28/03/2011

Guilty Pleasures....

Gosto disto. Gosto da versão com a Gwyneth Paltrow e os Bonequitos... gosto da versão a solo da Gwyneth Paltrow. E Gosto da original, a que não é censurada e já não se chama Forget You, mas Fuck you. E é um grande vídeo! Quem diria.

Cee-Lo Green - Fuck You

24/03/2011

H2O

19/03/2011

Lições de vida por sociopatas eruditos e taxistas revoltados

Cena do filme "Collateral"



Audioslave- Shadow of the Sun





(Com legendagem, a pedido de várias famílias)

17/03/2011

Anúncios da Nike com o sobrinho

A visão do tio:
"Nike - Ajuda-o a fugir"

A visão da tia:
"Nike - Just Torce It"







Mais desafios em família, aqui e aqui.

15/03/2011

11/03/2011

Revolucionários reaccionários

Faz-me muita confusão Irrita-me que apareçam cada vez mais vozes contra a manifestação de dia 12. Não me estranha que haja gente contra, porque uma pessoa vai aprendendo ao longo da vida que há gente para tudo, mas, concorde-se ou não com a manifestação, não se pode certamente fazer dela aquilo que ela não é, ou seja, uma manifestação de uma geração contra as outras gerações. Poderá discutir-se isso, eu tenho argumentos importantes nessa discussão, mas que toda a gente perceba que isso não é o que interessa discutir agora.
Tem-se assistido nos últimos dias a vários debates sobre a manifestação e em todos eles relevaram, não o estado do país nem a questão dos recibos verdes ou as possíveis soluções para alguns desses males que afectam, maioritariamente, os jovens, e também os outros cidadãos, numa transversalidade geracional que deveria envergonhar toda a gente, mas sim o escalonamento do sofrimento por geração ao longo dos diferentes períodos históricos que vão desde o passado vivo mais longínquo ao presente."Quem sofre(u) mais?" Perguntam os vários analistas e comentadores, baseando-se nos dados mais irrefutáveis. Não respondem, concordando no entanto que, seja a geração que for, não será certamente a geração dos 30.
E o que se pode dizer a isto?
Têm razão. Podemos dizer que sim, que provavelmente têm razão e que não é a geração dos 30 que está "mais" à rasca. E depois podemos perguntar o que é que isso interessa? O que visam conseguir com esta contra-manifestação? Se são os velhos sem pensões ou com pensões tão baixas que têm de andar no meio do lixo à procura de comida que estão à rasca ou se são os nossos pais e tios de 40/50/60 anos "muito jovens para a reforma, muito velhos para aprender um novo ofício", concordaremos que mais do que uma questão geracional é uma questão nacional, e, sendo assim, não deveriam também eles juntar-se à manifestação?
A sério que não percebo esta corrente reaccionária que vem desde o Marcelo Rebelo de Sousa, passando pelo Miguel Sousa Tavares, até à Constança Cunha e Sá, sem esquecer os jornalistas que se desviam do que é essencial e que não fazem as perguntas difíceis, todos eles contestatários do Governo, e que vêm agora reagir contra quem quer fazer alguma coisa ao nível dessa contestação.
O nome da manifestação não será o mais correcto, por ventura. Concordo plenamente, mas há que convir que foi meia dúzia de pessoas a tomar o primeiro passo e a fazer alguma coisa para que a situação mude, independentemente da sua capacidade de Marketing e mobilização. Campanhas apelativas e demagógicas, que apelam a tudo e todos, são feitas pelos partidos (veja-se o caso do Tea Party, nos Estados Unidos), mas será isso o mais desejável? É isso que querem? Para quê discutir miudices quando se pode aproveitar este movimento para discutir coisas importantes. Quem faz birra afinal? Onde está o mal de haver uma manifestação de pessoas insatisfeitas que querem pedir aos governantes que trabalhem mais e melhor, que querem apresentar soluções, que querem dizer para contar com eles? Haverá mal algum em pressionar o governo para que tome medidas, mesmo que se facilite o despedimento dos célebres "in" do sistema contratual, para acabar com os recibos verdes dos que estão "out"? Haverá mal algum se as pessoas exigirem, como se vê na Suíça, um tecto nas reformas e nos salários de toda a gente e das empresas públicas, a fim de aumentar as pensões mais baixas, por exemplo? Haverá mal na sugestão do fim das empresas municipais que sugam dinheiro e contraem empréstimos a fim de esconderem as dívidas municipais, para aumentarem os sacos coloridos que escondem e dividem entre amigos? Eu acho que não, mas há pessoas, muitas pessoas, infelizmente, que continuam a ver o desenvolvimento social de um país ao nível do poder conquistado e não do partilhado. Ou se manifestam contra o que está mal e apresentam soluções ou acham que está tudo bem, mas não critiquem quem está a fazer alguma coisa POR SI E PELO PAÍS só porque não gostam da retórica ou dos cartazes quando cada vez mais se assistem a episódios, que são sintomas de quebras sociais que tendem a agravar-se e a fazer ruir o espírito social e comunitário de um país com consequências imprevisíveis.
E porque não sair agora e aproveitar para ajudar a contestar, surgindo com ideias, apoiando as dos outros, criticando as ideais erradas, quase como se se tratasse de um amigo bêbado que vai para a pancada, e ajudar nos protestos e ajudar o amigo bêbado que apesar de trôpego, tem alguma razão? E afinal, quem estará a fazer uma birra?

(João Freire)



P.S. - Post baseado num comentário a um post, com um texto que anda a circular na net, num blogue que sigo e do qual gosto.

