31/03/2008

Tio Vânia

Como fui ver... e gostei, fica aqui o convite para irem ver esta peça de Howard Barker desenvolvida pela Companhia de Teatro de Almada.

Obrigado ao Elmano e ao Paulo

Tio Vânia

Em Tio Vânia Howard Barker apresenta uma visão alternativa da peça de Tchecov com o mesmo nome. Para Barker, Tchecov é um dramaturgo de má fé, um autor que nos encoraja a sentimentalizar as nossas fraquezas e a tomar a inércia como uma coisa gloriosa. Barker defende que escondida por debaixo da celebrada compaixão de Tchecov encontra-se a sua altivez. No seu texto, Barker faz Tchecov entrar no mundo de Vânia e revelar o desdém que tem por ele: "Vânia, tenho um conhecimento tão profundo da tua alma", diz-lhe o dramaturgo russo. "As suas dimensões insignificantes são como uma aspirina que se desfaz num copo de água". Mas Tchecov acaba por morrer, e Vânia consegue encontrar forças para se livrar do mundo do seu criador.


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"Rogério de Carvalho, que já encenou, no Porto, Limites/Possibilidades (em 1998) e Mãos mortas (em 2006), do mesmo autor, dirige desta vez no Teatro Municipal de Almada um elenco de actores em que há a destacar Elmano Sancho, Marques D`Arede e Teresa Mónica. O espectáculo estará em cena até 20 de Abril, de Quarta a Sábado às 21h30 e Domingos às 16h00."

in Rostos On-line

Mais informação em Teatro de Almada

29/03/2008

Desperdício da vida

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida... Está no amor que não damos, nas forças que não usamos, Na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, também perde a felicidade."

(Mary Cholmondeley)

27/03/2008

Coldplay - Fix you

Não é uma banda por aí e além (expressão engraçada: "por aí e além") mas gosto desta música, principalmente quando começa a correr.

Perdoar?

"Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe."

(Nelson Rodrigues)

