Trilho dos Três Rios - Albergaria-a-Velha
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O Trilho dos Três Rios (PR2 ALB), no concelho de Albergaria-a-Velha, é bem
capaz de ser um dos melhores percursos do país devido ao seu enquadramento
nat...
30/04/2008
Empresas de portugal, tretas e... cenas
E não é que depois de quase dois meses de tentativa de cancelamento de um serviço, a empresa, que tão mal falada tem sido, aparece, numa tentativa que louvo, a tentar convencer-me a não mudar de serviço. Dizem eles que estão a "contactar para informar de uma promoção". Dizem eles que estão a contactar-me porque para eles "todos os clientes são importantes", dizem eles que o serviço é mais evoluído (com uma tecnologia que só chegará às outras empresas daqui a 7 anos), mais barato (oferecendo até o fim de uma ou outra mensalidade entre múltiplas outras recompensas pela minha importânica na empresa, visto que, para eles "são os clientes que fazem a empresa). Dizem eles muita coisa. Falei com o operador, que era muito resiliente, durante 22 minutos e 15 segundos. Qual namorada atenciosa (ou chata!), tentou utilizar todos os argumentos para me convencer a não adoptar o serviço novo e manter-me com o velho. Voltando à analogia da namorada, tentou mostrar-me que as amigas dela ou as minhas múltiplas (?) conquistas pelas quais eu me interessara depois dela não passariam de umas cabras comparadas com ela e que ela agora até se disporia a fazer coisas que nunca antes fizera a um preço que nunca antes exigira. Poderia ter sido antipático e explanar no pobre operador todo o meu vernáculo recentemente adquirido em visitas ao glorioso norte de Portugal. Mas não. pousei o telemóvel, liguei o modo de altavoz para não ter de estar com o aparelho encostado ao ouvido e falei calmamente com ele. Eu queria dizer tudo aquilo que não pude dizer nos telefonemas efectuados aquando das queixas ou das dúvidas perante o serviço que eles prestavam, mas queria essencialmente fazê-los perder tempo comigo e angariar escudos na conta do meu Pako. Fi-lo e senti-me bem com isso. No fim ainda perguntaram se tinha a certeza que queria cancelar o serviço (após os vários telefonemas, cartas e faxes, não sei qual seria a dúvida). Disse que sim, pediram-me que esperasse, esperei, confirmaram e avisaram depois que seria o último contacto. Não sei se senti alguma nostalgia ou se foi um gás estomacal que deambulou nas minhas entranhas. Sei sim que hoje, no que concerne às comunicações, foi um dia de só boas notícias.
P.S. - Onde se lê escudos deve ler-se cêntimos
(João Freire)
P.S. - Onde se lê escudos deve ler-se cêntimos
(João Freire)
29/04/2008
28/04/2008
A propósito do amor...
...e do que li aqui, senti-me compelida
a acrescentar um pouco mais, porque, o amor é e pronto!
O amor é tudo e nada ao mesmo tempo.
É calor, protecção e abuso.
É estranho, amigo e aliado.
O amor é tudo junto.
O amor sente-se nas coisas que fazemos, mas o amor
também se perde,
esgota-se e consome-nos.
E então, o amor foi.
Foi uma paixão que nasceu de um toque e nunca de uma
traição.
O amor é tal e qual o que cada um quer.
O amor é a lotaria que sorteia beijos, carícias, sexo... felicidade.
Mas é também um jogo de contradições.
O amor foi o que sofremos no passado, mas é também este
sentimento desvirtuado na virtualidade do tempo em que vivemos agora.
O amor é o tempo em que vivemos agora.
(Rápido, fugaz e pragmático)
O amor sou eu e mais qualquer coisa que sinto,
quando sinto qualquer coisa por alguém.
Por isso, o amor é esse alguém e tudo o que faço à volta
dele.
O amor é também ninguém.
Alguém que não se conhece fisicamente,
mas que criamos mentalmente para dar um corpo e uma cara, às palavras
que lemos.
E o amor são os sonhos que temos com essa pessoa.
Seja ela atingível ou não.
Porque o amor não escolhe.
O amor apenas é.
E ao sê-lo, faz de nós pessoas mais fracas,
impressionáveis, desesperadamente românticas,
mas ao mesmo tempo intensas e verdadeiras.
a acrescentar um pouco mais, porque, o amor é e pronto!
O amor é tudo e nada ao mesmo tempo.
É calor, protecção e abuso.
É estranho, amigo e aliado.
O amor é tudo junto.
O amor sente-se nas coisas que fazemos, mas o amor
também se perde,
esgota-se e consome-nos.
E então, o amor foi.
Foi uma paixão que nasceu de um toque e nunca de uma
traição.
O amor é tal e qual o que cada um quer.
O amor é a lotaria que sorteia beijos, carícias, sexo... felicidade.
Mas é também um jogo de contradições.
O amor foi o que sofremos no passado, mas é também este
sentimento desvirtuado na virtualidade do tempo em que vivemos agora.
O amor é o tempo em que vivemos agora.
(Rápido, fugaz e pragmático)
O amor sou eu e mais qualquer coisa que sinto,
quando sinto qualquer coisa por alguém.
Por isso, o amor é esse alguém e tudo o que faço à volta
dele.
O amor é também ninguém.
Alguém que não se conhece fisicamente,
mas que criamos mentalmente para dar um corpo e uma cara, às palavras
que lemos.
E o amor são os sonhos que temos com essa pessoa.
Seja ela atingível ou não.
Porque o amor não escolhe.
O amor apenas é.
E ao sê-lo, faz de nós pessoas mais fracas,
impressionáveis, desesperadamente românticas,
mas ao mesmo tempo intensas e verdadeiras.
27/04/2008
Elogio ao amor
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em 'diálogo'. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão que devia ser desmedida é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam 'praticamente' apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor "cego", do amor "estúpido", do amor "doente", do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões , farto de conveniências de serviço.Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do 'tá bem, tudo bem', tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas, já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso 'dá lá um jeitinho sentimental'. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A 'vidinha' é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado que quem vive feliz. Não se pode ceder. ão se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também"
(Miguel Esteves Cardoso)
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em 'diálogo'. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão que devia ser desmedida é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam 'praticamente' apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor "cego", do amor "estúpido", do amor "doente", do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões , farto de conveniências de serviço.Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do 'tá bem, tudo bem', tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas, já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso 'dá lá um jeitinho sentimental'. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A 'vidinha' é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado que quem vive feliz. Não se pode ceder. ão se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também"
(Miguel Esteves Cardoso)
24/04/2008
A 1ª reunião ou as pessoas que vamos conhecendo...
