noite?). Mais tarde será o jornal New York Times a «inventar» a palavra graffiti que perdura até hoje.
Em Portugal, o «boom» do graffiti deu-se na década de 90. O mural das Amoreiras é, de certa forma, o símbolo do graffiti de Lisboa. Actualmente, encontramos várias formas de expressão dentro dos graffitis: tags; throw ups; hall of fame; crews; stencil e stickers.
Sobretudo jovens
Ainda considerada uma prática ilegal, o graffiti começa finalmente a ser aceite em alguns locais pré-determinados. Mas é o lado ilegal que ainda atrai os mais jovens às paredes. Têm tempo livre, podem pintar à noite e se forem apanhados, as consequências legais não são muito complicadas para os menores de idade.
Há cada vez mais zonas na capital salpicadas de cor. Mas outras cidades nacionais juntam-se a Lisboa como, por exemplo, Caldas da Rainha, Porto ou Almada.
O fenómeno vivido à escala mundial já teve direito a vários livros dedicados exclusivamente ao graffiti. Os melhores desenhos de Nova Iorque, Londres, Barcelona ou Berlim estão espalhados nas melhores livrarias, o que de alguma forma lhes concede um estatuto de arte.
Mas a opinião não é unânime. E, até entre os apaixonados pelo graffiti, há quem reconheça que alguns só «sujam» paredes. Falta «arte» em muitos rabiscos, riscos e nomes."
(se na altura tivesse o meu tlm teria tirado uma foto para a enviar ao maluco que decidiu limpar o que não está sujo)
ps: é claro que há graffitis e graffitis. Tags e tags. E como em tudo, há que separar o trigo do joio.
05/11/2008
Forty Acres
Out of the turmoil emerges one emblem, an engraving
an emblem of impossible prophecy, a crowd
dividing like the furrow which a mule has ploughed,
parting for their president: a field of snow-fleckedcotton
forty acres wide, of crows with predictable omens
that the young ploughman ignores for his unforgotten
cotton-haired ancestors, while lined on one branch,
is a tense court of bespectacled owls and, on the field's
receding rim a gesticulating scarecrow stamping with rage at him.
The small plough continues on this lined page
beyond the moaning ground, the lynching tree, the tornado's
black vengeance, and the young ploughman feels the change in his veins,
heart, muscles, tendons, till the land lies open like a flag as dawn's sure
light streaks the field and furrows wait for the sower.
(poema para Barack Obama pelo Nobel da Literatura Derek Walcott no Times online)
Para fora do tumulto emerge um emblema, uma gravura
um jovem Negro ao amanhecer de chapéu de palha e jardineiras,
um emblema profético impossível, uma multidão dividida
como o sulco que uma mula lavrou,
fazendo nascer o seu presidente: um campo de neve-pontilhado de algodão
numa extensão de quarenta hectares, de corvos com presságios previsíveis
que o lavrador jovem ignora para os seus inesquecíveis
antepassados de cabelo de algodão, enquanto que alinhada num ramo,
está uma tensa corte de corujas de óculos e,
na borda do campo um espantalho gesticula revelando-lhe a sua raiva.
O arado pequeno continua nesta página pautada
para lá da terra que geme, a árvore cortada, vingança negra
do tornado, e o jovem lavrador sente a mudança nas suas veias,
coração, músculos, tendões, até que a terra se abre como uma bandeira
como a luz do amanhecer que toca no campo e os sulcos esperam pelo semeador.
Cordeiro com Cabeça de Leão
(Daniel Defoe)
04/11/2008
O efeito Bradley
Hoje não se vai verificar isso... muito! Ainda vai verificar-se, mas o candidato democrata Barack Husein Obama vai vencer porque, apesar de tudo, os Estados Unidos da América estão menos racistas e parolos e os Estados que ainda não deixaram de o ser (nem tão pouco se prevê que o deixem de ser) votam sempre nos republicanos, o que não causará grande impacto, por isso...
Agora, o que é capaz de acontecer é que alguém o mate, e quando digo isto não falo de terroristas ou estrangeiros que se sintam ameaçados por ele, mas sim aqueles parolos e racistas norte-americanos que abundam e que têm acesso facilitado a armas. Também não digo que seja já, mas que o vão matar, ou pelo menos tentar frequentemente, não duvido.