26/03/2008

Mudança de paradigma - A evolução do beijo

Ao longo dos tempos o homem foi evoluindo num sentido absolutamente superior à mulher. As actividades a que se dedicavam, as suas diferenças sexuais congénitas acentuaram uma situação que terá atingido o seu limite no século XIX. O homem caçador-recolector, a mulher mãe e dona-de-casa, foram ao longo dos séculos os mastros da maior parte das sociedades. A própria forma de agir e pensar estava compartimentada há muito e definiu biologicamente diferenças que se cristalizaram ao longo de todo esse tempo. Isto são factos. Mas a partir daí, desse século XIX, algumas mudanças começaram a inverter o sentido dessa caminhada e hoje, apenas um século e uns pozinhos depois (por oposição a uma situação que demorara dezenas de séculos a atingir-se), começou a desenvolver-se um novo paradigma, um que ameaça agora as sociedades dominadas pelos homens, mais propriamente os homens que nelas se inserem.
O grito do Ipiranga dado pelas feministas nos fins do século XIX, e que perdura ainda, pode ter começado com a defesa de uma igualdade entre géneros, mas basta olhar para o que se passa no mundo actual para ver que o que está a acontecer, mesmo que ninguém o pretenda de forma consciente, é a substituição de domínio! Ou seja, é clara a minha convicção de que as sociedades dominadas pelo homem não estão a caminhar para uma igualdade entre os géneros, mas sim para a substituição do domínio dos homens pelo domínio das mulheres.
As mulheres são de forma generalizada melhores do que os homens na maioria das actividades humanas e se houve algum domínio masculino isso deve-se ao papel que o homem desempenhou como garante da subsistência da família, mas esse papel, num nível cosmológico, durará pouquíssimo mais, chegando a um ponto em que tal garante não dependerá da força física, o que leva o homem a tornar-se cada vez mais obsoleto. Basta olharmos para a fisiologia das mulheres para vermos que o cérebro delas está melhor preparado do que o nosso para pensar. Sim, o cérebro da mulher é mais eficaz para raciocinar, porque, simplesmente, as ligações entre os dois hemisférios são mais eficazes na mulher do que no homem. São diferenças que foram desenvolvidas ao longo da evolução, mas que, em última análise, melhoraram muito mais as mulheres do que os homens. Isto também é um facto. Os resultados estão aí: mais de 60% dos universitários de todo o Mundo são do sexo feminino.
As mulheres, à custa de muito trabalho da parte delas, conseguiram colocar-se à beira do pódio do mundo, prestes a dominar todas as áreas da vida em sociedade e o que é certo é que não visam apenas a igualdade, e mesmo a brincar vão dizendo que tudo seria melhor se as mulheres mandassem, e esse  domínio aproxima-se inexoravelmente. Se será melhor ou não é impossível dizer, mas que vai acontecer vai. E é fácil constatarmos esta inversão dos papéis, bastando para isso olhar a arte, a montra do sentir da humanidade.  
De facto, a representação das mulheres na arte, seja na música, no cinema, na pintura ou em qualquer outra forma cultural, já não é - nem devia ser - a epítome de uma mulher submissa, mulher sentimento e emoção, a mulher conquistada, arrebatada, enfim, fraca, mas também não é o da mulher como igual, antes tudo o inverso, cabendo agora ao homem o papel deixado vago pela mulher, pois ele já não conquista mas é conquistado, pelo menos mais activamente, na medida em que elas começam a ter um papel preponderante na aproximação.
Um exercício fácil de fazer é traçar uma linha entre o olhar do homem e o da mulher nas cenas de beijos retratadas nas mais variadas formas de arte, como as que ilustram este texto. Fazendo esse exercício vemos que a linha vai passando de um sentido descendente (o homem olha a mulher de cima para baixo) para um certo nivelamento e até uma inversão dessa mesma linha. Isto denotará uma mudança  na imagem social do amor.