Ok.
Começou a explicar-me qualquer coisa. Estou atenta. Recebo toda a informação que desconheço e o meu cérebro comporta-se como um cérebro normal; guardando a informação necessária, e deixando de lado a que não interessa.
Até agora, parece-me bem.
O problema é quando a explicação se alonga em ítems, pontos e parágrafos e Powerpoint floridos com músicas de elevador para justificar e exemplificar uma coisa que eu já percebi.
É aqui, que no meu cérebro se desenrola uma nova acção. Não mais a de arquivação de informação, mas sim a de arrumação da arquivação. Ou seja. Deixei de estar atenta à explicação, para me concentrar em arrumar as pequenas caixas ou módulos, no meu cérebro. E isto tem tanto de obsessivo compulsivo como de estranho e neurótico.
Sim, o resto do monólogo, barra, explicação, prossegue e eu continuo a ouvir, mas muito vagamente, apesar de estarmos só os dois na sala, de ele estar sentado na mesma mesa, a 5 palmos de mim e à minha frente.
Aceno com a cabeça, solto onomatopeias mas, jogo tetris com a informação que tinha recebido há 5 minutos atrás, na minha mente. E para parar de arrumar as tais caixas umas em cima das outras, desviar as anteriores e colocá-las outra vez no mesmo sítio... basta apenas uma palavra ou uma acção. E ele conseguiu essa palavra.
E estou novamente atenta até à próxima explicação pormenorizadamente especificada que me leva ao bocejo mental.
A parte de o imaginar nu e de morder os lábios para não me rir às gargalhadas só acontece muito raramente. É preciso preencher certos requisitos... Hoje foi uma dessas raras ocasiões. E o facto dele ser do norte e ter um sotaque engraçado também não ajudou muito.
22/04/2008
Sei o que quero, mas não sei se o diga
Diz-se por aí que devemos visualizar os nossos sonhos, que devemos saber o que queremos e dizê-lo ao nosso cérebro através de um texto que relemos ou de um quadro para o qual olhamos todos os dias. Será necessário fazer um projecto da nossa vida, centrado nos objectivos e sonhos, para que o cérebro o estruture nos processos a desencadear para nos guiar até ele. Pois bem, eu sou tão aberto às tretas new age como qualquer um e o raciocínio até me parece lúcido o suficiente para o fazer. Tanto que o fiz. Comecei a fazer isso no ambiente de trabalho do meu computador, colocando todas as coisas que quero emular ou conseguir ao longo da minha vida, mas reparei de imediato que ao fazer isso já estava com medo de ficar aquém daquilo a que me propunha e em vez de ambicionar ter, por exemplo, um super carro (um Porsche 911 Turbo, um Audi R8, um Mercedes C63 AMG ou um BMW M3), comecei a decrescer nas minhas exigências. "Para quê um Mercedes de 6 litros se um de 2 já é mais que suficiente!"
Ora… Há aqui um processo de readaptação que, por si só, já quererá dizer alguma coisa. Este plano só funcionará se formos conseguindo o que nos propomos ao longo do tempo, pois se as coisas começarem a ficar inevitavelmente para trás, pode dar-se o efeito contrário de depressão e insucesso constante. E se, por acaso, daqui a cinquenta anos olhar para o quadro que fiz e vir que não consegui nada daquilo a que me propunha? Será pior não ter expectativas ou ficar aquém delas?
A propósito desta discussão, lembro-me de um filme e, mais uma vez com muito trabalho para traduzir e legendar, desta cena:
E depois disto já não sei se deva fazer o tal quadro dos sonhos.
Será bom termos sonhos e objectivos, mas não sei até que ponto será útil concretizá-los como metas, que, quer se queira quer não, definirão o nosso sucesso enquanto indivíduos.
(João Freire)
Reaproveitado para o desafio de Novembro da Fábrica de Letras, subordinado ao tema "Sonhos".
P.S. - A cena é do filme Confessions of a Dangerous Mind, de George Clooney
Ora… Há aqui um processo de readaptação que, por si só, já quererá dizer alguma coisa. Este plano só funcionará se formos conseguindo o que nos propomos ao longo do tempo, pois se as coisas começarem a ficar inevitavelmente para trás, pode dar-se o efeito contrário de depressão e insucesso constante. E se, por acaso, daqui a cinquenta anos olhar para o quadro que fiz e vir que não consegui nada daquilo a que me propunha? Será pior não ter expectativas ou ficar aquém delas?
A propósito desta discussão, lembro-me de um filme e, mais uma vez com muito trabalho para traduzir e legendar, desta cena:
E depois disto já não sei se deva fazer o tal quadro dos sonhos.
Será bom termos sonhos e objectivos, mas não sei até que ponto será útil concretizá-los como metas, que, quer se queira quer não, definirão o nosso sucesso enquanto indivíduos.
(João Freire)
Reaproveitado para o desafio de Novembro da Fábrica de Letras, subordinado ao tema "Sonhos".
P.S. - A cena é do filme Confessions of a Dangerous Mind, de George Clooney
O holocausto e links engraçados para desanuviar
Quando o Supremo Comandante das Forças aliadas, General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos, "Que se tenha o máximo de documentação - façam filmes - gravem testemunhos - porque, em algum ponto ao longo da história, algum idiota se erguerá e dirá que isto nunca aconteceu", disse.
Num Mundo em que o medo impera sobre a razão, chegámos ao ponto em que o Holocausto é posto em causa num acesso de burrice que a todos envergonha. A luta entre o oriente e o Ocidente assume níveis de estupidez que tornam o conflito eminente e a uma escala nunca vista. Assim, com discussões inflamatórias sobre caricaturas e com presidentes como o engraçado Bush e o patético Ahmadinejad, nada de bom se prevê.
Porque o holocausto aconteceu
"Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam."