O mundo ficará melhor depois destas eleições... ficará melhor obrigatoriamente porque George Bush vai sair e só pode ficar melhor depois dele, mesmo que seja com o John Mccain (senhor de uma história de vida formidável). Mas o resultado está feito, penso eu, e está muito bem.
(João Freire)
02/11/2008
Sobre os filmes de Domingo
Sendo assim, num dia em que muitas tretas passaram pela minha cabeça, fica aqui mais uma remessa delas, no embrulho pseudo-intelectual do costume, sobre os filmes de domingo.
Pensava o João:
Na vida real é mais difícil. Na vida real não só somos magoados como magoamos e não há final feliz que mitigue o sofrimento causado ao longo dos tempos. Experimentamos a nossa felicidade nos outros e apesar do nosso altruísmo, pensamos sempre e em primeiro lugar em nós. Admiro quem esquece, admiro quem ultrapassa os obstáculos que se vão colocando à frente sem olhar para trás – alguns nem sequer olham para o lado –, admiro também quem se conforma ou acerta à primeira e não precisa de tentar de novo, de destruir para construir, e admiro quem não chora. Cada vez estou mais convencido da nossa igualdade enquanto seres humanos e na nossa incapacidade em lidarmos com alguém para além da imagem deturpada que vemos no espelho. A comunicação, nomeadamente a que envolve formas de linguagem mais elaboradas como a fala e a escrita, é a maior conquista da espécie humana e poucos tendem a dar-lhe essa importância, embarcando por vezes em gritos mudos, amuos, zangas incompreensíveis por falhas que só nós vemos nos outros e depois, quando nos perguntam o que foi, o que se passou para estarmos assim, apenas respondemos um “nada”, como se fosse obrigatório compreender a evolução da nossa disposição. O que se segue é o ataque, uma resposta real a factos fictícios e é assim em todo o lado com toda a gente. É assim que nascem as discussões de namorados e as guerras entre estados.
Temos de apostar na sinceridade, na capacidade de pedirmos desculpa e aceitarmos os outros, enfim, num ecumenismo social trazido às relações humanas assente na aceitação e compreensão.
(João Freire)
31/10/2008
Justificações
(Provérbio árabe)
30/10/2008
Hospedeira de Bordo
Este post é dedicado a um Comissário de Bordo da Emirates que também se farta de saltitar, tocar no carrinho e correr para a galley... "so busy!" AHAHAHA.
29/10/2008
Amor totó
(João Freire)
27/10/2008
Quase
Woody Allen
Acho que foi a coisa mais interessante que este gajo disse um dia. Mas, não está perfeita. E neste caso, neste caso Woddy, não me devias ter feito a desfeita, de me voltares a tentar enganar com as tuas merdas a atirar para o filosófico que à primeira vista até parecem verdades inquestionáveis. Então quando dizes, "Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila!", certamente SÓ pensaste no tamanho do bebé, depois feto e a seguir embrião e células, mas o que também deverias ter questionado e que acaba por igualmente ficar mais pequeno é o útero da mamã, ao qual tu chamas de "quarto/spa". Logo, o quarto não fica maior porque o espaço é "ajustado" proporcionalmente ao tamanho do feto. O quarto, é assim do mesmo tamanho para ele, desde bebé a óvulo, e toda esta frase, e infelizmente, todo este texto perde um pouco porque tu és, invariavelmente demasiado sexista.
26/10/2008
Tempo
"Era do Avô [o relógio] e, ao dar-mo, meu pai disse: – Quentin, dou-te o mausoléu de toda a esperança e de todo o desejo. É mais do que penosamente provável que o uses para obter o 'reductio absurdum' de toda a experiência humana, e que descubras que as tuas necessidades individuais não serão mais satisfeitas do que foram as suas ou as do seu pai. Dou-to não para que te lembres do tempo, mas para que o possas esquecer de vez em quando por momentos, e para evitar que gastes o fôlego a tentar conquistá-lo. Porque as batalhas nunca se ganham. Nem sequer são travadas. O campo de batalha só revela ao homem a sua própria loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão de filósofos e loucos."
in O som e a fúria, de William Faulkner
25/10/2008
Rob D. - Clubbed to Death
(Faz parte da O.S.T do filme The Matrix, dei-lhe alguma atenção, só quando a ouvi
aqui, mas depois de ver este vídeoclip, com o Rob, que corre sabe-se lá para que braços, sabe-se lá porque motivo e que é tão meio ukra, tão meio irish, tão maxilares delineados e olhar carregado... É. Acho que vou passar a ver e ouvi-la mais por aqui. Pena não estar completa e ser só um edit com menos 4 minutos de correria subversiva. :D)
24/10/2008
Auto da Humidade
Entram nela estas figuras:
Luísa - A bipolar
Mónica - A querida
Té - A vizinha
Sónia - A miúda
Dina - A filha
Deolinda - A inchada
Helena - A bimba
Magda - A síndroma de tourette
Carmen - A sensata
Cátia - A adolescente
Antónia - A anã muda
Elisa - A desonesta
Lurdes - A justa
Parque de estacionamento da Empresa Humidade. Manhã.
