30/11/2007
Os dois trintas.
Encarrega-se de dar de comer aos gatos.
Encarrega-se de dar de comer também ao seu estômago.
Umas torradinhas com chá, porque já são 30 e qualquer coisa de mais "pesado" a esta hora pode fazer mal.
Senta-se no sofá.
Liga a televisão e descansa o cérebro, como ele diz, pelo menos 1 hora, antes de ver os mails, ouvir um pouco de música no Mac, talvez falar com alguém pelo Msn...
Por volta das 21h aquece o jantar, quando o tem já preparado do dia anterior. Senão, cozinha qualquer coisa rápida. Não muito calórica, não muito pesada.
É que já são 30 e as duas horas e meia de digestão, ultimamente parecem 4h.
Janta sozinho em frente à televisão.
Os gatos serpenteiam-no e ele fala com eles.
Acabado de jantar, dirige-se novamente para a cozinha. Coloca o avental azul, que só ele usa. Lava a loiça do jantar e volta para a sala.
Hoje também não sai à noite. Exercício inútil o de o convidar.
Volta para a televisão, se estiver a dar a tal série, ou volta para o Mac.
À meia noite, desliga tudo. Lava os dentes, veste o pijama azul e deita-se.
Às 8h, invariavelmente, acorda. Levanta-se e toma banho de 15 min. Seca o cabelo ainda com a porta da casa-de-banho fechada.
Veste-se.
Por volta das 8h30 prepara o pequeno-almoço. Invariavelmente, torradas.
Perfuma-se e sai de casa, todos os dias às 9h.
O segundo, chega a casa se por acaso tiver saído dela.
Raramente se encarrega de dar de comer aos gatos, porque o primeiro 30 chegou primeiro.
Raramente se encarrega de ouvir o seu estômago. Come quando se lembra, e o que quer que seja, desde que seja rápido.
Raramente se senta no sofá.
E são poucas as vezes que liga a televisão.
No Pc, por várias vezes, repete as mesmas acções que fez durante todo o dia.
Vê mails que estão vazios. Porque leu tudo 5 min antes. Saca música, muita...
E conta já com muitas horas de conversação com os amigos pelo Msn.
Um dos gatos costuma saltar para o seu colo. Mas a cadeira gira sempre e o bichano, salta de um impulso.
Às vezes não janta. Come qualquer coisa, desde que seja rápido.
Costuma sair com os amigos para um café.
Vai ao cinema de vez em quando, quando tem dinheiro.
Costuma fazer noitadas, quando tem dinheiro.
Chega a casa tarde, quando sai. Tenta fazer o mínimo de barulho para não acordar o primeiro, por isso só lava os dentes de manhã.
Despe-se e enfia-se na cama ainda desfeita. Nunca tem pijama.
Acorda quando já está cansado demais de dormir.
Levanta-se e veste qualquer coisa.
Liga o Pc e enquanto isso, vai à cozinha procurar o que comer no frigorífico.
Toma banho e demora imenso tempo a escolher o vai vestir.
Às vezes lá sai de casa a tempo de ver o sol.
Outras, não.
(Lúcia Freire)
29/11/2007
28/11/2007
Signos Versão Destrutiva.
CARNEIRO 20 Mar - 18 Abr
É do tipo pioneiro e pensa que a maior parte das pessoas são atrasados
mentais. É rápido a repreender, impaciente, cheio de conselhos. Não
faz nada senão irritar toda a gente que o rodeia. É um estúpido.
TOURO 19 Abr - 19 Mai
É prático e persistente. Tem uma persistência incrível porque nunca
consegue fazer nada certo da primeira vez. Muitas pessoas pensam que é
um animal e um cabeça dura. É apenas um asno.
GÉMEOS 20 Mai - 20 Jun
É um pensador rápido e inteligente. As pessoas gostam de si porque é
bisexual. Espera demais dando de menos em troca. Isto significa que é
um bastardo unhas de fome. Os gémeos são notórios pelo incesto.
CARANGUEJO 21 Jun - 21 Jul
É aberto e compreensivo aos problemas dos outros o que faz de si um
otário. Está sempre a adiar o que tem a fazer. Por isso é que não tem
cheta e está sempre na merda. Todos os prisioneiros são caranguejo.
LEÃO 22 Jul - 22 Ago
Considera-se um líder inato. Todos pensam que é um idiota. É vazio e
não tolera críticas. Tem a mania de ser mandão e arrogante. Os leões
são panascas que gostam mais de se masturbar do que de sexo.