Edmund Burke
Num Mundo em que o medo impera sobre a razão, chegámos ao ponto em que o Holocausto é posto em causa num acesso de burrice que a todos envergonha. A luta entre o oriente e o Ocidente assume níveis de estupidez que tornam o conflito eminente e a uma escala nunca vista. Assim, com discussões inflamatórias sobre caricaturas e com presidentes como o engraçado Bush e o patético Ahmadinejad, nada de bom se prevê.
Porque o holocausto aconteceu
"Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam."
Edmund Burke
21/04/2008
Senhoras e senhores... o manualista!
Queen - Bohemian Rhapsody
Yakety Sax - Benny Hill Theme
James Brown - I Feel Good
Há mais. Muitas mais. E todas elas, excelentes! Este senhor é um artista!
Yakety Sax - Benny Hill Theme
James Brown - I Feel Good
Há mais. Muitas mais. E todas elas, excelentes! Este senhor é um artista!
20/04/2008
Empresas de Portugal... o aroma* da natureza
Há empresas em Portugal que abusam da sua posição dominante no mercado.
Há empresas em Portugal que usam a falta de transparência como forma de negócio.
Há empresas em Portugal que preferem chupar o cliente do que fidelizá-lo.
Há muitas empresas assim em Portugal…
Há uma, por exemplo, que exerce a sua actividade na área das comunicações e que não deixa ninguém indiferente. De facto, quem não tem queixa dessa empresa portuguesa na área das comunicações? Chamemos-lhe comunicações PT para abreviar, uma vez que é uma empresa de comunicações que é de Portugal, mas podíamos chamar-lhe outros nomes. Esta empresa tem vários serviços, entre os quais o da Internet, ao qual estão acoplados várias características e respectivos preços. Assinar é fácil, não custa nem demora mais do que um telefonema. Apenas temos de esperar uns dias e depois é sempre a assapar, como dizíamos na escola quando éramos novos. E é. Não é à velocidade que eles dizem e o tráfego que publicitam está sujeito a intervenções duvidosas (ficam a saber, em jeito de exemplo, que, apesar do serviço que dispomos ser dos mais baratos do pacote, podemos activar o tráfego internacional por apenas um acrescento de uma módica quantia à nossa factura mensal, mas depois quando queremos desactivar essa opção ela não existe. Activar? “Muito bem, clique aqui”. Desactivar? “Ah, não. Isso é preciso telefonar e não sei ao certo se não terá de mandar todos os seus dados pessoais e os do seu gato, uma vez que me disse que tinha um gato – aliás, não me disse, mas eu ouvi-o a miar num dos seus telefonemas e, como sabe, quando tem um gato, tem de enviar todos os dados para a comunicações PT”). Mas é, apesar de tudo, a assapar. O problema nestas empresas, o grande problema, digamos, e na comunicações PT em especial, é mesmo quando queremos cancelar o serviço. Obviamente, porque somos pessoas informadas, consultamos a página da Internet à procura do contracto e dos assistentes visuais que nos informem sobre o que fazer. Quando encontramos, numa sub-página de uma sub-página de um link que quase não tem a ver com a empresa, é-nos dito que um simples telefonema basta. Aqui entram os telefonemas e, pasme-se, aquilo que me parece ser a maior forma de negócio da empresa, pois a chamada é a pagar e todo o enredo do telefonema é feito para nos fazer desperdiçar a maior quantidade de tempo e, logo, pagar mais por isso. Para além disso, sabendo que é a pagar, os utentes não insistem tanto nas dúvidas que têm e as acções de formação que os operadores têm ajudam a lidar com o mais resoluto dos clientes. Fazemos esse telefonema e depois de nos passarem de operador para operador dizem que assim só não dá, que fazem o cancelamento via telefone, mas que precisam dos dados do utilizador, com Bilhete de Identidade e assinatura e só depois de receberem os dados é que podem iniciar o processo de cancelamento que demora 20 dias. Ou seja, é preciso fazer dois cancelamentos. Dirigimo-nos à loja onde pagamos as nossas contas de Internet e dizem o mesmo, que é preciso enviar! Tenho a impressão de que se fosse á sede me diziam o mesmo. Depois mandamos tudo o que pedem, e como pensamos que somos pessoas informadas, até mandamos tudo na forma de uma carta registada com aviso de recepção. Uma semana e meia depois recebemos uma carta - li num fórum da Internet que acontece sempre isto com esta empresa -, e nessa carta diz que falta um documento e que só quando mandar esse documento é que podem iniciar novamente o processo de cancelamento do serviço, ou seja, mais vinte dias. Verdade seja dita que desta vez até facilitam e o envio pode ser feito via fax. Depois, mas neste caso acho que fui só eu, ainda recebi uma mensagem a dizer que “conforme o pedido, o serviço [nome de um anfíbio verde de pequenas dimensões] ADSL iria continuar activo"!
Há empresas que preferem lidar com os clientes como se fossem chulos ou vendedores de Crack e para esses há várias soluções. Que publicidade esperam eles que eu faça do seu serviço? Não saberão eles que há outros vendedores de droga ou que até poderei deixar o vício? Não adianta por isso utilizarem nomes de animais ou de pronomes ou de outra coisa qualquer nos vossos produtos, para esconder a verdade do monstro que está por trás a mexer os cordelinhos, porque toda a gente sabe quem são e a longo prazo são vocês que perdem mais ou, numa linguagem que vocês entendem, que ganham menos.
Há empresas que nunca aprendem.
(João Freire)
*o aroma é cheiro a merd@
Há empresas em Portugal que usam a falta de transparência como forma de negócio.
Há empresas em Portugal que preferem chupar o cliente do que fidelizá-lo.
