02/10/2008

Reflexões avulsas sobre a morte e o acto de pensar na morte

A morte é o fim. Para a frente só a morte. Tudo o mais pode vir – e vem –, mas só a inalienável força da destruição é certa. Escutam-se os sinos de um funeral, aquele dão da lão soturno que agitam à frente do cortejo. Por muito felizes que sejamos, a morte é solidão e dor, são contas de cabeça que fazemos com nós mesmos.
No corredor, uma mala de inevitabilidade, no quarto, um corpo quente e depois frio, prova de amor e de fragilidade… sempre no fio da navalha, sempre tão perto do fim. Ninguém viaja: a morte é a estação que começa e acaba, a morte é o fim.
Sabe bem pensar na morte… Hoje soube bem pensar na morte! A morte humaniza-nos.


(João Freire)

2 comentários:

Por entre o luar disse...

"A morte humaniza-nos."

Concordo... na morte somos frageis e fortes, somos coragem e desalento, somos um todo que acaba num nada!

Gostei*

Johnny disse...

Obrigado.

... O importante é concordar (inserir aqui um boneco a sorrir ou com a língua de fora)