Sendo assim, uma vez que já não é o garante da subsistência, o homem aproxima-se inexoravelmente da não existência, do homem que é apenas aceite, o homem objectificado, e que ao contrário da mulher não detém, no seu posto mais fraco, nenhum poder, pois a mulher, mesmo quando se encontrava numa posição inferior no ranking dos géneros, sempre se soube valer de “pérfidos” sistemas para ir aqui e ali dominando algumas áreas da existência humana, estratégia que os homens, por limitações várias e também por estarem ainda numa fase de habituação a esse papel secundário, não conseguem imitar, mostrando-se nitidamente afectados pela sua desvalorização ao mesmo tempo que denotam estranheza na sua situação.
Urge perguntar sobre qual o papel que é esperado dos homens nas sociedades actuais? Que sejam providenciadores, que sejam independentes? Eu acho que ninguém sabe, acho mesmo que as mulheres não conseguirão dizer com certeza absoluta aquilo que querem e esperam de um homem. Ao homem actual restará apenas a solução de ser quase perfeito, de ser cavalheiro, mas respeitar a independência das mulheres, de ser sensível para entender as fraquezas humanas, mas forte para arrebatar paixões, de ser, enfim, aquilo que as mulheres querem que eles sejam a determinada hora, consoante o seu estado de alma, porque de outra forma não conseguem espalhar a sua semente, razão básica pela qual eles se encontram aqui. Vendo bem, essa razão será a única, porque em tudo o resto elas já substituem os homens, perfilhando até algumas das características que mais repudiavam, emulando os seus hábitos e, é claro, as suas consequências.
Recapitulando, se o homem morria mais cedo porque era ele que se expunha aos riscos da caça, da luta, da alimentação desregrada e dos hábitos de vida mais prejudiciais e a mulher subsistia durante mais tempo devido ao seu papel educador das gerações mais novas e à sua poupança nos malefícios da vida, agora já não é assim, havendo uma mitigação nas esperanças médias de vida, as quais, por sua vez, também se inverterão totalmente. Mas é claro que isto demora tempo. Ambos os sexos estão a aprender a lidar com esta nova situação e não é algo que mude de um dia para o outro, mas apenas e só uma tendência que se nota. Provavelmente, será de todo impossível almejar a uma sociedade igualitária, não ao nível dos direitos, mas dos poderes de interacção entre os sexos; a um paradigma de domínio do homem seguir-se-á um paradigma de domínio da mulher, depois do homem, da mulher e assim sucessivamente.
Claro que esta avaliação generalista, que vê os sexos como corporação, carece de absolutismos, até porque qualquer lei social tem de ter em conta as especificidades dos indivíduos, mas há comportamentos sociais universais que facilmente se podem identificar.  Haverá sempre lugar para as excepções nos homens, como também as houve e ainda há para as mulheres. Da mesma forma que ainda existem homens à antiga, também existem mulheres à antiga e para esses a convivência até é facilitada devido à definição pré-estabelecida do papel de cada um, pois como algumas correntes da Sociologia nos dizem (nomeadamente as que decorreram da Escola de Chicago) todas as relações são relações de poder e as relações nas quais a hierarquia de poder está mais bem definida são as que menos conflitos geram. Se isso é bom ou mau é que ninguém sabe.
Convém também salientar que nada do que é dito aqui visa branquear as desigualdades baseadas no género que ainda subsistem, constituindo-se apenas como um exercício pessoal de análise subjectiva de um fenómeno que, verificável ou não, está latente numa sociedade indiscutivelmente mais femininista e por isso também mais feminina. 
Por isso, nós, enquanto homens, não temos de nos preocupar, apenas temos de nos conformar em que nos escolham, em sermos o melhor possível para o papel que nos reserva e se aceitarmos esse papel até seremos bem sucedidos nas relações, com a noção de que caminhamos para uma sociedade pior (no sentido da perda do domínio), mas que ainda tardará. Não é, mais uma vez, uma mudança revolucionária e apenas uns indícios se assumem. Contudo, olhando à volta e também para dentro, já vejo aí muitos homens e mulheres a agirem de acordo com o que aqui está escrito.