Há muitas empresas assim em Portugal…
Há uma, por exemplo, que exerce a sua actividade na área das comunicações e que não deixa ninguém indiferente. De facto, quem não tem queixa dessa empresa portuguesa na área das comunicações? Chamemos-lhe comunicações PT para abreviar, uma vez que é uma empresa de comunicações que é de Portugal, mas podíamos chamar-lhe outros nomes. Esta empresa tem vários serviços, entre os quais o da Internet, ao qual estão acoplados várias características e respectivos preços. Assinar é fácil, não custa nem demora mais do que um telefonema. Apenas temos de esperar uns dias e depois é sempre a assapar, como dizíamos na escola quando éramos novos. E é. Não é à velocidade que eles dizem e o tráfego que publicitam está sujeito a intervenções duvidosas (ficam a saber, em jeito de exemplo, que, apesar do serviço que dispomos ser dos mais baratos do pacote, podemos activar o tráfego internacional por apenas um acrescento de uma módica quantia à nossa factura mensal, mas depois quando queremos desactivar essa opção ela não existe. Activar? “Muito bem, clique aqui”. Desactivar? “Ah, não. Isso é preciso telefonar e não sei ao certo se não terá de mandar todos os seus dados pessoais e os do seu gato, uma vez que me disse que tinha um gato – aliás, não me disse, mas eu ouvi-o a miar num dos seus telefonemas e, como sabe, quando tem um gato, tem de enviar todos os dados para a comunicações PT”). Mas é, apesar de tudo, a assapar. O problema nestas empresas, o grande problema, digamos, e na comunicações PT em especial, é mesmo quando queremos cancelar o serviço. Obviamente, porque somos pessoas informadas, consultamos a página da Internet à procura do contracto e dos assistentes visuais que nos informem sobre o que fazer. Quando encontramos, numa sub-página de uma sub-página de um link que quase não tem a ver com a empresa, é-nos dito que um simples telefonema basta. Aqui entram os telefonemas e, pasme-se, aquilo que me parece ser a maior forma de negócio da empresa, pois a chamada é a pagar e todo o enredo do telefonema é feito para nos fazer desperdiçar a maior quantidade de tempo e, logo, pagar mais por isso. Para além disso, sabendo que é a pagar, os utentes não insistem tanto nas dúvidas que têm e as acções de formação que os operadores têm ajudam a lidar com o mais resoluto dos clientes. Fazemos esse telefonema e depois de nos passarem de operador para operador dizem que assim só não dá, que fazem o cancelamento via telefone, mas que precisam dos dados do utilizador, com Bilhete de Identidade e assinatura e só depois de receberem os dados é que podem iniciar o processo de cancelamento que demora 20 dias. Ou seja, é preciso fazer dois cancelamentos. Dirigimo-nos à loja onde pagamos as nossas contas de Internet e dizem o mesmo, que é preciso enviar! Tenho a impressão de que se fosse á sede me diziam o mesmo. Depois mandamos tudo o que pedem, e como pensamos que somos pessoas informadas, até mandamos tudo na forma de uma carta registada com aviso de recepção. Uma semana e meia depois recebemos uma carta - li num fórum da Internet que acontece sempre isto com esta empresa -, e nessa carta diz que falta um documento e que só quando mandar esse documento é que podem iniciar novamente o processo de cancelamento do serviço, ou seja, mais vinte dias. Verdade seja dita que desta vez até facilitam e o envio pode ser feito via fax. Depois, mas neste caso acho que fui só eu, ainda recebi uma mensagem a dizer que “conforme o pedido, o serviço [nome de um anfíbio verde de pequenas dimensões] ADSL iria continuar activo"!
Há empresas que preferem lidar com os clientes como se fossem chulos ou vendedores de Crack e para esses há várias soluções. Que publicidade esperam eles que eu faça do seu serviço? Não saberão eles que há outros vendedores de droga ou que até poderei deixar o vício? Não adianta por isso utilizarem nomes de animais ou de pronomes ou de outra coisa qualquer nos vossos produtos, para esconder a verdade do monstro que está por trás a mexer os cordelinhos, porque toda a gente sabe quem são e a longo prazo são vocês que perdem mais ou, numa linguagem que vocês entendem, que ganham menos.
Há empresas que nunca aprendem.
(João Freire)
*o aroma é cheiro a merd@
19/04/2008
"Todo o músico quer ser ouvido"
Foi assim que começou mais um documentário sobre "O segredo das Coisas", passado ontem no Discovery Channel...
18/04/2008
Individualidade
"Uma pessoa é uma pessoa diferente para cada um. Uma pessoa são muitas pessoas juntas numa só. Uma pessoa vai sendo várias pessoas ao longo do tempo e por vezes tem dificuldade em se reconhecer naquilo que foi."
in Histórias Verdadeiras, por Pedro Paixão
in Histórias Verdadeiras, por Pedro Paixão
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Sambo
Sambo is a modern martial art and combat sport that was developed to enhance the military's hand-to-hand combat system in the former Soviet Union. In 1938, it was named the official sport of the USSR. Sambo combines a variety of wrestling styles with east Asian martial arts, boxing, and even fencing, from which it derives its parrying and lunging techniques.
Sambo, muitas vezes escrita SAMBO, é um acrónimo para "САМозащита Без Оружия" (SAMozashchita Bez Oruzhiya) que significa "defesa própria sem armas".
17/04/2008
Bom dia... tristeza
acordei com os olhos mais pequenos... pequeninos.
não pude deixar de achar engraçado estar parecida com a Bjork
mas ao mesmo tempo, algo em mim voltou a chorar por dentro.
e agora, num pessimismo visionário que me parece normal de
quem está com SPM, observo os mesmos olhos semi-fechados,
semi-soterrados por pele que cada vez se torna mais frágil, mais macia...
mais moldável.
e se há um medo de que eu realmente tenho muito medo, é o de
acordar amanhã sem conseguir ver bem os meus olhos.
sem conseguir ver bem quase nada.
e quase nada será tudo o que eu preciso.
não pude deixar de achar engraçado estar parecida com a Bjork
mas ao mesmo tempo, algo em mim voltou a chorar por dentro.
e agora, num pessimismo visionário que me parece normal de
quem está com SPM, observo os mesmos olhos semi-fechados,
semi-soterrados por pele que cada vez se torna mais frágil, mais macia...
mais moldável.
e se há um medo de que eu realmente tenho muito medo, é o de
acordar amanhã sem conseguir ver bem os meus olhos.
sem conseguir ver bem quase nada.
e quase nada será tudo o que eu preciso.
16/04/2008
A propósito dos jogos Olimpícos que se avizinham, fica aqui uma lembrança da primeira nota 10 e do colapso das barras assimétricas
Nadia Comaneci ficou na história como uma das melhores ginastas de sempre, mas se há um momento que a define enquanto ginasta, esse momento é este: a primeira vez que alguém obteve a nota máxima num 10 sem mácula
Nadia Comaneci e a nota 10
Mas, para mim, se há um momento na ginástica que enuncia os predicados da forma correcta de estar na vida, esse momento não é a nota perfeita de Nadia Comaneci, mas sim a nota quase perfeita de Ludmilla Tourischeva contra todas as adversidades e com a classe e frieza de quem é melhor e mais forte do que o Mundo.
