Este é o nosso mundo: um sofá. Sem ideais, sem perspectiva… sem nada, limitamo-nos a olhar e a relaxar. Falta-nos o 25 de Abril! Mas falta mesmo. Fui ver e no calendário passa de 24 para 26. E assim não sabemos o que se passou.
- Senhor, você aí que está sentado num banco, o que se passou no 25 de Abril?
- Estes caralhos – resmungou apenas.
E como não sabemos o que se passou também não sabemos o que é a liberdade. O que é a liberdade?
E lá tornará o velhote.
Na vida tudo ocorre ao mesmo tempo: poesia, teatro, música e artes plásticas. tal como na vida, na arte é preciso viver, experimentar, atravessar o extremo e voltar... ou não. É preciso provocar, "criar sitematicamente a confusão", como dizia Salvador Dalí. Sei lá... acho que não importa só fazer bem, preocuparmo-nos em encaixar as coisas no sítio certo de acordo com o que fica bem e com o que, no fim de contas, os outros querem. Esqueçam a originalidade, esqueçam até o virtuosismo, esqueçam tudo, destruam-se para construir. Quem sabe, talvez a auto-destruição seja a solução (Chuck Palahniuk).
Aprendam, mas não aceitem tudo o que lhes dizem. Mostrem o que pensam ou o que não pensam e façam-no da forma mais arrojada possível. Pratiquem uma política de influência e melhorem o mundo à vossa volta “o global que é o local sem fronteiras” Considerem nas vossas acções o belo e o bom, senso e sensibilidade, mas não deixem cegar-se por isso. Cativem, mas não aceitem merdas. Escrevam, filmem, façam música, partilhem aquilo que vai dentro de vós. Utilizem a vossa raiva de forma inteligente, mesmo que sejam estúpidos. Persistam. Inovem.
Às vezes é preciso chocar e romper a complacência de um público tradicional.
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
(Tristan Tzara - Um dos impulsionadores do Dadaísmo.)
O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irónico e ingenuidade radical, pelo cepticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, a sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
Ingenuidade
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Não são só as crianças que são ingénuas.
Há um dia que perdemos essa qualidade (ou defeito).
Ninguém nos ensina a viver mas, a vida ensina-nos que, as ...
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