27/11/2008

Excerto de um livro que era para ser


O meu doce lado amargo
A sua moral é, para além de conveniente, conivente. A minha, para além de tudo isso, também é inconveniente… com ela. Quem ganha? Ninguém. Quem perde? Os dois e nada do que possamos dizer consegue ultrapassar a inevitabilidade da nossa incompatibilidade. Há coisas assim. Amizade, amor, negação, raiva, indiferença, maldade, parvoíce, felicidade, tristeza… Tudo. Nunca admitiremos o mal que fizemos um ao outro. Culpo-a por não compreender que uma luta só é justa entre iguais. Culpo-me por nunca ter conseguido chegar até ela. Fica a culpa, penosamente.

(João Freire, 2007)

Reaproveitado para o desafio de Dezembro da Fábrica de Letras, subordinado ao tema "Indiferença".

12 comentários:

ipsis verbis disse...

E porque não é?

Anónimo disse...

O eterno problema: cérebros diferentes, pensamentos desiguais.
É esta a nossa perfeição.
cccp

Anónimo disse...

Muitas vezes é o lado amargo que torna o doce tão doce. E como cada um tem o seu, ha que ser conivente.

Por entre o luar disse...

A complexidade do amor, a incompatibilidade que há sempre, a falta de compreensão e aceitação perante tal problema. Não vemos o outro como uma pessoa que nos completa apesar das diferenças, mas sim exigimos que seja de acordo com aquilo que nós pensamos e sentimos!

mz disse...

Então és assim um tipo, doce de laranja amarga...

:)))

Johnny disse...

Sou agridoce, amargo por fora, doce por dentro :) a mistura é.... é uma porcaria, pois!

Catsone disse...

Mas isso das diferenças dá uma luta do caraças, não? Há sempre motivação, discussões e pazes...
Personalidades fortes é o que se precisa.

Johnny disse...

Havia. Depois deixou de haver. Nem sempre as personalidades fortes conseguem conviver... e depois volta tudo ao início, até que algum dia consigam conviver.

Catarina disse...

Eis uma versão da Indiferença mais próxima da minha :) Bela maneira de escrever, faz-me lembrar alguém!*

Johnny disse...

Obrigado, Catarina!

Roselia Bezerra disse...

Olá,

" Das alturas orvalhem os céus,
E as nuvens que chovam justiça,
Que a terra se abra ao amor
E germine o Deus Salvador"...

Hoje, passando por Niterói, (longe de onde moro) vi tanta indiferença ao meu redor... como a coisa mais natural do mundo... que pena!!! A gente se acostuma... com o que não deveríamos...

Fico tão sem palavra para agradecer o carinho imensurável com que me cumula ao longo do ano que só posso lhe dizer que:
Seja muito abençoado e feliz, amigo!!!
Abraços fraternos de paz e FELIZ NATAL... apesar de qualquer vestígio de dor em seu coração...

"Quando eu estiver contigo no fim do dia, poderás ver as minhas cicatrizes,

e então saberás que eu me feri e também me curei."

(Tagore)

Utópico disse...

Antes as diferenças que a indiferença.

Aproveito para desejar um Feliz e Santo Natal

http://utopiarealista.blogspot.com/2011/12/feliz-natal.html