VIRGEM 23 Ago - 21 Set
É uma pessoa lógica que detesta a desordem. A sua atitude é doentia
para os seus colegas. É frio, sem emoções e costuma adormecer durante
o acto sexual. Os virgens dão bons condutores de autocarros e chulos.
BALANÇA 21 Set - 22 Out
É do tipo artístico e tem dificuldade com a realidade. Se é homem
provavelmente é gay. Hipóteses de emprego e de ganhar dinheiro são
nulas. Todos os balanças morrem de doenças venéreas.
ESCORPIÃO 23 Out - 21 Nov
O pior de todos!!! É fodido nos negócios e não se pode confiar nele!
Consegue atingir o sucesso devido à sua total falta de ética. É um
perfeito filho da puta. Muitos escorpiões são assassinados.
SAGITÁRIO 22 Nov - 20 Dez
É optimista e entusiasta. Tem a tendência de confiar na sorte, pois
não tem talento. A maioria dos sagitários são bêbados. Nixon era
sagitário. É sem dúvida um inútil.
CAPRICÓRNIO 21 Dez - 20 Jan
É conservador e tem medo de arriscar. É basicamente um cobardolas.
Nunca houve um capricórnio importante. Devia dar um tiro na cabeça.
AQUÁRIO 21 Jan - 19 Fev
Tem uma mente imaginativa, e inclinada para o progresso.
Mente muito. Comete os mesmos erros uma e outra vez porque é estúpido.
Todos pensam que é um enorme imbecil .
PEIXES 20 Fev - 19 Mar
Tem uma imaginação fértil e por vezes pensa estar a ser seguido pelo
SIS ou pela GNR. Tem uma pequena influência nos seus amigos e as
pessoas ressentem-se por confundir essa influência com poder. Tem
falta de confiança e é geralmente um parvinho.
27/11/2007
E o vídeo apareceu!
Tínhamos combinado encontrar-nos no metro dos Anjos.
(eu, Sara, mano dela e João)
Íamos ver a exposição "Centre Pompidou Novos Media 1965-2003" no Museu do Chiado.
Aos Domingos, até às 14h não se paga os € 3 de entrada.
É grátis.
No total, de 23 obras dos 19 artistas, posso dizer que gostei de 15.
As mais antigas, dos primórdios do vídeo, foram as que mais me cativaram pelo seu lado experimental. Assim, refiro que gostei e aprendi com o Jean-Luc Godard e o seu "Prólogo Posterior" ao seu filme Passión. Uma espécie de making-of juntamente com aula sobre vídeo com as suas teorias rebuscadas.
Ri-me com os bonecos de trapos do Tony Oursler, espalhados pelo museu em sítios inesperados com projecções de várias caras conhecidas na cara de cada boneco. Com diálogos estranhos que pareciam falar de nós, espectadores. Um deles, mesmo no início das escadas para o primeiro piso era o David Bowie que falava sobre o gajo que estava "ali atrás" de t-shirt a mexer-se demasiado.
Do Bruce Nauman, retive os vários vídeos de vigilância espalhados pelo museu e os diferentes espaços e tempos em que cada espectador aparecia. Éramos ao mesmo tempo o observado e o observador.
Do escritor Samuel Beckett gostei de o saber empreendedor nas novas tecnologias, quando um ano antes de morrer, preparou uma performance, "nervosa" de 4 figuras humanas que se envolviam num cubículo. À volta de um ponto no meio do chão. Equilibrado pelos sons dos pés a arrastarem-se. As 4 figuras vestiam capas coloridas.
Por fim, vou falar da obra que mais me tocou. Esta de 1989. Chama-se "Site Recite (a prologue)" e é do Gary Hill.
Uma televisão, com fones e um banco preto à frente.
Sentei-me já com os fones.
A imagem compreendia vários objectos desde, conchas, folhas, bichos mortos, caveira e papéis, dispostos numa mesa. A linguagem era horizontal. E cada objecto filmado em close up. Do último que estava atrás ao primeiro que estava à frente de todos os outros. À medida que se iam focando os mais próximos, os outros desfocavam-se. Era tudo muito rápido.
Grande experiência só por isto. Mas havia mais. Os fones, sim.
Havia som. Um poema do Gary Hill com 4 min ( o tempo do filme) pela voz ressonante de Lou Hetler, que transcrevo a seguir.
Lindo.