Ludmilla Tourischeva e o colapso das barras assimétricas
Nadia Comaneci e a nota 10
Mas, para mim, se há um momento na ginástica que enuncia os predicados da forma correcta de estar na vida, esse momento não é a nota perfeita de Nadia Comaneci, mas sim a nota quase perfeita de Ludmilla Tourischeva contra todas as adversidades e com a classe e frieza de quem é melhor e mais forte do que o Mundo.
Ludmilla Tourischeva e o colapso das barras assimétricas
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Equilibro
"Há dias em que tudo corre bem. Tenho medo desses dias, pois a última vez que pensei que era feliz foi quando uma parte do meu mundo se desmoronou. Sim, comecei a morrer no dia em que afirmei em voz alta que era feliz. Às vezes tudo parece descarrilar, passando de um sabor muito doce que nos aquece por dentro e nos faz sentir bem a outra coisa qualquer… desconfortável e fria, como uma constipação inconveniente. Convém manter um certo nível de insatisfação na nossa vida, contrariar a inveja. Afinal, não se pode desafiar o destino. Ouço-me a dizer frequentemente estas palavras: “Hoje não foi um dia bom” e tenho interiorizado em mim este pessimismo que me conforta. "
in excertos no telemóvel
Há qualquer coisa de maquiavélico na organização deste mundo. Falo deste porque é este que conheço, mas presumo que todos os outros se encontrarão face ao mesmo problema. Há quem diga que tudo no cosmos tende para o equilíbrio (a própria palavra cosmos deriva do gregos Kosmos que significará harmonia), que há sempre uma força oposta a toda a força que existe e que é da tensão entre essas forças contrárias que emerge o equilíbrio. É, aliás, fácil ver exemplos concretos dessa realidade bipartida e não interessará dissecar esses exemplos na medida em que todos os temos presentes. O que interessa sim, pelo menos para mim, neste momento, é a forma como esse equilíbrio se processa. Existem várias, chamemos-lhes, formas de encarar esta síntese hegeliana da vida, formas essas nas quais as nossas acções e talvez pensamentos passados fazem parte de uma parcela numa conta de somar com o resultado de zero. A religião, desde logo, apresenta-se como uma das responsáveis máximas na contribuição teórica para o equilíbrio na natureza, apontando o céu e o inferno, nas suas mais variadas formas, como metas na morte para o nosso comportamento, mas enrodilhando a vida com castigos e recompensas para os pecados ou virtudes terrenos. É entre estes máximos contrários que vivemos. Mas claro que também podemos falar da política. Tudo na política é aos pares. De facto, desde a luta de classes à direita e esquerda do espectro, tudo na política visa o confronto de contrários como forma de encontrar o socialismo, a igualdade, ou, mais correctamente, a utopia. Mas é nas coisas mundanas, na rotina individual e social que nós encontramos exemplos mais evidentes dessa luta tétrica de contrários. Falo por mim quando digo que a cada episódio positivo da minha vida se segues inevitavelmente um episódio negativo ou, no mínimo, a lembrança de que tal facto não é tão positivo quanto pensava – o que é deprimente – e logo anti-positivista e, logo, negativo. Identifiquei este fenómeno como o efeito “Titanic”, esse mesmo, o barco, pois foi no dia em que foi considerado inafundável que se afundou no meio do atlântico. Mas sendo assim, se a cada acção ou consequência positiva se segue uma negativa, porque é que não acontece ao contrário. E é precisamente aqui que eu quero chegar, ou seja, ao ponto por onde comecei, que é o do carácter maquiavélico desse equilíbrio. Como eu referi, costuma suceder um episódio negativo a um positivo muito mais do que um positivo a um negativo. Talvez seja da perspectiva, admito fortemente que assim seja, mas um dia destes comecei a deitar contas de cabeça e cheguei facilmente à conclusão de que em todo o nosso mundo (mais uma vez, falo só do mundo que conheço) há um défice enorme na tal conta de somar do universo que eu referi, um crédito que assenta na parte negativa da natureza, na infelicidade humana. È certo que as contas que fiz podem estar erradas, é certo também que as correntes de pensamento de que falei e outras que omiti fazem a apologia daquilo que se pode referir em sentido mais abrangente de Karma, como uma recompensa por serviços prestados. E eu admito que poderá haver uma recompensa numa vida seguinte, que poderá haver uma recompensa numa vida na morte e poderá inclusivamente haver uma recompensa nesta mesma vida, mas, para mim, aquilo a que chamam equilíbrio não será mais do que a natureza a medir forças connosco, a provar que é mais forte do que nós e não me parece que esteja enganada. Esse é o fim que ela pretende. Mas e daí, como não sou muito de branco ou preto, aposto num conceito que fica entre o pessimismo e o optimismo, refastelando-me no cinismo do meu cepticismo enquanto espero, como já espero há anos, que aprenda mais, que conheça mais e que finalmente se faça luz sobre o que é afinal esse equilíbrio para mim.