(João Freire)

Reaproveitado para o tema de Janeiro de 2011, Preconceito, num desafio da "Fábrica de Letras"

25/03/2008

O dia em que o leopardo se deitou com o babuíno



Uma história de encantar.
Lagadema, um jovem leopardo fêmea, mostra ao mundo o verdadeiro significado de fraternidade e amor.
Uma história de encontro na diferença que convém lembrar.

24/03/2008

Qual a probabilidade?



Vídeo mostrado por Ricardo Freire. Fica o mérito... o pouco :) mérito.

20/03/2008

A curva da felicidade tem a forma de um U

Um estudo envolvendo dois milhões de pessoas em 80 países, incluindo Portugal, constatou um padrão mundial extraordinariamente consistente nos níveis de depressão e felicidade que torna a meia-idade o período mais problemático da vida, noticia a Lusa.
O trabalho, realizado por investigadores da Universidade de Warwick e do Dartmouth College, nos Estados Unidos, com o título «Terá o bem-estar a forma de U no ciclo da vida?», será em breve publicado na revista Social Science e Medicine, a publicação de ciências sociais mais citada em todo o mundo.
Os cientistas constataram que os níveis de felicidade têm a forma curva de um U, com o ponto mais alto no início e final da vida e o mais baixo na meia-idade. Muitos estudos anteriores do decurso da vida sugeriam que o bem-estar psicológico se mantinha relativamente estável e consistente com o avançar da idade.
Com base numa amostra de um milhão de pessoas no Reino Unido, os investigadores concluíram que os picos de depressão são mais prováveis por volta dos 44 anos, tanto nos homens como nas mulheres. Nos Estados Unidos encontraram uma diferença significativa nos dois géneros, com a infelicidade a atingir o pico por volta dos 40 anos na mulheres e dos 50 nos homens.
Num total de 72 países em todos os continentes, o estudo constatou a mesma forma de U nos níveis de felicidade e satisfação com a vida por idade.
Os dois autores, ambos economistas - os professores Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, e David Blanchflower, do Dartmouth College - consideram que o efeito da curva em U tem origem no interior dos seres humanos, já que encontraram sinais de depressão no meio da vida em todos os géneros de pessoas, independentemente de terem crianças em casa, de divórcios ou mudanças de emprego ou rendimento.
«Algumas pessoas sofrem mais do que outras, mas os nossos dados indicam que o efeito médio é muito amplo. Acontece tanto a mulheres como a homens, ricos e pobres, com ou sem filhos», afirma Andrew Oswald, citado no site de informações científicas AlphaGalileo. «Ninguém sabe a causa desta consistência», referiu.
«Para a pessoa média no mundo moderno, a saúde mental e a felicidade chegam lentamente, não de repente num único ano», observou.
«Só quando chega à casa dos 50» - acrescentou - «é que a maioria das pessoas deixa de ser susceptível à depressão. Mais tarde, aos 70, mantendo-se fisicamente em forma, as pessoas, em média, podem sentir-se tão felizes e mentalmente sãs como aos 20 anos"».
O estudo analisou informação sobre uma amostra aleatória de 500 mil norte-americanos e europeus ocidentais a partir do Inquérito Social Geral, nos Estados Unidos, e do Eurobarómetro. Os autores analisaram, também, os níveis de saúde mental de 16 mil europeus, os níveis de depressão e ansiedade numa larga amostra de cidadãos britânicos e dados do «World Values Survey», que contém amostras de pessoas de 80 países.