Site Recite (a Prologue)
"Nothing seems to have ever been moved. There is something of every description which
can only be a trap. Maybe it all moves proportionately cancelling out change and the
estrangement of judgement. No, an other order pervades. It's happening all at once, I'm
just a disturbance wrapped up in myself, a kind of ghost vampirically passing through the
forest passing through the trees.
A vague language drapes everything but the walls — what walls? The very walls that
never vary — my enclosure, so glorious from a distance, stands on the brink of nothing
like a four legged table. What is it? An island with a never ending approach? A stopgap
from when to where? Something to huddle over with my elbows like trestles without
tracks, the bases of which are scattered with evidence of unsolved crimes? The
overallness of it all soaks through, runs through the holes in my hands and continues to
run amok, overturning rocks that should not be overturned, breaking bread that should
not be broken.
The sun will rise and I won't know what to do with it. Its beak will torture me as will its
slow movement, the movement it invented that I can only reiterate.
The quieter and stiller I become the livelier everything else seems to get. The longer I wait
the more the little deaths pile up.
Bodily sustenance is no longer an excuse. Too much time goes by to take it by surprise.
So much remains. No doubt it can all be counted. Starting with any one, continuing on
with any other one until all is accounted for, a consensus is reached. That it can all be
shelved in all its quantized splendour, this then is the turf.
These sightings. This scene before me made up of just so many just views (nature's
constituency) sits with indifference to the centripetal vanishing point that mentality
posits so falsely. Brain, minding business, incessantly constructs an infinite series
of makeshifts designed to perpetuate the picture--the one like all others that holds
its breath for a thousand words, conversely exhales point zero zero one pictures.
This insidious wraparound, tied to the notion "I have eyes in the back of my head,"
binds me to my double, implodes my being to a mere word as it winds the world around
my mouth. A seamless scroll weaves my view back into place--back to back with
itself--the boomerang effect, decapitates any and all hallucinations leaving (lo and behold)
the naked eye, stalking each and every utterance that breaks and enters the dormitories of
perception. I must become a warrior of self-consciousness and move my body to move
my mind to move the words to move my mouth to spin the spur of the moment.
Imagining the brain closer than the eyes."
Existe apenas este excerto:
http://www.curatorforoneday.nl/art_play.php?id=2155
25/11/2007
Já que estou numa de Robbie...
(Robbie Williams)
24/11/2007
At the drive-in - One armed Scissor
Mais uma dos confins do Rock para mostrar o que é uma actuação ao vivo. A Droga também ajuda...
23/11/2007
Buy Nothing Day - O que realmente interessa
Nem que seja apenas por um dia, vale a pena lembrar o que realmente importa e esquecer as compras daquilo que não necessitamos.
22/11/2007
Testículos famosos
ADOLPH HITLER
ELVIS PRESLEY
ALBERT EINSTEIN
PEE WEE HERMAN
THOMAS EDISON
GRACE JONES
JOHN BOBBIT
KEITH RICHARDS
HAN SOLO
BORIS KARLOFF
BILL GATES
THE BEATLES
21/11/2007
Mais uma sobre a morte
(Agostinho da Silva)
Sobre os gatos
Pensas certamente que és diferente, que és melhor, que és especial.
Ninguém te entende, ninguém consegue penetrar na densidade e complexidade do teu ser.
Olha à tua volta, milhares de milhões de outros como tu.
Uns mais longe, outros mais perto, uns mais feios, muitos, outros menos simpáticos, menos inteligentes, menos fofinhos, mas todos especiais, com a triste arrogância de perfeição.
Só uns defeitos embrulhados numas vestes de elogios: reciclagem.
És mais do que aquilo que pensas ser mas menos do que podes ser.
Ficamos sempre aquém.
Podias ser melhor, podias olhar mais vezes à volta, para trás e para a frente, podias magoar menos.
Daqui a uns anos, já sem ti, outra como tu a olhar e a não ver, outra como tu, como eu, como todos.
Lá à frente a felicidade, como o devir natural das coisas.
Para ti talvez um sítio confortável, com muito sol e algo para te divertir.
Mas, por agora, deixa-te estar aí quietinha.
Vê e aprende.
Eu bem tento ensinar-te, mas dou por mim a aprender mais do que tu.
És tu que me treinas.
Fica o conselho (mais uma forma de reciclagem):
Olha mais à tua volta, preocupa-te mais com os outros sem te despreocupares contigo.