(João Freire)
in excertos no telemóvel
Há qualquer coisa de maquiavélico na organização deste mundo. Falo deste porque é este que conheço, mas presumo que todos os outros se encontrarão face ao mesmo problema. Há quem diga que tudo no cosmos tende para o equilíbrio (a própria palavra cosmos deriva do gregos Kosmos que significará harmonia), que há sempre uma força oposta a toda a força que existe e que é da tensão entre essas forças contrárias que emerge o equilíbrio. É, aliás, fácil ver exemplos concretos dessa realidade bipartida e não interessará dissecar esses exemplos na medida em que todos os temos presentes. O que interessa sim, pelo menos para mim, neste momento, é a forma como esse equilíbrio se processa. Existem várias, chamemos-lhes, formas de encarar esta síntese hegeliana da vida, formas essas nas quais as nossas acções e talvez pensamentos passados fazem parte de uma parcela numa conta de somar com o resultado de zero. A religião, desde logo, apresenta-se como uma das responsáveis máximas na contribuição teórica para o equilíbrio na natureza, apontando o céu e o inferno, nas suas mais variadas formas, como metas na morte para o nosso comportamento, mas enrodilhando a vida com castigos e recompensas para os pecados ou virtudes terrenos. É entre estes máximos contrários que vivemos. Mas claro que também podemos falar da política. Tudo na política é aos pares. De facto, desde a luta de classes à direita e esquerda do espectro, tudo na política visa o confronto de contrários como forma de encontrar o socialismo, a igualdade, ou, mais correctamente, a utopia. Mas é nas coisas mundanas, na rotina individual e social que nós encontramos exemplos mais evidentes dessa luta tétrica de contrários. Falo por mim quando digo que a cada episódio positivo da minha vida se segues inevitavelmente um episódio negativo ou, no mínimo, a lembrança de que tal facto não é tão positivo quanto pensava – o que é deprimente – e logo anti-positivista e, logo, negativo. Identifiquei este fenómeno como o efeito “Titanic”, esse mesmo, o barco, pois foi no dia em que foi considerado inafundável que se afundou no meio do atlântico. Mas sendo assim, se a cada acção ou consequência positiva se segue uma negativa, porque é que não acontece ao contrário. E é precisamente aqui que eu quero chegar, ou seja, ao ponto por onde comecei, que é o do carácter maquiavélico desse equilíbrio. Como eu referi, costuma suceder um episódio negativo a um positivo muito mais do que um positivo a um negativo. Talvez seja da perspectiva, admito fortemente que assim seja, mas um dia destes comecei a deitar contas de cabeça e cheguei facilmente à conclusão de que em todo o nosso mundo (mais uma vez, falo só do mundo que conheço) há um défice enorme na tal conta de somar do universo que eu referi, um crédito que assenta na parte negativa da natureza, na infelicidade humana. È certo que as contas que fiz podem estar erradas, é certo também que as correntes de pensamento de que falei e outras que omiti fazem a apologia daquilo que se pode referir em sentido mais abrangente de Karma, como uma recompensa por serviços prestados. E eu admito que poderá haver uma recompensa numa vida seguinte, que poderá haver uma recompensa numa vida na morte e poderá inclusivamente haver uma recompensa nesta mesma vida, mas, para mim, aquilo a que chamam equilíbrio não será mais do que a natureza a medir forças connosco, a provar que é mais forte do que nós e não me parece que esteja enganada. Esse é o fim que ela pretende. Mas e daí, como não sou muito de branco ou preto, aposto num conceito que fica entre o pessimismo e o optimismo, refastelando-me no cinismo do meu cepticismo enquanto espero, como já espero há anos, que aprenda mais, que conheça mais e que finalmente se faça luz sobre o que é afinal esse equilíbrio para mim.
(João Freire)
15/04/2008
15 de Abril de 1912
The Titanic was a massive ocean liner that was thought to be virtually unsinkable. She was on her maiden voyage and carrying more than 2,200 passengers and crew when she struck an iceberg on April 14, 1912, and sank early the next morning. More than 1,500 lives were lost in the disaster.
Ser ou não.
"To be or not to be, that is the question."
(William Shakespeare)
(William Shakespeare)
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Já agora...
Bob Crewe & Charles Fox - Barbarella (OST)
Eugen Jochum- O Fortuna (Carl Orff)
(a má qualidade de imagem deve-se pura e simplesmente ao programa usado para edição de vídeo - windows movie maker... err)
Eugen Jochum- O Fortuna (Carl Orff)
(a má qualidade de imagem deve-se pura e simplesmente ao programa usado para edição de vídeo - windows movie maker... err)
14/04/2008
Imagino o dia
Imagino o dia em que esteja ao teu lado, apertando-te a mão com a força do nosso amor, e um rebento desse mesmo amor surja, na forma de um ruidoso e chorão bebé, que nos espantará com a sua beleza, entorpecendo-nos a alma, a vontade própria e tudo o resto que deixa de fazer sentido para além dele. Imagino também o que sentiremos, aquilo que perdurará para além do choro de felicidade que te ilumina a cara, e como tudo ficará depois disso. A beleza inexcedível do nosso filho, o futuro promissor, a perfeição em potência… Apenas podemos desejar pelo melhor. Há quem diga que a partir na nascença é sempre a descer, que tudo vai descambando lentamente na normalidade da vida, mas não quero acreditar nisso. Por enquanto há esperança e correu tudo bem, saiu perfeitinho e a contagem dos dedos é apenas uma confirmação tonta dessa mesma normalidade. Mas como seria se não fosse assim, se não fosse perfeitinho e tivesse, por exemplo, uma grave doença mental? Ou como seria se tivéssemos descoberto nos três ou quatro meses de gestação que iria ser uma criança com uma deficiência física incapacitante? Que decisões teríamos tomado? Sempre pensei que não conseguiria lidar com esse tipo de situações, que sofreria irremediavelmente se descobrisse que o meu filho necessitaria de acompanhamento especial, mas não posso dizer muito sobre isso... ninguém pode e apenas podemos esperar que tudo corra bem connosco, ao menos connosco.
Segundo um artigo da Newsweek o custo dos tratamentos e cuidados de uma pessoa que sofra de autismo ao longo da sua vida ronda os 2 milhões de euros.
(João Freire)
Segundo um artigo da Newsweek o custo dos tratamentos e cuidados de uma pessoa que sofra de autismo ao longo da sua vida ronda os 2 milhões de euros.
(João Freire)
Música brasileira da boa... merda é lá para o acordo ortográfico que tanto privilegia os brasileiros!
Tom Zé - Pisa Na Fulô
Ellis Regina e Tom Jobim - Águas de Março
Ellis Regina e Tom Jobim - Águas de Março
12/04/2008
Ten best things to say if you get caught sleeping at your desk
10. "They told me at the blood bank this might happen."
9. "This is just a 15 minute power nap like they raved about in that time management course you sent me to."
8. "Whew! Guess I left the top off the white out. You probably got here just in time."
7. "I wasn`t sleeping, I was meditating on the mission statement and envisioning a new paradigm."
6. "I was testing my keyboard for drool resistance."
5. "I was doing a highly specific Yoga exercise to relieve work-related stress. Do you discriminate against people who practice Yoga?"
4. "Why did you interrupt me? I had almost figured out a solution to our biggest problem."
3. "The coffee machine is broken."
2. "Someone must have put decaf in the wrong pot."
1. " ... in God`s name, Amen."
9. "This is just a 15 minute power nap like they raved about in that time management course you sent me to."