in Portugaldiario

19/03/2008

L' amour

"We come to love not by finding a perfect person, but by learning to see an imperfect person perfectly."

(Sam Keen)

Apanhados à moda do Porto - mais um vídeo!

E se o futuro for uma mistura de Mad Max com Waterworld?

Para quem não se lembra, o filme Mad Max - e suas sequelas - retrata uma sociedade futura, que atravessara uma explosão social causada sobretudo pela falta de petróleo. Tal explosão social, despoletara, entre outros, problemas de ordem civil, que uma polícia diminuta e mal preparada não conseguia controlar, conflitos de escala global de nível nuclear, e a desagregação da população em pequenos grupos sociais com líderes e meios de subsistência próprios em constante luta com outros grupos, principalmente grupos de criminosos que pretendiam obter o controlo da maior quantidade de recursos.

Quanto ao segundo filme, retrata apenas um mundo num futuro próximo ou distante, no qual os calotes polares derreteram e está coberto de água, havendo rumores de que existe terra, mas não se sabendo ao certo se de facto ela ainda existirá.

As sociedades actuais caminham para um futuro cada vez menos auspicioso. Se a globalização contribuiu em larga escala para o aumento do nível médio de vida da população global, também contribui para o impacto global das crises que aqui e ali se vão gerando. Os conflitos armados que grassam em todo o lado são a principal preocupação. Morte, fome, doenças, um sem número de desalojados e refugiados, são apenas algumas das crises humanitárias que impera resolver, mas que são causadas a montante. A maior parte dos conflitos são causados por questões de poder, associadas à luta pelos recursos ou pelo poder em si. Cada um de nós tem de olhar à volta e ver o que pode fazer. Em Portugal, por exemplo, manifesta-se pouco. Houve há pouco um exemplo de uma manifestação poderosa, a dos professores, que, quer o Governo queira, quer não, serviu, mais que não seja, para diminuir a arrogância das reformas cegas, surdas, mudas e autistas. Na saúde também se vai manifestando, mas são situações locais, com pouca ou nenhuma visibilidade. Mas e o pão? E o Gasóleo? E tudo o resto que aflige o pequeno cidadão que não pertence a nenhuma corporação. O problema dos cidadãos portugueses é o de não terem grandes aparelhos políticos e sindicais que os consigam mobilizar no sentido de demonstrarem o que pensam e as suas razões de desacordo. O problema do aumento do preço do petróleo não é, essencialmente e por enquanto, um problema de redução dos níveis de produção ou de descoberta de novas jazidas, mas de pura e simples especulação. Adam smith apontava duas leis essenciais mercado: o interesse pessoal, na medida em que, por exemplo, o homem do talho não dá nada por bondade, e a concorrência, que impede a crueldade na estipulação do preço. Por esta lógica, podemos imaginar pela falta de concorrência que é a crueldade que está a definir o aumento dos preços do petróleo, que é, apesar de tudo, um produto essencial nas nossas sociedades. Quanto à produção dos cereais, foi abandonada em todo o mundo por não dar lucro, por haver excesso de produção e agora, que já não há excesso, mas falta, não há ninguém disposto a produzir? Dizem até que o aumento do preço dos cereais se deve à venda dos mesmos para a produção de bio-diesel. Parece que nos querem dizer que não dá para termos pão barato e combustível barato ao mesmo tempo. Ou uma coisa ou outra, dizem, forçando-nos à escolha. Entretanto, a tecnologia dos carros eléctricos, solares, a hidrogénio ou a água, vai ficando para trás, escondendo-se patentes à custa de muito dinheiro, reduzindo apoios monetários à sua investigação, até que a bolha pare de encher, até dar dinheiro e poder para alguns. Não é em Portugal que se resolve o problema – ao que parece, Portugal nem tem condições climatéricas para produzir cereais e nem terá muito petróleo –, mas só podemos agir à dimensão do nosso espaço, procurando motivar quem nos rodeia, fazendo com que nos ouçam o mais longe possível. Um dia ainda gostava de participar numa manifestação, talvez uma daquelas reuniões instantâneas, que usam as mensagens escritas para convocar as pessoas, talvez em Lisboa, uma manifestação onde todos pudéssemos fazer ouvir as nossas queixas. Cada pessoa levaria um cartaz e nele a sua queixa. Já estou a ver quinhentas mil pessoas no Terreiro do Paço a exigirem tudo o que lhes viesse à cabeça. Depois uma reunião com dirigentes políticos, uma até com o Primeiro-Ministro, uma reunião séria, onde se falasse de forma séria, e depois acordos e compromissos de ambas as partes e propostas e entreajuda e donativos e trabalho voluntariado e apoio aos cientistas e aos artistas e às pessoas que mais precisam… ou, como costumavam dizer antigamente, quando de referiam à democracia mais pura, à directa, Democracia.



Democracia – Do grego demokratia (demos = povo + Kratiae = poder)

Mad Max (1979) – Realizado por George Miller

Waterworld (1995) – Realizado por Kevin Reynolds

(João Freire)

