Pensar demasiado impele as pessoas sensíveis à rejeição, a sabotarem-se a si próprias.
As tempestades emocionais tendem a afastar as pessoas que queremos conquistar. Um colega de trabalho pode responder exageradamente a um deslize mínimo. Essa resposta exagerada, (rudeza, silêncio, sarcasmo) leva depois os colegas de escritório a evitá-lo, o que provoca uma reacção ainda mais defensiva.
O género influencia. Os homens são mais ciumentos, as mulheres tornam-se mais hostis e menos solidárias.
A herança familiar influencia. Rejeição parental. Com uma ansiedade latente e uma raiva adquirida à flor da pele, esperam ser rejeitados por aqueles que aprenderam a valorizar. Interpretam acções neutrais e negligentes (um atraso num telefonema, por exemplo) como desprezo intencional. São especialistas em encontrar firmes provas de quaisquer sentimentos ameaçadores para eles. Cognitivamente predispostos a interpretar as situações negativamente, estes homens e mulheres temporariamente sós ficam enleados numa teia de respostas e comportamentos esperados que não surgem e que os próprios tecem, acabando por os devorar psicologicamente, uma vez que não dão a ninguém o benefício da dúvida. O resultado é o mesmo: resposta exagerada, reacção de fuga, incapacidade comunicativa, silêncio destruidor, comportamento defensivo, isolamento, num ciclo sem fim de escalamento exponencial.
O silêncio gera silêncio.
Tinha isto no telemóvel o que quer dizer que foi retirado, ou melhor, adaptado livremente por mim, de uma daquelas revistas de Sábado ou Domingo que vêm com os jornais diários.
(João Freire)
GNR - Homens temporariamente sós
The Cure - Lullaby (acoustic)
versão original, aqui.
Para o tema "Silêncio", num desafio da "Fábrica de Letras", acompanhando esta e esta participação.
Trilho dos Três Rios - Albergaria-a-Velha
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O Trilho dos Três Rios (PR2 ALB), no concelho de Albergaria-a-Velha, é bem
capaz de ser um dos melhores percursos do país devido ao seu enquadramento
nat...
38 comentários:
Pois... assim parece ser, de facto. Tem muita lógica.
Se bem que eu de há algum tempo para cá ter começado a ganhar uma verdadeira aversão às análises psicológicas.
Tudo me soa a desculpas.
Desculpas? Tipo... surdez selectiva?
Ai...! depressing, mas real! Infelizmente cada vez mais o 'culto' à análise psicológica está presente na nossa sociedade. E tudo serve de desculpa para tudo. até mesmo este silêncio de que falas. em situações difíceis o melhor caminho para alguns é o silêncio... que por vezes pode única e simplesmente revelar falta de força ou coragem. esse silêncio faz doer!
baci
lala (e Ginger, também) eu gosto destas análises porque costumam esvaziar as razões para determinados comportamentos. Isto funciona comigo, daí eu julgar que é um texto até uplifting, precisamente por causa desse silêncio que substitui a falta de coragem para falar.
Acho esta análise demasiado redutora.
Logo na primeira frase ficamos com a sensação de que pessoas sensíveis não devem pensar muito sob pena de se sentirem rejeitadas. Não posso concordar com isso. Pessoas sensíveis também podem ter espírito crítico e conseguirem distinguir entre situações menos agradáveis e rejeição.
Todo o restante texto me parece mais adequado a pessoas com baixa auto estima que propriamente a pessoas sensíveis, independentemente do género.
O silêncio, nas condições descritas, gera silêncio... concordo.
(Excelente escolhas musicais para ilustrarem o post)
(Não sei o que se passa com o meu computador, ou com a tua caixa de comentários... já é o terceiro comentário que escrevo, envio e não aparece... a ver vamos se agora vai... parece que sim, mas teve que ser com o IE em vez do Firefox)
Pronúncia, tu fizeste o exercício contrário ao pretendido pela psicologia. A psicologia tende a procurar a causa dos comportamentos e uma forma de agir sobre eles.
Sendo assim, a ideia é que as pessoas pensem como tu disseste e sintam realmente que "também podem ter espírito crítico e conseguirem distinguir entre situações menos agradáveis e rejeição" e ajam em conformidade.