Todas com excepção da Antónia - Bom dia!
Antónia acena com a sua mãozinha.
Sónia - Opá... os meus pais descobriram que fumo e querem levar-me à igreja para ser benzida!
Luísa - A sério? Mas porquê?
Sónia - Porque enquanto viver com eles, tenho que seguir as suas regras. Senão põem-me fora de casa. E eu tenho 18 anos. Não posso ir viver com o meu namorado.
Cátia - A minha mãe não me diz nada a esse respeito. É claro que se importa com isso, mas se sou eu que compro o meu tabaco e se sou eu que o fumo, desde que não fume ao pé dela e em casa, é na boa.
Sónia - Pois. Mas os meus pais são uma seca. Têm uma mente que parou de se desenvolver há 1500 anos.
Todas com excepção da Antónia - Ahahaha
Antónia sorri.
Luísa - Meninas, então! Trabalhar, trabalhar!
Elisa está na Sala dos Favos de Mel com Lurdes.
Elisa - Estou tão cansada. Estou de directa. Ontem fui a um concerto de hard-rock e cheguei a casa por volta das 6h. E dói-me a cabeça...
Lurdes - Ena! (mantém-se ocupada com o favo de mel, que desloca de um lado para o outro para ver a consistência do pólen)
Elisa - Não gosto nada como a Helena deixou a sala dos Favos.
Lurdes - Nem eu. (etiquetando com o seu nome a colecção de favos manuseados por ela)
Elisa - Está tudo sujo de mel, as ventoinhas estavam desligadas, as luvas usadas foram deixadas em cima das bancadas e as persianas que comprou não deixam entrar luz nenhuma. Deveria ter aberto as janelas quando saiu... estou tão cansada...
Lurdes - A Helena é uma bimba que não sabe mais. Estas bancadas que comprou no Ikea são tudo menos práticas. Sempre que cá vem, deixa isto feito em merda.
Toca o telefone. E Elisa que tinha ainda as mãos desocupadas, atende-o, soltando um "Ai" antes de levantar o auscultador.
Na secção de compotas e outros doces, Cátia e Té ajudam-se mutuamente.
Té - Esta compota com cerejas da Cova da Beira, está a vender bem. Hoje já telefonaram 1500 vezes para encomendar mais.
Cátia - Ya! Também eu falei com 1200 compradores novos. Passas-me o tabuleiro?
Té - Toma.
Cátia - Obrigada.
Mónica - Bom dia meninas!
Té e Cátia - Bom dia.
Mónica - Já atenderam muitos telefonemas?
Cátia - Telefonemas e visitas. Muitas vendas vamos fazer hoje.
Mónica - Que bom! Assim é que é!
Na recepção.
Carmen, Antónia, Dina e Magda, arrumam o escritório e o balcão de atendimento ao público.
Dina - Hoje a minha mãe vai passar por cá para levar uns doces.
Carmen - Ai sim? Que bom... amanhã vais tomar um pequeno-almoço de luxo.
Dina - Sim.
Carmen - São uma delícia.
Magda entretida com os mails de clientes, solta um "Porra"
Carmen - Então rapariga?!
Magda - Foda-se! Esta merda está lenta! Porra.
Luísa, que entretanto entrou - Ó menina Magda, tens que ter mais tento na língua. Nunca se sabe quando algum cliente pode entrar. Controla-te. Eheheh..
Magda - Sim. Desculpa.
Antónia sorri.
Mónica e Luisa encontram-se no escritório. Falam de Deolinda.
Luísa - Mas ó Mónica, a Deolinda está de baixa porque foi picada por 250 abelhas. Ainda por cima é alérgica à penicilina. Temos que esperar que ela recupere. Bem sei que ela aqui é a nossa Faz-tudo...
Mónica - Precisamos de contratar mais pessoal qualificado. E comprar mais fatos.