8. "Whew! Guess I left the top off the white out. You probably got here just in time."
7. "I wasn`t sleeping, I was meditating on the mission statement and envisioning a new paradigm."
6. "I was testing my keyboard for drool resistance."
5. "I was doing a highly specific Yoga exercise to relieve work-related stress. Do you discriminate against people who practice Yoga?"
4. "Why did you interrupt me? I had almost figured out a solution to our biggest problem."
3. "The coffee machine is broken."
2. "Someone must have put decaf in the wrong pot."
1. " ... in God`s name, Amen."
11/04/2008
11 de Abril de 1991
O Conselho de Segurança das Nações Unidas declara o cessar fogo oficial da Guerra do Golfo. Isto ocorreu cinco dias após o ditador do Iraque, Saddam Hussein, ter aceite os termos para o fim da guerra.
Os outros
"A day wasted on others is not wasted on one's self."
Charles Dickens
Charles Dickens
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10/04/2008
Sobre ajudar
Sobre ajudar, lembro-me de muito pouco. Acho que em toda a minha vida não terei contribuído muito mais do que o menos possível, mas lembro-me de duas vezes em que ajudei e não me senti muito bem com isso. Foram as únicas vezes que isso aconteceu. Numa, com a ABRAÇO, comprei uma fitinha que custava um euro, pagando com uma nota de cinco euros. Quando a senhora disse que não tinha troco – e como estava acompanhado de uma rapariga –, disse, orgulhoso, que podia ficar com o troco. Claro que não fiquei satisfeito porque a minha contribuição fora afectada pelo sentimento de vaidade perante a rapariga e não pela causa em si. Na outra vez que não fiquei satisfeito, embora de forma mais egoísta, porque acho que não me foi dado o devido valor pela acção que tive, foi quando comprei uns calendários a uns miúdos, que eles próprios tinham feito, mas que eu recusei, justificando essa recusa com a possibilidade de tornarem a vender o calendário, angariando assim mais dinheiro. Mas a cara do miúdo não foi de gratidão, antes de desprezo, como se achasse que eu não tivesse dado valor ao desenho. E o pior foi quando ele chamou a professora, dizendo-lhe que eu não queria o desenho e ela me deu o mesmo olhar do miúdo. Fica porém a certeza de que agi bem.
De todas as outras vezes que ajudei, ficou apenas o sentimento de orgulho que nos enche por dentro.
Portanto, o que custa ajudar? É certo que o típico português desconfiará sempre do destino das contribuições e toda a gente já viu ou ouviu uma história sobre um armazém cheio de comida e roupas que se estragaram sem que ninguém as tivesse recebido e, claro que haverá até muita gente a enriquecer à custa dessas mesmas contribuições. Mas basta uma simples procura na Internet e uma pesquisa mais ou menos criteriosa para sabermos a quem dar, ficando descansados sobre o destino dessa ajuda.
Pouco ou muito não importa, importa sim ajudar e passar a palavra para que os outros ajudem.
Hoje, como ainda não tinha praticado a boa acção do dia e vi este site, da Associação Encontrar+se, que até tem umas músiquinhas engraçadas e centra a sua actividade na reabilitação psicossocial das pessoas com doença mental grave, achei que, no mínimo, já que lhes roubei as músicas, devia ajudar a divulgar a sua mensagem.
É claro que também gosto de ajudar a assistência médica internacional, a AMI, não só porque é portuguesa, mas sobretudo porque sou fã da humanidade, siceridade, coragem e honestidade do seu presidente, Dr. Fernando Nobre, mas também acho que se pode contribuir de uma forma mais local, ajudando os hospitais com a oferta de livros, DVD ou jogos que já não usam, ou os bombeiros que precisam de roupas e cobertores para prestarem a assistência que deles esperamos ou ainda o canil municipal, se forem mais virados para os animais de quatro patas, mas procurem... às vezes basta um gesto.
Informem-se e ajudem.
Informem-se e ajudem.
09/04/2008
Atenção. Tenham cuidado. Assaltos em hipermercados.
Já todos recebemos aqueles mail de alertas e de informações várias que devemos passar ao maior número de amigos e conhecidos, para que nada lhes aconteça. Pois bem. Recebi este do Zé Horácio e acho que é importante divulgá-lo.
"Amigos tenham cuidado!
Não sei quantos de vocês fazem compras no Continente de ALfragide, mas esta informação pode ser de muita utilidade.
Mando esta informação para avisá-los de que fui vítima de um assalto no Continente, mas poderia ter sido em qualquer outro hipermercado. Aconteceu da seguinte maneira:
Duas raparigas bem boas, chegam perto de mim enquanto estou a guardar as compras no porta-bagagens e começam a limpar o pára-brisas com uma esponja e um produto de limpeza, dizendo que é um novo produto que pode ser usado sem água e que elas são demonstradoras. Os seus seios praticamente saem fora das suas camisas e, assim, é impossível não olhar. Eu até quis dar uma gorjeta, mas não aceitaram. Depois perguntaram-me se eu ia passar próximo do Leclerc, pois elas iam para lá. Eu até nem ia, mas disse que sim, que não tinha problema e as duas entraram para o banco de trás e pelo caminho, em cima da Ponte Nova, começaram a beijar-se e de seguida começaram a fazer amor. A seguir uma passa para o banco da frente e começa a praticar sexo oral comigo, enquanto a outra me rouba o dinheiro que estava no bolso de trás das minhas calças.
Estejam alerta, pois poderá acontecer também com vocês!
Roubaram-me na segunda-feira, na terça-feira, duas vezes, na quarta, na quinta... e penso que amanhã me devem roubar outra vez!"
"Amigos tenham cuidado!
Não sei quantos de vocês fazem compras no Continente de ALfragide, mas esta informação pode ser de muita utilidade.