Exijo que te preocupes contigo e que não deixes ninguém tratar-te mal, mas olha mais e aceita tudo o que de bom te dão.
Os gestos afectuosos são cada vez mais raros e há que dar-lhes o devido valor.
Sendo assim, fica aí quietinha,
Ai! Quieta!
Pois tu sabes que os gatos até a brincar magoam.
(João Freire)
21 de Novembro de 2007
Morreu Ian Smith
Figura tornada célebre por ter liderado a revolta da Rodésia contra a coroa britânica, Ian Smith morreu, hoje, aos 88 anos, numa clínica na África do sul. O ex-primeiro-ministro do país actualmente denominado Zimbabué, comandou a minoria branca que tornou independente dos britânicos este país africano, nos anos 60.
Ian Smith declarou unilateralmente a independência da Rodésia do império colonial britânico em 1965, comandando 270 mil pessoas, e liderou o país durante 14 anos, apesar de fortes sanções e criticismo internacional. Mas em 1979, fruto da pressão da guerrilha liderada pelo actual Presidente do agora chamado Zimbabué, Robert Mugabe, Smith entregou o poder à maioria negra.Contudo, o ex-primeiro-ministro continuou activo n a vida política até 1987, quando foram abolidos os lugares no Parlamento do Zimbabué atribuídos aos brancos. Assisitira ainda à expulsão dos agricultores brancos, que fizeram do país um dos principais exportadores alimentares de África.
O Zimbabué está, actualmente, isolado política e economicamente devido ao autoritarismo de Mugabe, acusado de reiterada violação dos direitos humanos. A população é das mais pobres do mundo, sobrevivendo com a ajuda de organizações humanitárias.
"Ele era racista e ensinou a política de base racial até à sua morte. Não se arrependeu e nem sequer considerou alguma vez que tenha agido mal durante o seu governo. Infelizmente, a situação no Zimbabué está como a conhecemos, é uma espécie de confirmação do que ele previu. Mas a verdade é que há muitas semelhanças desafortunadas entre Robert Mugabe e Ian Smith", disse o analista político John Makumbe, à agência Reuters.
Fonte: SIC online
Sobre a morte
(Agostinho da Silva)
"I'm a believer in Joy Division, aleluia!"
Boston Globe, Ty Burr
"You know it's a successful performance because you can't take your eyes off him."
Chicago Sun-Times, Roger Ebert
"...one of the most perceptive of rock music biopics..."
Entertainment Weekly, Owen Gleiberman
"...goes past the clichés of punk rock-god gloom to offer a snapshot of alienation that's shockingly humane."
filmcritic.com, Chris Cabin
"Altogether, Control distances itself from the fray but it also can't distinguish itself as a substantial foot forward."
Eu
"Conhecia "Love Will Tear Us Apart" e mais uma ou duas músicas. Fui ver o filme porque me convidaram e pagaram o bilhete. No cinema, vi-o como se o meu lugar ali me tivesse custado o preço do bilhete, das pipocas king size e da cola de litro e meio... e porquê? porque está bem dirigido e fotografado. Porque tem uma banda sonora lindíssima. Porque é realmente "poético e humano" e porque no final ainda conheci o Ian Curtis e os Joy Division."
20/11/2007
19/11/2007
18/11/2007
Há quanto tempo é que o Ariel Sharon está em Coma?
Ainda assim, nem Sharon, nem ninguém, imaginaria que ele estaria em coma desde a noite de 4 de janeiro de 2006. Naquele dia, o líder israelense sofreu um segundo derrame cerebral, uma semana depois de deixar o hospital onde havia sido tratado por incidente semelhante. Naquela semana, o primeiro-ministro, que havia sido instruído por seus médicos a trabalhar no máximo quatro horas por dia, ignorou as restrições que lhe haviam sido impostas e retomou seu ritmo de trabalho habitual de 18 horas diárias.
Um dos médicos responsáveis por Sharon disse ao Vanguardia que a esperança da equipe é que um milagre permita que Sharon desperte do coma e possa retornar à família e, apesar das limitações que sua enfermidade causa, reencontrar os netos. Mas o médico afirma que "isso é mais que improvável".
Uma das enfermeiras do hospital Shiba, ao qual o líder foi transferido nos últimos meses, comentou, com um suspiro: "É como se ele se negasse a morrer e se apegasse ao pouco de vida que lhe resta". No começo, os meios de comunicação israelense informavam sobre movimentos de olhos ou elevações de pressão arterial quando Sharon ouvia as vozes dos filhos, Guilad e Omri. Mas agora praticamente não são mais divulgadas informações sobre o seu estado. É como se ele fosse um morto vivo.