Luísa - Também acho. Mas os chefes preferem que aguardemos mais uma ou duas semanas.
Mónica - Mas eu tenho as miúdas todas ocupadas. Não lhes posso pedir mais horas e está a chegar o Natal. Tu sabes que nesta altura toda a gente se lembra dos doces.
Luísa - Ordens superiores minha cara. Não podemos fazer nada. Mas os fatos e máscaras para a sala dos favos de mel têm que ser comprados. E luvas também.
Mónica - Sim.
Luisa - Pois... não sei...
Mónica - Hum?
Luísa - Que foi?
Entretanto numa das casas-de-banho da Empresa.
Sónia - Fofinho? Olha vou sair um pouco mais tarde porque chegaram imensas paletes do Fundão e só hoje temos que conseguir 1500 compotas de framboesas.
Não me posso demorar porque as chefes podem descobrir que estou a telefonar-te daqui. Beijinhus.
Sala dos favos de mel.
Elisa - Fiz agora um comprador de mel na Holanda. O gajo diz que tem uma empresa de catering e que precisa de mel todos os meses.
Lurdes - Que bom...
Elisa - Enquanto estás aí a virar os favos, vou contar à Mónica e à Luísa. Elas vão-se passar.
Lurdes - Eheh... erm... Olha, traz-me umas luvas novas do laboratório se faz favor. Já não há nenhumas aqui.
Elisa - Está bem.
Epílogo:
Dina, Té e Cátia são excelentes vendedoras e são premiadas com o dobro do salário. Continuam na empresa durante as férias de verão.
Luísa e Mónica mantêm Deolinda na empresa apesar desta estar de baixa há quase 1 ano.
Magda tenta uma cura ao síndroma de Tourette nas Caldas da Rainha, durante duas semanas, mas depois de tantas piadas sobre os caralhos de loiça, tanto ela como o marido Rolando, pensam em emigrar para a Suíça e fazer muitos filhos loiros de olhos azuis.
Carmen sobe de posto e agora é encarregada do Laboratório. Nenhum doce, compota ou frasco de mel, sai da empresa sem antes levar o carimbo de qualidade, carimbado por ela.
Sónia sai de casa dos pais porque não quer ser benzida. Mora em Carcavelos com o namorado surfista num loft virado para a praia. Faz 19 anos em Agosto e pensa escrever um livro sobre as suas memórias.
Dina é contratada a full-time e consegue descobrir uma abelha num frasco de mel, só pelo cheiro.
Helena deixa de poder utilizar a sala dos favos de mel sem os Controladores. Um para utensílios Kitsch de fraco poder prático, outro para Higiene e Segurança no Trabalho.
Antónia solta um "Doem-me os braços do peso das paletes" e deixa de ser muda.
Elisa nunca chegou a trazer as luvas para Lurdes e é apanhada por esta a colar por cima dos seus favos etiquetados, o seu nome. Trabalha agora na sala dos favos sozinha e imagina como teria sido tudo melhor se não tivesse enganado a colega.
Lurdes obtém o título de empregada do mês. Recebe das chefes o pin "Melhor Manipuladora
de Favos" e já reúne com os seus clientes no escritório. Tem livre trânsito no Laboratório.
Deolinda fica de baixa por mais 5 anos. Mesmo depois de todos os inchaços passarem, continua a achar-se um enorme Ferrero Rocher. Mantém a mesma medicação por mais um ano e pensa fazer uma viagem espiritual ao Tibete. Vomita sempre que lhe falam em mel.
FIM
(Lúcia Freire)
My Name Is Earl ou como um bigode torna tudo tão mais engraçado
passa todos os dias (de Segunda a Sexta), por volta das 8 e 30 na RTP2. É uma das melhores séries da televisão, que conta com um dos melhores elencos de sempre, nomeadamente a Jaime Pressly, que, por tudo, mas principalmente pela personagem que faz,´está espectacular.
P.S. - Para quem estiver interessado, qualquer uma das séries em DVD ou as séries todas serviria como uma boa prenda de Natal ou aniversário... ou então da série "Mentes Criminosas". Tanto faz. Não sou esquisito nem exigente.
