"The lost boys" foi o nome dado pelas organizações humanitárias às cerca de 30 mil crianças refugiadas da segunda guerra civil sudanesa, que começou em 1983, e que mais tarde fizeram parte de programas de adopção nos Estados Unidos da América a fim de serem acolhidos por uma família e uma sociedade que lhes providenciasse alimentação, segurança e paz. O maior desejo destas crianças, agora já adultos, é o de voltar ao seu país e cumprir a missão pela qual acham que sobreviveram: A de serem as novas sementes do Sudão. E porquê?
Durante ataques em massa do norte do Sudão ao sul, cuja autonomia havia sido providenciada pelo acordo de Addis Ababa, aproximadamente dois milhões de pessoas morreram e quatro milhões de pessoas fugiram (Este número continua a aumentar). Os homens morriam, as mulheres eram levadas para o norte e apenas as crianças, maioritariamente rapazes com menos de dez anos,conseguiam fugir aos ataques. Primeiro fugiram das aldeias, depois fugiram para as florestas, depois continuaram simplesmente a andar e a história de um grupo de que ascendeu aos 70 mil é incrível porque percorreram mais de mil e seiscentos quilómetros alcançando campos de refugiados atrás de campos de refugiados. Muitos morreram, estima-se que cerca de metade: uns de fome, outros de doenças, outros comidos por animais, outros por exaustão, afogamento, etc. Mas os que chegaram e foram salvos sentem como sua a missão de espalhar o que sabem sobre o genocídio mais bem sucedido de sempre, aquele que não foi limitado e ainda continua a florescer. Daí serem vistos pelos outros sudaneses, os que ficaram no Sudão e sofrem as consequências do conflito que gerou mais mortes desde a Segunda Guerra Mundial, como as sementes do Sudão, as sementes de um país novo, um país melhor.
(João Freire)
15/11/2007
As sementes do Sudão (The Lost Boys) Uma história fenomenal
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1 comentário:
fogo...
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