O barril do petróleo anda a tentar baixar dos 90 Dólares. Lembremo-nos que já esteve perto dos 150. Entretanto, o senhor das bombas de gasolina que atestou com 80 litros de gasóleo o carro que eu conduzia, disse que “anteontem [isto foi no dia 4 de Outubro, o que aponta para dia 2 de Outubro de 2008] a Galp tinha subido em 2 cêntimos de Euro o preço do Gasóleo". Razão? Não deve haver. Parece que fazem as coisas de forma a possibilitar o maior lucro, depois vêm à janela a ver o que acontece. Se ninguém se queixa deixam estar, se as pessoas se queixam muito baixam um bocadinho o preço, atenuam a raiva, controlam os danos… e depois vêm à janela novamente. O mercado funciona quando há concorrência e não quando uma empresa detém 80% da distribuição de combustíveis em Portugal. Importa também salientar que nada disto foi noticiado devidamente, havendo até um link para esta notícia na RTP que já não está disponível.
P.S. – Não são aqueles 80 litros que servem de modelo, mas só o fiz porque é o carro da empresa e é (vá lá) necessário. O meu carro, de uso pessoal, já vai para mais de uma semana sem ver gasóleo. Façam o mesmo e melhor e protestem e divulguem e façam barulho!
A crise do sistema financeiro é grave - vai prejudicar muita gente e também muita gente pobre -, mas, a longo prazo, o mal que aconteceria (rotura económica) valeria muito mais do que o bem que agora querem forçar (a sustentabilidade das instituições em crise por intemédio de ajudas estatais financeiras). A crise já causou a descida do preço dos combustíveis, dos carros e das casas. Até agora a crise só me beneficiou. Se os bancos falissem muita gente ficaria sem dinheiro, mas muita gente ficaria sem dívidas.
Os bancos estão sem dinheiro mas cheios de carros e casas que roubaram a pessoas a quem facilitaram empréstimos sabendo que essas pessoas nunca poderiam suportá-los. Os Estados de diversos países (nomeadamente os mais ricos) vão ajudar os bancos, porque os bancos mantêm a economia de um país em funcionamento, mas porque é que os bancos e o Estado nunca ajudam as pessoas comuns?
Dêem-me uma crise momentânea que acabe de vez com os bancos, sociedades de investimento, companhias de seguros e afins empresas que visam o lucro cego e eu dou-lhes o céu. As grandes empresas dizem que os pequenos negócios apenas morrem por falta de mais-valia e capacidade de concorrência com as grandes superfícies. Dizem eles que o que é bom não morre. Pois bem, eu acredito que as boas empresas também não morrem, principalmente aquelas que baseiam a sua política no serviço do cliente, respeitando o trabalhador, ou seja, outras que não estas. É uma visão simplista do mundo, mas foi a complexificação do mundo que exigiu a existência de bancos e companhia limitada.
JP Simões é uma daquelas pessoas que não precisa de aprovação. Admiro-o sem precisar de muitas e demoradas justificações. Gosto de o ouvir falar, gosto da música que faz (da maior parte, pelo menos) e gosto de um programa que vi hoje (Sábado*). O programa chama-se “
Quilómetro Zero” e visa acompanhar a história de algumas bandas pouco conhecidas do país. O apresentador/entrevistador viaja pelo país admitindo ao público as bandas, a sua cidade e a sua história, enquanto estas mostram o seu trabalho em salas locais ou nas próprias salas de ensaio. Pelo que vi, é um programa bom.
*Fica a nota que o programa passa aos Sábados às 19:30 na RTP2
Um senhor do Fundão, que seguia no seu jipe, foi
atropelado por um comboio quando atravessava uma passagem de nível sem guarda. Quantos casos destes acontecem, diariamente, em Portugal? Dezenas! E a mim isto causa-me estranheza, porque parece que há coisas que ninguém quer ver, ou melhor, nem serão coisas que ninguém quer ver, tanto mais coisas que ninguém sabe.
Em Portugal há a tradição de apenas descobrirmos que as coisas não funcionam apenas quando precisamos delas. Vemos isso quando ligamos para o 112 a requisitar uma ambulância, vemos isso quando precisamos de ir às finanças por causa do imposto único do automóvel, vemos isso por todo o lado e esta é mais uma situação desse tipo.
Sendo assim, passo a explicar, bastando apenas que fça e responda a uma pergunta prévia: O que é que está escrito nas passagens de nível sem guarda? “Pare, escute e olhe” mas querem eles dizer para sair do carro ou fazer isso dentro do carro? Porque parece-me que
apenas a parte do parar é fácil, já que escutar um comboio quando vamos dentro do carro é difícil – embora o consigamos ouvir quando ele está já muito perto – e olhar ainda é mais difícil porque em muitos casos temos de estar em cima da linha para vermos se lá vem algo ou não e, segundo as leis da construção de carros com motor á frente e as próprias leis da física, para eu olhar para o lado já tenho de ter a parte da frente do meu carro enfiada na dita passagem. Não sei. Sempre foi algo que me pareceu estranho e que hoje recordei e partilhei.
Por último, importa referir que começou um dos mais importantes festivais de cinema do País, o Imago, que decorre no Fundão entre os dias 4 e 12 de Outubro. Cinema, música (com os facilmente reconhecíveis Badly Drawn Boy), animação cultural... quem sabe aparelhagem sonora do Alfredo Farinha e muito mais. Sem dúvida, a não perder.
(João Freire)
1 comentário:
Dizem que a ignorância torna-nos mais felizes. E antes de Othello, já muitos pensavam assim. Eu acredito e por isso, continuo a preferir "no news".
A do Imago pode ser...
Enviar um comentário