23/10/2008
Saliva no umbigo
(João Freire)
Air - All i need
Recordado para o tema "Paixão" num desafio da "Fábrica de Letras"
16/10/2008
15/10/2008
Queria pedir-te para me tirares uma fotografia enquanto olho para ti, pois de certeza que conseguiria retratar o amor
O amor resvala frequentemente na direcção do ódio, aproximando-se perigosamente da indiferença. A compreensão, o compromisso e aceitação e até o afecto entre duas pessoas ficam pelo caminho e nada volta a ser como era. Fica sempre a mágoa e pior do que isso, fica sempre um sentimento latente de reconquista que nenhum quer concretizar mas para o qual ambos contribuem. Há sempre um lado que se sente bem com a imagem de si no outro e que luta por manter essa luz por perto para o animar e aquecer e depois há o outro lado que tem sempre algo a provar, que sente que falhou e que procura manter a face. Ficam as dúvidas que se instalam umas em cima das outras, duvida-se do que se sente e até daquilo que se sentiu quando se falava em amor. Como acontece esta transformação?
O amor é uma inequação, uma desigualdade que só é verdadeira com certos valores das variáveis, mas que ninguém conhece. O amor conterá paixão, amizade, individualidade, compreensão, confiança, luta, vontade, sexualidade e tudo o resto que alguém possa lembrar, mas nunca constituirá uma fórmula fixa com um desenvolvimento objectivo e linear. Eu sempre pensei que nunca me apaixonaria, que sempre iria conhecer primeiro a pessoa e depois enamorar-me por esse conhecimento, mas também já saltei de cabeça para o desconhecido e ninguém poderá dizer-me que uma forma será mais correcta do que a outra. À sua maneira, ambas tiveram sucesso e ambas fracassaram. O amor pode começar de uma forma e acabar logo de seguida ou começar da mesma forma e funcionar pela eternidade. Isto é verdade para o princípio do amor como para o fim. Importa o que fica, o que aprendemos e um recém-descoberto amor por nós próprios, mas perde-se um pouco da magia. De facto, quanto mais falo com pessoas de idade avançada, mais me convenço de que o amor enfabulado, aquele de que são feitas as histórias de princesas e príncipes, se transforma em vários amores pequeninos que se distribuem pelos filhos, pelos netos, pela vida e, claro que também, pelo conjuge, e vai desvanecendo até ficar uma memória daquilo que se fazia quando se amava e não do que se sentia. É um amor, mas um amor diferente. Ninguém duvidará que o amor na velhice não assenta na paixão e na sexualidade como acontece aos 17 anos. Claro que todos queremos a magia e o querer, essa vontade partilhada terá até muito a ver com o sucesso da manutenção de um amor pela vida, mas a desmistificação do amor também fará bem às pessoas, obrigando-as a reflectir nas suas escolhas e a tomar um papel activo na construção do amor. Numa vida de facilidades, alguma luta e trabalho fazem bem. E melhor do que acreditar na magia é tornar todos os momentos mágicos. Acreditar que as coisas podem acontecer sem fazermos por isso é simplista, denegrindo a própria ideia de amor.
O amor é um sentimento superlativo de afecto relacional. Tudo isto e só isto.
(João Freire)
Cat power - Love and communication
Recordado para o tema "Paixão" num desafio da "Fábrica de Letras"
13/10/2008
Teorias da Conspiração
Por causa deste post, lembrei-me deste filme.
É uma excelente produção, com grandes verdades... ou não.
12/10/2008
Finalmente descobri a definição de amor
(João Freire)
Caminhos a percorrer
(João Freire)
The Sundays - Wild Horses (cover)
Recordado para o tema "Estava vazio.." num desafio da "Fábrica de Letras"
11/10/2008
A maratona nos jogos olímpicos e a marca de sapatilhas
09/10/2008
Algo de muito belo, talvez uma das coisas mais belas que vi
Vi isto pela primeira vez (e é um sítio onde encontro muita coisa boa) nos Dias Úteis, de Pedro Ribeiro
Participação no tema "Velhice" da "Fábrica de Letras"
07/10/2008
Se é para fazer, é hoje!
Portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."
(Dalai Lama)
05/10/2008
7 Artistas ao 10º Mês - Gulbenkian
Estive lá na vernissage. Não houve bebidas nem tampouco pastéis, rissóis ou outro tipo de aperitivos. Houve sim muita gente. Muitos amigos e mais desconhecidos.
Já tinha visto alguns trabalhos do João e do Jorge, mas as obras que foram expostas, não conhecia.
Fiquei deslumbrada com o mega "Coreto" do Jorge. Tudo o que se vê, pode ser mexido. Cada gaveta contém uma surpresa. E uma delas até a revista Playboy guarda.