(Henrique Cimerman in La Vanguardia)
17/11/2007
L'amour
Un coin de rue
une enfant
elle
très belle
très blonde
Quelque part dans la ville
elle et moi
Un jardin
tranquille
un regard
une étreinte
un frisson
des yeux qui se veillent
Une larme qui coule
doucement
sur sa joue
la douceur de ses lèvres
elle et moi
Son corps
vivre sur mes caresses
nos souffles se mêlent
l'amour nous enveloppe
Le velours de sa jupe
relève
ses jambes
que mes mains découvrent
elle et moi
Ses mains dans mes cheveux
M'attirent
me griffent
excite mon désir
son désir
Ma bouche devient folle
le satin
de sa peau
elle et moi
Ses vêtements se déchirent
et libèrent sa chair
Sa voix m'appelle
je t'embrasse
je t'aime
tu es belle
ton ventre
tes seins
elle et moi
(Max Berlin)
15/11/2007
As sementes do Sudão (The Lost Boys) Uma história fenomenal
"The lost boys" foi o nome dado pelas organizações humanitárias às cerca de 30 mil crianças refugiadas da segunda guerra civil sudanesa, que começou em 1983, e que mais tarde fizeram parte de programas de adopção nos Estados Unidos da América a fim de serem acolhidos por uma família e uma sociedade que lhes providenciasse alimentação, segurança e paz. O maior desejo destas crianças, agora já adultos, é o de voltar ao seu país e cumprir a missão pela qual acham que sobreviveram: A de serem as novas sementes do Sudão. E porquê?
Durante ataques em massa do norte do Sudão ao sul, cuja autonomia havia sido providenciada pelo acordo de Addis Ababa, aproximadamente dois milhões de pessoas morreram e quatro milhões de pessoas fugiram (Este número continua a aumentar). Os homens morriam, as mulheres eram levadas para o norte e apenas as crianças, maioritariamente rapazes com menos de dez anos,conseguiam fugir aos ataques. Primeiro fugiram das aldeias, depois fugiram para as florestas, depois continuaram simplesmente a andar e a história de um grupo de que ascendeu aos 70 mil é incrível porque percorreram mais de mil e seiscentos quilómetros alcançando campos de refugiados atrás de campos de refugiados. Muitos morreram, estima-se que cerca de metade: uns de fome, outros de doenças, outros comidos por animais, outros por exaustão, afogamento, etc. Mas os que chegaram e foram salvos sentem como sua a missão de espalhar o que sabem sobre o genocídio mais bem sucedido de sempre, aquele que não foi limitado e ainda continua a florescer. Daí serem vistos pelos outros sudaneses, os que ficaram no Sudão e sofrem as consequências do conflito que gerou mais mortes desde a Segunda Guerra Mundial, como as sementes do Sudão, as sementes de um país novo, um país melhor.
(João Freire)
14/11/2007
Cena do filme "Hable con ella" de Pedro Almodovar
A dança de Pina Bausch (Masurca Fogo) e as canções de KD Lang (Ain't it funny) e Rufino de Almeida (Raquel)
12/11/2007
Gostos.
(Francois Truffaut)
11/11/2007
10/11/2007
Caos Organizado
09/11/2007
Ao menos um sinal
(Woody Allen)
Nine Inch Nails e David Bowie - Hurt
Neste blogue já devem estar umas cinco versões desta canção, mas que se lixe.
O enfraquecimento das democracias, o conflito Sócrates/Santana, o Orçamento de Estado de 2007 e as tretas
Eu vi, como todos vimos, o debate sobre o Orçamento de Estado e vi-o pelas mesmas razões que todos os outros, aqueles que o tornaram num sucesso de audiências, o viram: pelo debate entre José Sócrates e Santana Lopes – basta olhar para este enunciado para descobrirmos um dos nossos grandes problemas: tal é o estado da nossa democracia que apenas o supérfluo e o espectacular nos cativa.
