A morte deixa um rasto pequeno e um funeral, apesar da longa caminhada e do choro de algumas pessoas é a prova disso, restando no fim, depois de se baixar o caixão, um estranho sem qualquer ligação ou emoção perante o que ali sucede a encher um buraco com terra enquanto as pessoas se afastam, comentando que era boa pessoa e que foi tudo muito rápido. A morte deixa um rasto muito pequeno e muito do sofrimento de quem ali estava já passou, e talvez isso seja uma coisa boa.
Trilho dos Três Rios - Albergaria-a-Velha
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O Trilho dos Três Rios (PR2 ALB), no concelho de Albergaria-a-Velha, é bem
capaz de ser um dos melhores percursos do país devido ao seu enquadramento
nat...
7 comentários:
Depende. Há pessoas que deixam um rasto eterno outras que nem rasto deixam. Hoje as pessoas pensam mais no rasto monetário de quem morre. Pena que tudo esteja a ser banalizado, até a vida. Há tanto tempo que não passava por aqui! Beijinhos
Álvaro de Campos tem um poema genial que a dada altura diz:
"Depois (da morte, entenda-se), lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram.
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti."
Mas, apesar de gostar do poema, não acredito nele. O rasto da morte passa, mas o da pessoa fica, profundo e definitivo. Terminado o cerimonial mórbido, cala-se cá dentro a revolta e o pesar... Do que tenho visto, caríssimo Johnny, o rasto fica. A queimar. Silenciosamente. Melhor seria se não ficasse.
Deixa que te diga que isso só acontece quando as pessoas não são muito próximas... senão o rasto pode ser extenso e infinito, sei do que falo. Beijo
Isso é muito variável.
Se a pessoa é um ente querido o rasto é grande e perdura, podes estar certo.
Mary, Briseis, Eva e joão Roque, todos têm razão, mas também é verdade que isso se verifica mais quando não é 'natural', ou seja, quando é alguém mais novo ou um parceiro que foi antes do tempo, porque quando se insere no devir natural, aí o instinto apodera-se e aceita-se mais "facilmente". Ou nunca ouviram o "foi melhor assim" e o "também já não era muito novo"? e depois aí é como diz a Mary Brown Eyes em que se pensa "mais no rasto monetário".
Briseis, obrigado pelo poema, que não conhecia e que entronca perfeitamente no que queria dizer.
E obrigado a todos pelos comentários e desculpas a todos por não ir aos vossos blogues comentar tanto quanto queria e vocês mereciam... Ir lá até vou, mas comentar já é mais difícil.
A morte deixa sempre um buraco.
se tivéssemos uma relação mais saudável com a morte, valorizaríamos bem mais a vida. Toda a gente acha que vai viver para sempre e recusa aceitar que não. é uma das tragédias dos nossos tempos não sabermos (no conjunto) lidar com a morte.
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