28/09/2009

prologue
Confesso que pelo nome, pensei tratar-se de mais um filme de terror sobre o Apocalipse e é claro que só depois de saber quem o tinha realizado, pude ficar na dúvida.
Mesmo assim, tive que ver o trailer, antes de ver o filme.

chapter one: grief
O Anticristo de Lars Von Trier ("Ondas de Paixão"; "Dancer in the Dark"; "Dogville"...) é mais um filme de autor, e não digo isto com desprezo!

chapter two: pain (chaos reigns)
Quem conhece este realizador dinamarquês, sabe que ele é capaz de provocar em nós um mal-estar profundo, (que pode levar muita gente ao desligar do "play" ou à saída permanente, da sala de cinema) e que começa pela tremenda tristeza/dor que tão bem consegue mostrar na tela e transportar para fora da mesma, ao mesmo tempo que nos brinda e alicia com fantásticos planos de câmara e música a condizer, conseguindo fazer com tudo isto, arte. (aqui permiti-me este laivo de excessividade porque por vezes ao gostar de uma coisa, consigo ser demasiado parcial :)

chapter three: despair (gynocide)
O filme relata a história de um casal. Ela uma historiadora obcecada pelo seu ensaio e ele um psiquiatra que toma a sua mulher como objecto de estudo. Ambos sofrem pela perda do único filho, e tentam de tudo para exteriorizar e expurgar a dor com sessões de "terapia caseira".

chapter four: the three beggars
Com uma fotografia estrondosa, um desempenho fantástico de Charlotte Gainsbourg e Willem Dafoe e uma teia metafórica que nos vai puxando mais a cada piscar de olhos, o Anticristo é talvez, como muitos dizem, um filme-consequência da depressão por que passou o realizador, que pensava já não conseguir fazer filmes. Uma, quiçá, expurgação do demónio...

epilogue
"A grieving couple retreat to ’Eden’, their isolated cabin in the woods, where they hope to repair their broken hearts and troubled marriage. But nature takes its course and things go from bad to worse…"






Ps: O filme tem cenas tremendamente chocantes e pormenores de sexo explícito. Beware! :|


entrevista polémica a Lars von Trier em Cannes

26/09/2009

Truísmos de um dia de reflexão

Não gosto de políticos.
Não será só culpa dos ditos. Não gosto de muita gente e por isso os políticos não são excepção.
Sei que é feio generalizar, pelo que assumo a minha fatia de culpa. Mas o desdém com que eu encaro o ofício e as pessoas que o materializam é, se não o maior, um dos maiores ódios que posso nutrir por algo ou alguém e eles não contribuem muito para inverter esta minha opinião.

Por exemplo...
Não gosto de José Sócrates. Essa é fácil. Como diria a canção: “Não sou o único”.
Tudo em Sócrates parece artificial, desde o ar de galã à forma como fala, ou seja, a forma como trata o eleitorado como uma mulher que pretende conquistar: percebendo que as mulheres na faixa etária dos 18 aos 50 gostam de homens responsáveis (com filhos ou animais de estimação) disponíveis… e que têm muita lábia.

Não gosto de Manuela Ferreira Leite porque para além do ar de professora de colégio interno (com paternalismo incluído e tudo), pertence àquele grande núcleo de políticos que nunca sai completamente do espectro partidário, aliás, permanecem mesmo como espectros, aliás, parece mesmo um espectro (se bem que a aparência não possa servir de justificação para não se votar em alguém).

Não gosto de Paulo Portas porque é populista, demagógico, nacionalista e betinho. Tem tudo pensado para dizer o que as pessoas – algumas pessoas! – querem ouvir. Daí o seu sucesso em feiras.

Não gosto de Francisco Louçã porque é parecido ao Paulo Portas, mas com uma agenda diametralmente oposta. Francisco Louçã tem sempre razão – é daquele tipo de pessoas que nunca perde uma discussão, independentemente de ter ou não ter razão. Só difere do Paulo Portas nas feiras que frequenta.

Finalmente: eu até gosto de Jerónimo Sousa, acho que será até um sentimento comum a muita gente, mas ouvi-lo dizer, naquelas entrevistas à moda de teste americano que foram para o ar na SIC há umas semanas, que chora "com alguma facilidade perante situações de violência com os mais fracos" e que
, quando a jornalista (Raquel Alexandra) lhe pergunta se já chorou a ver algum filme, responde rapidamente "Chove sobre santiago", dá-me arrepios de tanto panfletarismo comunista, impossibilitando-me assim de o levar a sério e de o tomar como hipótese de voto.