Como eu disse à Lala e à Ginger, eu gosto destas análises porque costumam esvaziar as razões para determinados comportamentos... do tipo, se isto é comportamento de alguém com baixa auto-estima e que não tem nada a ver comigo, porque é que eu amuo ou reajo de determinada forma.
Eu não quero defender os psicólogos da "NS" e da "Notícias Magazine", mas é o que me parece que a psicologia é. Será?
Olá Johnny
Quero felicitar-te pelo excelenet nome que encontraste para o teu blog.
Inolvidável!
O outo «Muito bom» é o grafismo e o zelo com que foi elaborado.
Terceiro, o texto e a sua agilidade intelectual.
Gostei.
Fiquei cliente.
Serei assíduo.
Saudações.
se conseguir falar sobre alguma situação que me incomoda, a vida soma e segue, se pelo contrário tiver dificuldades em falar, então refugio-me no silêncio, aí há perdas claras na capacidade de relacionamento com os outros... percebi a questão do amuo!
Obrigado, JPD.
Juana, era aí que eu queria chegar.
Johnny, não sei se concordo com o "os homens são mais ciumentos". Acho que os homens são mais esquivos e violentos... mas é a minha opinião.
Abraço!
Um ciclo, de facto... coisas boas levam a coisas boas e as más...igual!
É um jogo do silêncio em que todos perdem, Hyndra.
Presumir demais gera silêncio. Enquanto a nossa consciência se sentir pesada de alguma forma, o silêncio será sempre uma constante. Contudo as análises psicológicas são necessárias. Sem elas, o que somos e do que pensamos que somos, funde-se e confunde-se. Gosto da forma como expões as coisas simples.
Beijinhos :)
johnny, não fiz o exercício ao contrário... apenas achei, e continuo a achar que a análise que foi feita é demasiado redutora e se aplica muito mais a pessoas com baixa auto estima e não a pessoas sensíveis.
Aquelas, sim, pelas causas apontadas, caiem facilmente nas situações descritas e amuam e pensam sempre que são as "eternas vítimas".
(Obrigada, com esta caixa de comentários já consigo comentar sem ter que mudar para o IE). :)
Bom domingo! :)
Catsone, essa parte remete para dados estatísticos, por isso... não te posso dizer grande coisa. Sei que eu sou, mas não posso falar pelos homens todos... só me parece que a violência deles e delas será diferente.
Helga, concordo com a parte das presunções, porque nós, muitas vezes, em vez de nos colocarmos no lugar dos outros tendemos a achar que eles se deviam ter agido da forma que nós achamos, o que causa sempre desilusão com os actos do outro, porque não pensa como nós, certamente. Obrigado.
Pronúncia, ok, são demasiado redutoras, concordo, até porque a psicologia pertence ao reino das ciências humanas, que a nível da objectividade dos resultados deixam sempre uma margem de erro, mas funcionarão para certas abordagens do problema dependendo da pessoa e da forma como lhes peguemos. Para mim, esta análise funcionaria, porque eu leria exactamente da mesma forma que tu e pensaria: "isto é típico de uma pessoa assim, eu não quero ser assim, então tenho deixar de agir assim."
Mas acho que já estamos a repetir-nos, por isso... cada um com a sua :)
A ver se um destes dias aparece na "notícias magazine" um artigo sobre a teimosia...
boas, companheiro joão. já não sei se te lembras de mim. cheguei aqui por intermédio do valter.. entrei há pouco neste mundo, comecei a blogar ha 2 meses, a serio só há 1 semana, por isso ainda tou a publicitar, tentar angariar leitores.. deixo aqui o meu link, a ver se curtes..
http://omundonuncaseacaba.blogspot.com/
Considerações que me parecem tão atentas e verdadeiras!
Infelizmente, é isso mesmo que acontece... fruto dessas condicionantes... tendo como consequência essas mesmas reacções...
E o silêncio aqui serve de arma contra o medo da rejeição... Existem camuflagens, sim! Mas basta um olhar mais atento para que se discirnam esses traços...
Anna, é o medo da rejeição, é o medo de nos mostrarmos vulneráveis e de cedermos o nosso silêncio... é um jogo em que apenas a fraqueza humana ganha.
somos as cobaias ideais para um estudo sobre teimosia... :D
Boa semana
Boa semana, Pronúncia.
Viva
infelizmente tudo o que escreves é real, nunca nos devemos de remeter ao silêncio, é a falar que nos entendemos.
Cumps.