O Orçamento de Estado terá sido discutido, acredito até que com elevado sentido de Estado, mas o que passou para fora e o que realmente foi o cerne do debate não foi o Orçamento de estado. O debate, por si só, nos moldes em que se encontra, não funciona, servindo apenas o Governo no número de intervenções, no direito de resposta e na duração das próprias intervenções. É fácil de ver que ninguém do Governo tem por costume responder às perguntas directamente, aliás, podemos até dizer em género de máxima que o Ministro não responde, o Ministro diz o que tem a dizer independentemente das perguntas. Isto é assim agora e tem sido assim desde sempre. Claro que estas práticas limitam a discussão séria e não adianta criticar ou exigir respostas adequadas porque há sempre uma saída em política para não responder. Mas o que tem de ser considerado intolerável é a forma como os representantes democráticos do país discutem os problemas e as soluções do país. Gostei de ver o comentário de José Sócrates à saída do debate a dizer que não se podia reduzir a discussão do Orçamento de Estado a um confronto entre dois dirigentes políticos. Tem razão, mas o que se passou no interior, mesmo por parte do senhor Primeiro-Ministro, não teve ligação às suas palavras. José Sócrates, tal como Santana Lopes, Jerónimo de Sousa, Francisco Louça ou Paulo Portas, podem ser oradores fantásticos, mas não conseguem fugir da discussão miudinha, daquela em que tentam apanhar o interlocutor numa mentira, numa incoerência que o atrapalhe que lhe dê uma vitória política. É um futebolizar da política que a todos entristece e que é visível na discussão sobre o passado, nos ataques pessoais, na fuga para a frente, na distracção das coisas importantes e é um baixar a fasquia que todos corroboram e para o qual todos contribuem com os sorrisos serôdios, com as referências populares e com os “Ó senhor Doutor”, “Ó senhor Engenheiro”, “Olhe que não” e “Tenha calma” da praxe, repetidos até à exaustão numa sobranceria sem igual.
O regime parlamentar, assim, não funciona. É um problema que vem de há muito tempo, que envolve os círculos eleitorais, o número de deputados e até a constituição e organização dos partidos, mas é um problema que tem de ser resolvido e tratado quanto antes, para não corrermos o risco de decredibilizar todo o sistema democrático. Todos nós sabemos que as verdadeiras decisões não são tomadas no hemiciclo, todos nós sabemos de antemão o que vai acontecer nas votações, porque as decisões são tomadas em blocos partidários e representam directivas partidárias, ignorando o princípio da representatividade dos deputados, restando um papel teatral ao Parlamento – claro que é redutor dizer isto, mas no limite não andará muito longe – e isto não pode acontecer, porque se perguntarmos a alguém se se sente representado no Parlamento duvido que alguém responda que sim.
Tudo isto para dizer que, tal como num dos meus livros de História – acho que o do 9º ano –, que refere a parte inicial do séc. XX como o período de enfraquecimento das democracias e o surgimento dos nacionalismos exacerbados, também agora corremos o risco de falhar como democratas, abrindo espaço às ideologias nacionalistas. Não digo que corramos o risco de ter um novo Salazar, não penso que seja o caso, mas não é um bom indicador aquilo que os senhores no café e muita gente igual a eles pensam, pois sem serem fascistas, têm uma ideia melhor de um país governado por um Regime autoritário.
O que temos a fazer é protestar, exigir até que o protesto e as manifestações sejam vistos como instrumentos democráticos de análise das vontades e recusar o autismo dos governantes. Partilhar uma ideia, seja de que forma for, não pode ser visto como um atentado ao poder e seria bom se os dirigentes, sempre que deparados com um grupo de pessoas em manifestação, exigissem um representante que falasse consigo e que, juntos, pudessem esclarecer dúvidas e medidas a tomar. Resta-me sonhar. Até lá, aposto que a abstenção vai subir a níveis nunca vistos e que a insatisfação dos portugueses a vai acompanhar, porque enquanto os políticos se preocuparem apenas com carreiras, com sucesso e solvência financeira a longo prazo e não com o bem do país ninguém os acompanhará, pois, como Abraham Lincoln disse: “Pode-se enganar todas as pessoas por algum tempo, e algumas pessoas durante todo o tempo, mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo.”
(João freire)
08/11/2007
Os Hoyts - Um silêncio transformado em grito
Mr. Hoyt: "Se não fosse pelo "peso extra", eu não teria participado"
Durante o parto, Rick sofreu danos físicos sérios resultantes do estrangulamento com o cordão umbilical. Como consequência dessas complicações, Rick perdeu a capacidade física de controlar o seu corpo e ficou confinado a uma cadeira de rodas impossibilitado de mover-se e de falar. Os médicos informaram Dick que não havia muita esperança para o seu filho. afortunadamente, as capacidades mentais de Rick não foram afectadas com os problemas do parto.