Ser político é assumir todas as falhas de carácter como virtudes:
- Só os políticos negam a humildade para se diferenciarem dos outros sem serem acusados de gabarolice;
- Só os políticos fazem do apontar o dedo um acto comum sem serem chamados queixinhas;
- Só os políticos evocam o passado em favor de um argumento sem se sentirem rancorosos;
- Só os políticos troçam dos outros políticos sem que ninguém lhes diga que isso é má-educação;
- Só os políticos generalizam qualquer facto como argumento para explicar uma parte sem ninguém lhes lembrar que isso pode ser discriminação;
Mas esta gente nunca ouviu os conselhos das suas avós?

A política, em Portugal, continua a ser a mesma politiquice do início da Democracia.
Sendo assim, enquanto atravessa a fase parva da puberdade, eu abstenho-me de a tentar compreender, recusando-me a participar nas suas aventuras de juventude.
Por estas e por outras, simplesmente não voto.

(João freire)


P.S. - Se ainda votasse na freguesia de onde sou natural, até seria capaz de votar nas eleições autárquicas que se avizinham, porque uma das listas contém gente que eu conheço e sei que vale mesmo pelo que diz.

23/09/2009

Uma noite no Insólito Bar, em Braga

Braga, mais do que uma cidade onde fui muito feliz ou muito triste… ou muito bêbado, é a cidade que me ensinou mais sobre a vida.
- Ver Braga por um canudo - diziam-me.
Mas mais do que ver Braga por um canudo de licenciado, foi lá que, para o bem e para o mal, me transformei no homem que sou.
Por isso, sempre que lá volto e olho os sítios por onde passei e vejo algumas das pessoas que por lá me acompanharam, mesmo os que não conhecia, não consigo deixar de lembrar o rapazinho que era (ao ponto dos meus colegas de casa não acreditarem que eu iria ficar com eles no dia em que cheguei), assim como não consigo deixar de sentir uma certa nostalgia pelo tempo que vivi lá como estudante. Nunca mais vai ser o mesmo!
Ficam, no entanto, as pessoas, a cidade e tudo o que aprendi… para sempre.



(No fim da parte sobre Braga, que é relativamente curta, há uma surpresa musical)


(João Freire)

20/09/2009

18/09/2009

Simpson Sky

Às vezes (por muito abichanado que isso possa parecer) olho para o céu e penso que as nuvens se assemelham àquelas que aparecem no genérico dos Simpsons. Nessas alturas fico contente e assumo que as minhas ideias são o máximo da originalidade, enquanto pronuncio as palavras Simpson Sky, porque acho que soa bem. Não é o céu dos Simpson, mas o céu Simpson, como se também ele fosse uma personagem indissociável da família na série animada. Claro que as minhas ideias não são originais! E basta procurar no google para ver que não são. Ainda assim.


nota: Já vi melhores e mais parecidas, mas na altura em que as vi não tive presença de espírito ou equipamento necessário para segurar a imagem. Fica para a próxima

14/09/2009

04/09/2009

Ninguém responde não quando se pergunta se está tudo bem

Quando alguém nos diz que está triste ou, sem o dizer, nos manifesta isso mesmo de qualquer forma, não cria em nós nenhum sentimento positivo em relação a essa pessoa!
(A pena será o sentimento mais distante do amor e do respeito)
Cria, sim, um sentimento positivo em nós, que estamos melhor, que não estamos tristes, que não estamos dispostos a dizer tanto de nós para nada, que não caímos, enfim, na vergonha de nos despirmos em público.


E depois há pessoas para as quais nenhuma resposta é a correcta, pessoas para quem nada parece certo e quanto mais dizemos, mais fazemos ou escrevemos... pior é.
Quem conseguir dizer o que está certo, à pessoa certa, no momento certo, sem falar de mais ou de menos (o que seria a quantidade certa), atingirá a felicidade, ajudando a espalhá-la.

(João Freire)

01/09/2009

'Funk' you all

Rage against the machine - Renegades of Funk



Para quem não sabe, uma versão disto

Apontamento: Faltaram 7