17/03/2008

Jorge palma - Valsa dum homem carente

Conversa entre 2 mulheres diferentes

"`How funny me running into you like this.' she said brightly as Sally stopped the car and unlocked the door.
'Can I give you a lift? I'm going into town to look for something casual to wear tonight. Gaskell's got some Swedish professor coming over from Heidelberg and we're taking him to Ma Tante's:
Eva Wilt climbed in happily, her mind computing the cost of the car and the house and the significance of wearing something casual at Ma Tante's (where she had heard that starters like Prawn Cocktails cost 95p) and the fact that Dr Pringsheim entertained Swedish professors when they, came to Ipford.
`I was going to walk to town,' she lied. `Henry's taken the car and it's such a lovely day.'
'Gaskell's bought a bicycle. He says it's quicker and it keeps him fit,'said Sally, thus condemning Henry Wilt to yet another misfortune. Eva made a note to see that he bought a bike at the police auction and cycled to work in rain or snow. `I was thinking of trying Felicity Fashions for a shantung poncho. I don't know what they're like but I've been told they're good. Professor Grant's wife goes there and she says they have the best selection.'
'I'm sure they must have.` sand Eva Wilt, whose patronage of Felicity Fashions had consisted off looking in the window and wondering who on earth could .afford dresses at forty pounds. Now she knew. They drove into town and parked in the mufti-storey car perk. By that time Eva had stored a lot more information about the Pringsheims in her memory. They came from California. Sally had met Gaskell while hitchhiking through Arizona. She had been to Kansas State but had
dropped out to live on a commune. There had bets other men in her life. Gaskell loathed cats. They gave him hay fever. Women's Lib meant more than burning your bra.. It meant total commitment to the programme of women's superiority over men. Love was great if you didn't let it get to you. Compost was in and colour TV out. Gaskell's father had owned a chain of stores which was sordid. Money was handy and Rossiter Grove was a bore. Above all, fucking had to be, just had to be fun whichever way you looked at it.
Eva Wilt received this information with a jolt. In her circle `fuck' was a word husbands used when they hit their thumbs with hammers. When Eva used it she did so in the isolation of the bathroom and with a wistfulness that robbed it of its crudity and imbued it with a splendid virility so that a good fuck became the most distant and abstract of all her expectations and quite removed from Henry's occasional early morning fumblings. And if `fuck' was reserved for the bathroom, fucking was even more remote. It suggested an almost continuous activity, a familiar occurrence that was both casual and satisfying and added a new dimension to life. Eva Wilt stumbled out of the car and followed Sally to Felicity Fashions in a state of shock.
If fucking was fun, shopping with Sally Pringsheim was a revelation. It was marked by a decisiveness that was truly breathtaking. Where Eva would have hummed and hosed, Sally selected and having selected moved on down the racks, discarded things she didn't like leaving them hanging over chairs, seized others, glanced at them and said she supposed they would do with a bored acceptance that was infectious, and left the shop with a pile of boxes containing two hundred pounds' worth of shantung ponchos, silk summer coats, scarves and blouses. Eva Wilt had spent seventy on a pair of yellow lounging pyjamas and a raincoat with lapels and a belt that Sally said was pure Gatsby.
`Now all you need is the hat and you'll be it,' she said as they loaded the boxes into the car. They bought the hat, a trilby, and then had coffee at the Mombasa Coffee House where Sally leant across the table intensely, smoking a long thin cigar, and talking about body contact in a loud voice so that Eva was conscious that the women at several nearby tables had stopped tacking and were listening rather disapprovingly.
`Gaskell's nipples drive me wild; Sally said. `They drive him wild too when I suck them.'
Eva drank her coffee and wondered what Henry would do if she took it into her head to suck his nipples. Drive him. wild was hardly the word and besides she was beginning to regret having spent seventy pounds. "


in Wilt de Tom Sharpe

Arielle Dombasle - Amor Amor


Como não conduzir por Bruno Bozzetto

O que é mau é bom?

"Good girls go to heaven, bad girls go everywhere."

(Helen Gurley Brown)

Helen Gurley Brown

Born February 18, 1922 in Green Forest, Arkansas is an author, publisher, and businesswoman. She was editor-in-chief of Cosmopolitan magazine for 32 years.

After a stint in the mailroom at the William Morris Agency, she went to work for a prominent advertising agency as a secretary. Her employer recognized her writing skills and moved her to the copywriting department where she advanced rapidly to become one of the nation's highest paid ad copywriters in the early 1960s. In 1959 she married David Brown who was producer of Jaws, The Sting, Cocoon, Driving Miss Daisy, and other motion pictures.

In 1962, at the age of 40, Brown authored the bestselling book Sex and the Single Girl. In 1965 she became editor-in-chief of Cosmopolitan and reversed the fortunes of the failing magazine. During the decade of the 1960s she was an outspoken advocate of women's sexual freedom and sought to provide them with role-models and a guide in her magazine. Brown claimed that women could have it all, "love, sex, and money". Due to her advocacy, the liberated single woman was often referred to generically as the "Cosmo Girl". Her work played a part in what is often called the sexual revolution.

In the mid 1990s Brown was ousted from her role as the US editor of Cosmopolitan and was replaced by Bonnie Fuller. However, Brown stayed on at Hearst publishing and remains the international editor for all 59 international editions of Cosmo.