Enquanto crescia, Rick desenvolveu uma forma de comunicar com o mundo, batendo a cabeça contra um sensor de forma a identificar palavras, num processo árduo e moroso, que teve a ajuda de uma universidade local. a primeira coisa que escrevu: "go Bruins", nome da equipa local. Depois, enquanto progredia na juventude, entrando na idade adulta, as coisas começaram a mudar. O seu pai, Dick, reparou que Rick começou a exprimir um elevado grau de emoção quando o envolvia nalguma actividade física. Fosse quando batia um taco de óquei na sua cadeira de rodas, quando percorria o bairro empurrando a sua cadeira numa tentativa de imitar os seus ídolos desportivos ou quando o carregava em braços por caminhadas na natureza, as emoções de Rick mudavam visivelmente.
Foi então que um dia um amigo de família, que por acaso era corredor da maratona, convenceu Dick Hoyt a empurrar o seu filho numa cadeira de rodas na distância de uma maratona local. No intervalo de cinco curtos anos, Dick e Rick Hoyt passaram de correr em maratonas locais a competir nas mais difícil provas de triatlo do mundo. Dick e Rick completaram cada etapa do triatlo (natação, bicicleta, corrida) graças a invenções de Dick que lhes permitiam competir juntos. Dick Hoyt tinha cinquentas e muitos nesta altura. Correndo com o pai a puxar pelo filho, conseguiram acabar apenas trinta minutos atrás do vencedor!
Aproveitado para o tema "Silêncio" da "Fábrica de Letras"
07/11/2007
06/11/2007
A verdadeira amizade
FEMININA
A Sofia ia a sair do cabeleireiro e encontrou a Carla na rua.
- Olá, Sofia!!! Cortaste o cabelo?
- Cortei, que achas?
- Estás muito gira, estás 10 anos mais nova. Essas madeixas
ficam-te muito bem, está mesmo muito giro, vou fazer umas iguais!
- Ó Carla, é impressão minha ou estás mais magra?
- Sabes, fiz uma pequena dieta agora para o verão...
- Olha Sofia, querida, tenho de ir, adoro-te! Beijinhos e dá
cumprimentos ao teu namorado!
- Carla, gostei de te ver, beijinhos...
Carla sai a pensar:
Como esta gaja ficou ridícula com aquele corte de cabelo!
Será que ela não se vê ao espelho?
Sofia sai a pensar:
Esta Carla está cada vez mais gorda!
Deve estar a morrer de inveja do meu penteado.
E ainda quer fazer um igual! Ela que pense em emagrecer primeiro!
MASCULINA
O Luis ia a sair do barbeiro e encontra-se com o Pedro:
- Então Luis, seu paneleiro! Como é? Foste à tosquia?
- Não meu chulo... Fui só cortar as patilhas!
- Foda-se, que merda de corte foste fazer? Pareces um rabeta.
Acho que andas a levar com ele!....
- É... Mas a tua namorada gosta!
- Vá porta-te!...ah, manda um beijo p`ra boazona da tua irmã, ok?
- Vai-te foder, cornudo! Não tens pica para ela!
- Vá, porta-te!
Pedro sai a pensar:
Este gajo pah... Cinco estrelas!
Luis sai a pensar:
Este caralho não muda.... é um bacano!
O diário dele e dela...
Ele ficou esquisito a partir de sábado à noite. Tínhamos combinado
encontrarmo-nos num bar para beber um copo antes de jantar.
Andei às compras a tarde toda com as amigas e pensei que o seu
comportamento se devesse ao meu atraso de vinte minutos. Mas não. Nem
sequer fez qualquer comentário, como lhe é habitual.
A conversa e o sítio não estavam muito animados, por isso propus irmos a
um lugar mais íntimo para podermos conversar mais tranquilamente.
Fomos a um restaurante caro e elegante. A comida estava excelente e o
vinho era de reserva. Quando veio a conta, ele nem refilou e continuava
a portar-se de forma bastante estranha. Como se estivesse ausente.
Tentei rodar os assuntos para fazer com que se animasse mas em vão.
Comecei a pensar se seria culpa minha ou outra coisa qualquer. Quando
lhe perguntei, disse apenas que não tinha nada a ver comigo. Mas não me
deixou convencida.