Com o João, já estava habituada às suas manias obsessivas-compulsivas. Podem ver-se esculturas de objectos que antes foram outros objectos com outras finalidades que não estas que expõe.
E se olharmos atentamente para cada uma, para tentarmos ver falhas e enganos, erros e pormenores deixados ao acaso, é apenas uma tarefa inconsequente.
com Filipa Oliveira, a responsável pela edição deste ano, que nos explicou as premissas que estabeleceu para conceber esta exposição que abre portas no dia 3 de Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian. Uma mostra que promete surpreender.
(...)
Onde os descobriu?
A minha pesquisa desenvolveu-se em várias direcções. Falei com os directores das várias escolas de arte no sentido de conhecer os alunos que se tinham destacado nos últimos cinco anos, consultei os portfolios de candidatos a vários prémios de arte, informei-me também sobre os artistas que obtiveram bolsas de arte nos últimos anos, andei por pequenos espaços pelo país, fora dos circuitos expositivos mais óbvios. No fundo, todo o trabalho de comissariado que tenho desenvolvido nos últimos anos (como, por exemplo, no Prémio Ariane de Rothschild) permitiu-me o contacto com centenas de trabalhos de jovens artistas, servindo para realizar e fundamentar esta selecção. Esta mostra vai permitir dar a conhecer o seu trabalho.
(...)
O João Ferro Martins criou uma série de objectos muito diferentes entre si, que têm a música como fonte inspiradora: um contrabaixo danificado, fotografias de esculturas que realiza com moldes de objectos, como por exemplo de uma flauta partida. A peça central da sua peça é um “concerto” de homenagem a Ligeti em que soam 100 despertadores durante alguns segundos, duas vezes por dia. O efeito é quase ensurdecedor."
"Pianoforte" de João Ferro Martins.
Pormenor de "Pianoforte"
(Nem na página da Gulbenkian dizem as medidas, mas posso dizer que a parte mais alta do "piano", é da minha altura, um pouco mais alto, vá...)
"Por fim, o Jorge Maciel trabalha com objectos deitados no lixo, como móveis, bicicletas ou sapatos, transformando-os em objectos artísticos. Um coreto de tamanho real feito de vários móveis é a peça central da sua instalação. O interior do coreto estará repleto de objectos retirados do lixo e reciclados, animados por mecanismos que os fazem mover de um modo surpreendente."
Um mega "coreto" que mais parecia uma casa.
(Escusado será dizer as medidas desta obra. Uma vez que tudo aqui é em tamanho real)
Pormenor do "Coreto"
http://www.gulbenkian.pt/index.php?section=8&artId=980
(É pena mostrarem só uma foto de cada obra... mas pronto. Se querem ver mais, apareçam até dia 11 de Janeiro de 2009 na Gulbenkian)
Tool - Schism
Schism
Depois de ter visto no blogue Na Aldeia este vídeo, relembrei-me de uma promessa que fizera a mim mesmo: postar a última parte da música "schism" no meu blogue. Cumpro a promessa agora! E ao mesmo tempo que o faço, aproveito também para homenagear os Tool, o baterista, que se chama Danny Carey e a última parte de "Schism", que é para mim o exemplo do melhor que se faz musicalmente em qualquer género. A raiva, a forma como vai crescendo e atinge o climax catártico, a percussão, a voz do Maynard... tudo! Acho que vale a pena ouvir e ver!
Últimos minutos de "Schism"
Resta apenas dizer que roubei este excerto a um melómano, de nome matter311, que se dedica a fazer covers de bateria de algumas bandas.
04/10/2008
Mil Novecentos e Tal, passados 20 anos
Ouvia isto no princípio dos anos 90. Cantava à janela do meu quarto, em Valverde, virada para o Carvalhal... estava apaixonada.
Hoje, ao ouvi-las, passados quase 20 anos, consigo até sentir o cheiro do perfume que usava então. E é espantoso o que a música traz de volta.
Eu gostava disto e pelos vistos, gosto.
É rumba flamenga e alma de gitano.
(Punha aqui mais do que as 3 que postei...)
Apesar de me ter explicado, (porque este blog não é só meu) continuo a não me importar com o que vão pensar. Eu conheço-me e gosto de mim assim.
Deixo-vos, Gipsy Kings.
(foi esta última que a outra música me fez lembrar)