Não gosto de fotografias

Não gosto de fotografias. Não há nada de bom na recordação de um passado de juventude, beleza e ingénua alegria. É raro olhar para uma fotografia de mim ou de alguém que eu reconheça, de um familiar desaparecido, um amigo ausente, um amor perdido, de alguém que tenha ficado lá atrás, sem me invadir com isso uma tristeza descomunal. Mesmo que seja uma fotografia de mim, já não sou eu. Nada do que ali está naquela fotografia de um sorriso traquina e camisola verde, com o fundo de um ribeiro no meio das pedras e árvores colado em papel na parede da escola atrás de mim, sou eu. Eu seria incapaz de sorrir assim. Se há pessoas que acreditam que as fotografias são as nossas almas roubadas, porque não os respeitamos e seguimos? Há tanta gente que acredita nisso que nem todos podem estar enganados. A fuga para o passado é tão infrutífera como a fuga para o futuro. Se tivéssemos fotografias do futuro também perderíamos tempo a pensar no bem que vamos estar daqui a quinze anos e não podemos. Só as fotografias de dedos em cima da cabeça a fingir cornos, de calças derreadas para vislumbre de um branquíssimo cu ou de grupos de bêbados em qualquer festejo carnavalesco merecem existir. De resto, todas as fotografias que temos parecem dizer-nos: “Olha onde eu estou (ao lado da torre Eiffel ou da sagrada família ou das piâmides de Gizé) enquanto tu estás a pensar naquele dia em que estiveste cá e tiraste essa fotografia”, “Olha com quem eu estou (a namorada que tu tanto gostavas) enquanto tu estás a pensar quando a tinhas e tiravas fotografias como esta”, “Olha como eu sou (bonito, jovem, sem rugas… sem o passar do tempo marcado em mim a ferros) e tu a pensares…” E tu a pensares no bom que era viver sem preocupações, no bom que era a tua vida no passado, enfim, tu a pensares na fotografia.

(João Freire)

Reaproveitado para o desafio de Março da Fábrica de Letras, subordinado ao tema "Fotografia"

16/03/2008

Um espirro assustador

The Cult - She sells sanctuary

Imogen Heap - Hide and Seek

Ebeeto's Hitman Walkthrough

1



2



3

Dissertações de Terence Mckenna



14/03/2008

Morte

"After I'm dead I'd rather have people ask why I have no monument than why I have one."

(Cato the Elder)

Morning

I've got to tell you how I love you always
I think of it on grey mornings
with death in my mouth
the tea is never hot enough then
and the cigarette dry
the maroon robe chills me
I need you
and look out the window
at the noiseless snow

At night on the dock
the buses glow like clouds
and I am lonely thinking of flutes

I miss you always when I go to the beach
the sand is wet with tears that seem mine
although I never weep

and hold you in my heart with a very real humor
you'd be proud of

the parking lot is crowded
and I stand rattling my keys
the car is empty as a bicycle

what are you doing now?
where did you eat your lunch and were there lots of anchovies in it?

is difficult to think of you without me in the sentence
you depress me when you are alone

Last night the stars were numerous
and today snow is their calling card
I'll not be cordial

there is nothing that distracts me
music is only a crossword puzzle
do you know how it is
when you are the only passenger
if there is a place further from me
I beg you do not go


Frank O'Hara

"O melhor vídeo de sempre" - BANNED!

14 de Março

Na Irlanda é o dia das sereias e seres do mar.
Em 1879 nasceu em Ulm na Alemanha, Albert Einstein.

Black Eyed Peas - Where is the Love? (coluna esquerda) e Alicia Keys - No one (coluna direita)

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12/03/2008

11/03/2008

Stripper estranha

09/03/2008

Smashing Pumpkins - Amphetamine Annie Dog

Tinha 18 anos quando este álbum (Adore) saiu e a verdade é que agora me custa a acreditar que cheguei a adorar esta banda. Consigo ouvir algumas músicas sem me irritar e isso ainda é bom sinal para a banda, mas, de resto, tudo o que os Smashing Pumpkins fizeram parece-me repetitivo. Relembro apenas algumas canções que fizeram como boas canções (Disarm, X.Y.U, entre outras poucas) e deixo aqui esta como uma canção que gosto daquele que provavelmente foi o pior álbum deles.



Não é que seja das piores bandas de sempre, longe disso, só digo que a banda não é tão boa como eu a fazia na altura dos meus 13, 14, 15, 16, 17, 18 anos... e já foi muito tempo.

Armar confusão

"É preciso criar sistematicamente a confusão, isso promove a criatividade. Tudo o que é contraditório gera vida."