No caminho para casa, já no carro, disse-lhe que o amava. Ele limitou-se
a passar o braço por cima dos meus ombros, de forma paternal e sem me
contestar. Não sei como explicar a sua atitude, porque não disse que me
queria como faz habitualmente. Simplesmente não disse nada.
Começo a ficar cada vez mais preocupada. Chegámos por fim a casa e,
nesse preciso momento, pensei que ele me queria deixar. Tentei fazer com
que falasse sobre o assunto mas ele ligou a televisão e ficou a olhá-la
com um ar distante, como que a fazer-me ver que tudo tinha terminado
entre nós. O silêncio cortado pelo filme era sufocante. Por fim, desisti
e disse-lhe que ia para a cama.
Mais ou menos dez minutos depois, ele entra no quarto e deita-se a meu
lado. Para enorme surpresa minha, correspondeu aos meus beijos e
carícias e acabámos por fazer amor. Não foi tão intenso como normal mas
ele pareceu gostar. Apesar de continuar com aquele ar distraído que
tanto me aflige.
Depois, ainda deitada na cama, resolvi que queria enfrentar a situação e
falar com ele o quanto antes. Mas ele já tinha adormecido. Comecei a
chorar e continuei a fazê-lo pela noite dentro, até adormecer quase de
manhã.
Estou desesperada, já não sei o que fazer. Estou praticamente convencida
que os seus pensamentos estão com outra. A minha vida é um autêntico
desastre!
Dele:
O Sporting perdeu com o Fátima. Ao menos a minha mulher não estava
com dor de cabeça...
03/11/2007
Os Hoyts
As he grew up, Rick developed a way of communicating by tapping his head against a sensor to spell out words-a slow and arduous process. As Rick progressed into young adulthood, things began to shift. Dad noticed that Rick began to express a heightened sense of emotion when he engaged his son in physical activity. Whether is was taping a hockey stick to his wheelchair and wheeling him around in the neighborhood in an attempt to emulate the Gallery Gods of the Boston Bruins or carrying his son in his arms on nature hikes, Rick’s emotions had visibly shifted.
Then one day, a family friend, who happened to be a marathon runner, convinced Dick Hoyt to push his son in his wheelchair for the length of a local marathon. In the span of five short years, Dick and Rick Hoyt went from running local marathons to competing in the most grueling iron man triathlons in the world. Dick and Rick completed each stage of the triathlon as dad invented ways to compete with his son. Dick Hoyt was in his late 50s at the time. While racing with his son in tow they managed to finish only 30 minutes behind the winner!
in Google
02/11/2007
Duckman e a vida
And driving. And shopping. And eating. And working. Somewhere, somehow, they're different now, none of 'am are the same, they all got chewed up and spit back out, and they don't taste like living anymore! Don't you see what it's like in this deranged Waring Blender of a world?! Every day is an agonizing ordeal, like balancing a pot of scalding water on your head while people whip your legs and butt... (smiles) You never forget your senior prom... (back to anger) YOU think I'm "sick"? Well the only disease I've got is "Modern Life," a schnutbusting gauntlet of inefficiency and misery that's one long parade of let-downs, put-downs, trickle downs, shutouts, freezeouts, sell-outs, numnuts, nincompoops and nimrods, all making every day as much fun as waxing a flaming Pontiac with your tongue, where even if you do luck into the possibility of some fleeting pleasure, like, say, if some nymphomaniac telephone operators with the muscle control of Rumanian mat-slappers agree to a little Strip Air Hockey, it'll be over before it starts 'cuz some vowel-lacking, feta-reeking cab-jockey slams his Checker up your hatchback and the cab is owned by some pinata spanker from a Santeria cult in Xoacalpa who starts shaking chicken bones at you and gives you a boil on your neck so big all it needs is Michael Jordan's autograph to make it complete, and even with all this, with ALL THIS, I still drag my sorry butt off the Sealy every morning and stick my face in the reaping machine for one more day, knowing when it's time to flash the cosmic card key at those Pearly Gates, I won't be in the coffin anyway 'cuz some underhanded undertaker sold my heart, pancreas and other assorted Good 'N' Plenty to that same Santeria cult so does anybody really wonder why anybody is hanging onto sanity by the atoms on the tips of their fingernails while Life dirty-dances on their digits, and is it really any wonder that I seem DERANGED???!!"
Pearl Jam - Crazy Mary
"Take a bottle, pass it around..." e passa mesmo! E, se virem bem, é um 'Monte Velho'