09/03/2011

Uma perspectiva diferente

 

Aquilo somos nós. Ali se encontram todas as pessoas que conhecemos, todos os locais que visitámos e tudo o que aprendemos ao longo do caminho. As memórias de infância, os sorrisos e as lágrimas, os beijos e os pontapés no cú, tudo o que nós somos e sonhamos ser, as nossas crenças e o conhecimento que adquirimos, as virtudes e os defeitos. Ali está a vida, a sua biologia, química e física, a essência e a consciência - algumas vezes inflamada outras vezes oprimida - do que somos, mas sempre essa presença da nossa própria importância que nos enche e nos distancia de tudo e todos os que nos rodeiam, uma força criadora e altamente destruidora, o potencial e a frustração, a arte e a guerra. Dali não saímos. Aquilo também é a nossa alma, o nosso Deus e o céu. Aquele é o nosso tempo. Ali nascemos, ali vivemos e ali inevitavelmente morremos.

(João Freire)

Cinematic Orchestra - To Build a Home


P.S. - Inspirado numa outra perspectiva de Carl Sagan.

05/03/2011

01/03/2011

Dos parvos e parvas ao risco de dispersão

Haverá parvos que estudaram e são escravos? Claro que sim. Haverá parvos a escrever para o Destak? Claro que sim. O bom da parvoíce é o seu pendor democrático e maleável. Cabe em todo o lado, ataca todo o tipo de gente, e não é raro ver pessoas sãs a tomar atitudes parvas. Não são parvas mas fazem parvoíces. Claro que a linha entre uma deontologia e ontologia da parvoíce é ténue e por vezes indecifrável, mas quero acreditar sinceramente que no caso do editorial da Isabel Stilwell foi apenas um texto parvo. É a generalização que me custa e eu que estudei a ciência da generalização importo-me com esse aspecto, pois quando se diz que “se estudaram e são escravos, são parvos de facto”, está-se a colocar toda a gente que estudou e se encontra em precariedade no mesmo saco, desde logo os parvos, que existirão também, e os outros que, tendo gasto “o dinheiro dos pais e o dos nossos impostos a estudar”, aprenderam muita coisa mas não conseguem entrar no mercado de trabalho, por muito que procurem. Claro que não são escravos no sentido literal da palavra, nem sequer estão queimados do sol, pois trabalham, não andam de tanga, recebem algum dinheiro e até têm alguns luxos, como o direito à manifestação e à Internet, e perdoe-se os jovens e os “Deolinda” que a conduziram ao engano do sentido da palavra escravo. Terão utilizado uma palavra exagerada para designar uma preocupação que não tem nada de exagero. A verdade é que muita gente estudou o caparro durante anos, pensando que essa via podia permitir-lhe uma vida melhor, para no fim descobrir que essa vida não chegaria tão facilmente. E ninguém compreendia esse facto. O aumento exponencial de licenciados contrapunha-se a um tempo não muito longínquo em que todos os Doutores se empregavam ao sair das Universidades. Esse é que era o tempo dos verdadeiros Doutores, que ainda hoje utilizam esse vocábulo como nome próprio. Agora, mesmo procurando, indo a consecutivas entrevistas, chorando, lutando, arranjando outros trabalhos, consegue-se, mas demora mais tempo, custa mais e recebe-se menos, ao abrigo de contratos que não oferecem regalias nenhumas, mantendo os Licenciados à tangente do mercado de trabalho real. Mas não se pense que é só a precariedade ou uma dor de crescimento dos jovens, que são os jovens a lutar por si. Não, a ferida vai mais fundo. É certo que é um movimento propulsionado pelos jovens, um movimento que nasce na comunicação entre os jovens, mas é um movimento de partilha, de partilha de histórias de indignação que afectam a todos, das crianças aos velhos, um movimento que comunga da constatação de que caminhamos para algo pior e de que é preciso fazer algo quanto antes. Assim nasce uma manifestação. Mas o que farão os jovens, perguntar-lhes-ão debaixo dos holofotes, debaixo de sorrisos, enquanto os vêem a gaguejar com os cartazes na mão cheios de reivindicações avulsas. E a resposta terá de ser: nada! Não temos de fazer nada, ninguém, para além dos políticos, tem de fazer nada, para isso os elegemos. Podemos ajudar, podemos discutir soluções e levá-las ao conhecimento de quem de direito, podemos continuar a trabalhar para aumentar a produtividade do país, mesmo naqueles empregos de merda que nos sufocam, mas nós não temos de governar. Há no entanto algo que podemos fazer e esse terá de ser o objectivo da manifestação que se avizinha. Há que mostrar que há muita coisa mal, que ninguém está satisfeito e que eles têm de governar melhor, e é esse o único “basta” que pode ser gritado dia 12, lembrando-lhes que têm de governar para o povo e não apesar do povo. A verdade é que a democracia, nos moldes em que se tem apresentado em Portugal, não tem funcionado (basta ver uma discussão parlamentar para perceber isso). Todos nós estamos habituados a trabalhar com pessoas de quem não gostamos, debaixo de ideias que não defendemos, mas todos fazemos o nosso trabalho, trabalhando para o sucesso da nossa organização e da tarefa que temos em mãos. Mas na política isso não acontece. Não há clareza, não há rumo, não há transparência e não há seguramente um compromisso político pelo bem comum. O poder, mais do que uma ferramenta, é o objectivo – é essa a ideia que passa para os cidadãos – e, quando se alcança, o poder não se usa em favor do bem comum, mas apenas e só em favor… E isso é que tem de acabar, é isso que basta e é esse grito que importará fazer dia 12..


(João Freire)