(Salvador Dalí)

Sempre o mesmo

Tento libertar-me da consciência que és tu e inaugurar uma imagem de mim,
pedra lisa, na qual o musgo não pega;
algo que emana e não absorve.
Um amigo recordava-me que ninguém se despe assim de alguém,
“camisola velha, difícil de tirar”,
não só por ser velha, mas também por se gostar… e nu ninguém fica!
Esqueço-me de perguntas que não consigo responder,
perguntas que nem consigo formular.
Liberto-me mas fico preso…
Esqueço-me mas recordo…
E sou hoje o mesmo que fui ontem.

(João Freire, Setembro de 2000)

9 de Março

Lúcia Freire (Covilhã, 9 de Março de 1977), é uma artista multifacetada que tem desenvolvido trabalhos nas áreas da escultura, pintura, desenho digital, música e escrita.

Ver nos artigos da Wikipédia em 9 de março ou em Lúcia Maria de Oliveira Freire

05/03/2008

Xinobi - BMX (Moulinex Remix)




Ambas as bandas são portuguesas e ambas são excelentes.

03/03/2008

Um amor que não é amor

(Os olhos tristes, de velho, estão lá. Também os vejo ao espelho, recordando os olhares prolongados daqueles que me olham, como eu olhei em tempos, com pena.)
Quando eu tinha a tua idade, jovem…
- Vocês, os velhos, só falam de amor no passado.
- Não há amor na velhice. Há coisas parecidas, mas não há amor na velhice. Há o amor pelos filhos, há um amor muito forte pelos netos, mas não há esse amor de que falas.
- E a paixão? O amor carnal... o desejo morreu? Já não ama a velha que dorme na sua cama ao seu lado?
- Isso é o amor dos jovens…
- É uma parte importante do amor, de qualquer amor... de qualquer tempo, faz parte da vida de um casal.
- O que é esse amor contra o tempo? Já vivemos tanto tempo juntos que ultrapassámos o amor. Amor é algo que sentes por algo que é exterior a ti e não algo que faz parte de ti. Aquilo que sinto é mais do que amor, é um amor maior do que possas imaginar, jovem.
- Mas é amor!
- Nenhum velho diz que ama a mulher com quem está há cinquenta anos. Nem precisa. Ninguém suporta cinquenta anos. Antes disso alguém morre, alguma coisa acontece que os separa. Mas para um casal estar junto na velhice é preciso algo maior, algo que sobrevive ao tempo, algo que nem vale a pena ser mencionado, um amor que não é amor.
(Olhou para mim com desprezo, com a arrogância de jovem que é a mesma dos velhos. E o tempo continua, lutando inevitavelmente contra mim. Um dia hão-de vir para aqui os jornais, as rádios e as televisões festejar o meu centésimo aniversário - já falta pouco - e eu garanto-vos que os mando foder. Estão a festejar o quê?)

(João Freire)

Para o tema "Velhice" num desafio da "Fábrica de Letras". 

Prince of P... Awesome

01/03/2008

300 versão latina

O amor

"To fear love is to fear life, and those who fear life are already three parts dead."

(Bertrand Russell)

Carla Bruni - Quelqu'un m'a dit

1 de Março

Na Dinamarca, a primavera começa a 1 de março, enquanto na Autrália, o outono começa a 1 de março. A primavera meteorológica no Hemisfério Norte também começa em 1 de março; o outono meteorológico no Hemisfério Sul também começa a 1 de março.

O ano começando a 1 de março

Historicamente, 1 de Março era considerado o inícia do ano Romano; Os nomes latinos numéricos de alguns meses refletem isso. (Setembro=sétimo, Outubro=oitavo, Novembro=nono, Dezembro=décimo).

Se você começar o ano a 1 de março, cada data terá o mesmo número do dia nesse ano, não importa se é um ano bissexto ou não (por exemplo, 25 de Dezembro será sempre o dia 300). Além disso os meses seguem um ciclo regular de 153 dias, até o final de Fevereiro. Isso pode ser visto pela listagem do número de dias nos meses dessa forma.

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