Por um lado, infelizmente, mas, por outro lado, felizmente Lunatik, porque significa que tenho alguma razão. Mas é mesmo isso: a conversar nos entendemos.
amuos e manter mulheres interessadas em posts consecutivos é coincidência? :)
Moyle, é.
As relações humanas são complexas.
Existem pessoas que parecem barris de pólvora, basta uma palavra para explodirem.
Falar alivia, falar esclarece dúvidas e torna-nos mais leves e pessoas mais equilibradas.
bjo
As relações humanas são complexas.
Existem pessoas que parecem barris de pólvora, basta uma palavra para explodirem.
Falar alivia, falar esclarece dúvidas e torna-nos mais leves e pessoas mais equilibradas.
bjo
Concordo plenamente, MZ, acredito até que (agora) sou assim, mas também admito que às vezes é mais fácil dizer do que fazer :)
Pois gera... =)
E isso é mau, as vezes ficam coisas por dizer!
Gostei*
Pois gera... =)
E isso é mau, as vezes ficam coisas por dizer!
Gostei*
Por entre o luar, também depende do que e que ficou por dizer... não vá a emenda ser pior do que o soneto!
Pois lá isso também é verdade**
Claro :)
Johnny concordo plenamente com o que disse a pronúncia. A anaálise é feita para pessoas com baixa auto-estima que nada tem a ver com sensibilidade. Pensar demais só é prejudicial para quem não tem auto-estima e são essas que se refugiam no silêncio com medo de serem postas à margem da sociedade. Se te aceitares vives em silêncio e fazes questão d dares a tua opinião sobre o que te rodeia. A herança familiar influencia ou não. Pode influenciar quem é influenciável. A mehor pessoa para fazer análises é cada um de nós. Apesar de estar na moda ir ao psicólogo, eu penso que só lá vai quem é fraco, quem não é auto-suficiente, quem é influenciável. à medida que vais vivendo tens que ir aprendendo a conhecer-te, a saberes como podes resolver as tuas questões interiores. É péssimo deixarmo-nos influenciar pelos outros porque os outros podem, inconscientemente, levar-te a desistir da vida. Se não te apreciarem e se fores influenciável acabas por te considerar o pior ser à face da terra. O silêncio gera realmente silêncio porque quem vive em silêncio deixa de ter voz para pensar e ouve os pensamentos de quem não deve.
Está aqui um Amuo que tem muito que se diga e muito para reflectir mas, com o qual não concordo. Na vida humana raramente há regras, cada ser é um mundo e é mau quando se generaliza. O que aqui acabou por ser feito. As nossas capacidades são diferentes, a mesma vida, a mesma experiência pode ocasionar, em duas pessoas, comportamentos diferentes.
Beijinho
Mary, rejeito liminarmente a tua visão da psicologia, assim como a visão de fraqueza relativamente à auto-estima e á sensibilidade.
Sendo assim, tornar-se-á impossível concordarmos.
Relativamente ao amuo, é verdade que pensarmos muito nas coisas que nos fazem amuar facilita a rejeição, mais que não seja a rejeição da pessoa que nos chateou ou dos comportamentos e atitudes que causaram isso.
Influenciáveis, todos somos, seja pela família, pelo grupo de pares, pela televisão e não adianta dizeres que não és, porque comes numa mesa, comes com garfo, andas na rua com roupa, tem bilhete de identidade, levas os teus filhos à escola, etc.
É importante vincar que o que é aqui dito é relativo aos amuos e às tempestades emocionais e não às pessoas sensíveis em geral.
E onde é que entra o "vou amuar" dito na brinca? o_O
Mas já q o tema é este (ena ena!), onde fica o limite das brincadeiras que, às vezes, levam os outros amuar?
Ana, para mim, fica na sinceridade... no dizer, falar e resolver. Às vezes não é fácil, dirão, e que a sensibilidade também é isso, de saber o que se diz e as consequências do que é dito têm na outra pessoa. Mas pessoas adultas (como seres desenvolvidos psicologicamente, maduros, humanos) têm de saber falar e discutir sem se chatear, sabendo também que não há mal nenhum em admitir erros e pedir desculpa.
(Isto, claro, vindo de alguém que era "amuador" compulsivo, mas que, como qualquer pessoa inteligente que se preza, tenta desintoxicar-se do que lhe faz mal - a si e aos outros)
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