- Já és um homenzinho.
A partir de certa idade temos de ter atenção. Há um momento, por volta dos 25 anos, em que deixamos de ser imaturos, sobranceiramente aturados, para sermos apenas irresponsáveis, numa censura generalizada bem maior. É quando os nossos actos se qualificam assim, como irresponsáveis, que somos adultos e, a partir daí, todas aquelas coisas que, sem vergonha, fazíamos com prazer ou ignorância, têm agora de ser bem pesadas.
- Já és um homenzinho.
Também já não há tempo para sensibilidades exacerbadas: discutir pela posse de um brinquedo, seja ele pequeno ou grande, é impraticável… mesmo que eu o tenha visto primeiro ou chegado primeiro a ele! Os adultos não se zangam (não podem zangar-se!) com coisas pequenas. Alguém que não pagou um copo, comentários desagradáveis que são ditos e outras injúrias, tudo tem de se suportar. O adulto é blasé. O adulto é, genericamente, um idiota com assomos de importância.
- Já és um homenzinho.
Uma das grandes conquistas de ser-se inteligente e de ter passado não sei quantos anos a estudar até ao ponto de ter um título de doutor, é permitir-se olhar para os outros sem achar que se deva importar com formalidades. Respeito sim, aquele mútuo, que é bonito, mas não submissão. Nunca submissão. Gostava de manter a imaturidade na minha vida de adulto sem que isso fosse um constrangimento à minha vida em sociedade. Luto por isso.
(João Freire)
11/07/2007
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