Mando esta informação para avisá-los de que fui vítima de um assalto no Continente, mas poderia ter sido em qualquer outro hipermercado. Aconteceu da seguinte maneira:
Duas raparigas bem boas, chegam perto de mim enquanto estou a guardar as compras no porta-bagagens e começam a limpar o pára-brisas com uma esponja e um produto de limpeza, dizendo que é um novo produto que pode ser usado sem água e que elas são demonstradoras. Os seus seios praticamente saem fora das suas camisas e, assim, é impossível não olhar. Eu até quis dar uma gorjeta, mas não aceitaram. Depois perguntaram-me se eu ia passar próximo do Leclerc, pois elas iam para lá. Eu até nem ia, mas disse que sim, que não tinha problema e as duas entraram para o banco de trás e pelo caminho, em cima da Ponte Nova, começaram a beijar-se e de seguida começaram a fazer amor. A seguir uma passa para o banco da frente e começa a praticar sexo oral comigo, enquanto a outra me rouba o dinheiro que estava no bolso de trás das minhas calças.
Estejam alerta, pois poderá acontecer também com vocês!
Roubaram-me na segunda-feira, na terça-feira, duas vezes, na quarta, na quinta... e penso que amanhã me devem roubar outra vez!"
08/04/2008
06/04/2008
Sem título
- Queres?
- Não sei, parece-me estranho. E como começamos?
- Podemos começar assim, como tu gostavas, eu a fazer-te massagens aqui no pescoço, tu a rodares a cabeça com os olhos fechados, o cabelo para trás, para o outro lado e depois um beijo onde acaba o pescoço e começa o ombro, mesmo aqui, e tu a engolires em seco. Sempre gostaste disto, não é? Mas tu calas-te, não dizes nada e continuas a saborear, experimentando um ligeiro arrepio..
Pensa no bom que tudo isto pode ser.
Deixa a tua mente deambular.
Sussuro-te ao ouvido que andava a pensar nisto há algum tempo, que andava a pensar nisto desde que estivemos juntos e tu trazias aquela saia curta, que deixava ver a costura das meias quando te sentavas.
Pensa nisso, tenta lembrar-te. Deixa a tua mente deambular.
Agarro os teus braços e empurro-te para o canto, posso até pegar em ti e pôr-te em cima daquela mesa ali, assim, ao mesmo tempo que te digo novamente para te libertares e deixares ir, depois dispo-te com violência, tentando não rasgar a camisola que seguras, sentido o teu coração a palpitar, o coração que eu sinto a palpitar, desviando-te a mão que tapa um dos teus seios e a camisola, o mesmo coração que me diz que desejas o que está a acontecer, mas que tens dúvidas.
Liberta-te de ti!
E tu deixas-te ir. Afinal queres, o desejo fala mais alto. Os teus mamilos endurecem e finalmente abres os olhos, pensas que estás pronta para te entregares e puxas-me para ti, eu afasto-te, desta vez não deixo que controles. Afasto as tuas pernas e aproximo o teu corpo para mim, depois despimo-nos, mas apenas o suficiente para nos sentirmos melhor, mais próximos, e ambos saboreamos o momento em que finalmente conseguimos estar juntos sem o constrangimento daquilo que nos entorpece, sem a dificuldade de pensarmos em nós. Neste momento somos apenas e só amantes. Sinto que estás pronta e abraço-te como se quisesse sentir-te por dentro, conhecer-te ao máximo através do sexo. Aperto a tua barriga, o teu rabo, quero sentir-me bem mais fundo, bem mais dentro de ti. O teu corpo diz-me que me aceitas, que estás pronta para sentir o que querias sentir aqui e agora, sem pensar no que há-de vir, sem consequências, constrangimentos ou compromissos. E o melhor de tudo isto, o tu ouvires o que te digo enquanto está a acontecer, o tu gostares de ouvir, é o desfrutar e sentir ao máximo este momento que é agora e que aconteceu.
(João Freire)
Marvin Gaye - Let's get it on
Recordado para o tema "Paixão" num desafio da "Fábrica de Letras"
- Não sei, parece-me estranho. E como começamos?
- Podemos começar assim, como tu gostavas, eu a fazer-te massagens aqui no pescoço, tu a rodares a cabeça com os olhos fechados, o cabelo para trás, para o outro lado e depois um beijo onde acaba o pescoço e começa o ombro, mesmo aqui, e tu a engolires em seco. Sempre gostaste disto, não é? Mas tu calas-te, não dizes nada e continuas a saborear, experimentando um ligeiro arrepio..
Pensa no bom que tudo isto pode ser.
Deixa a tua mente deambular.
Sussuro-te ao ouvido que andava a pensar nisto há algum tempo, que andava a pensar nisto desde que estivemos juntos e tu trazias aquela saia curta, que deixava ver a costura das meias quando te sentavas.
Pensa nisso, tenta lembrar-te. Deixa a tua mente deambular.
Agarro os teus braços e empurro-te para o canto, posso até pegar em ti e pôr-te em cima daquela mesa ali, assim, ao mesmo tempo que te digo novamente para te libertares e deixares ir, depois dispo-te com violência, tentando não rasgar a camisola que seguras, sentido o teu coração a palpitar, o coração que eu sinto a palpitar, desviando-te a mão que tapa um dos teus seios e a camisola, o mesmo coração que me diz que desejas o que está a acontecer, mas que tens dúvidas.
Liberta-te de ti!
E tu deixas-te ir. Afinal queres, o desejo fala mais alto. Os teus mamilos endurecem e finalmente abres os olhos, pensas que estás pronta para te entregares e puxas-me para ti, eu afasto-te, desta vez não deixo que controles. Afasto as tuas pernas e aproximo o teu corpo para mim, depois despimo-nos, mas apenas o suficiente para nos sentirmos melhor, mais próximos, e ambos saboreamos o momento em que finalmente conseguimos estar juntos sem o constrangimento daquilo que nos entorpece, sem a dificuldade de pensarmos em nós. Neste momento somos apenas e só amantes. Sinto que estás pronta e abraço-te como se quisesse sentir-te por dentro, conhecer-te ao máximo através do sexo. Aperto a tua barriga, o teu rabo, quero sentir-me bem mais fundo, bem mais dentro de ti. O teu corpo diz-me que me aceitas, que estás pronta para sentir o que querias sentir aqui e agora, sem pensar no que há-de vir, sem consequências, constrangimentos ou compromissos. E o melhor de tudo isto, o tu ouvires o que te digo enquanto está a acontecer, o tu gostares de ouvir, é o desfrutar e sentir ao máximo este momento que é agora e que aconteceu.
(João Freire)
Marvin Gaye - Let's get it on
Recordado para o tema "Paixão" num desafio da "Fábrica de Letras"
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05/04/2008
01/04/2008
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