20/06/2007

Unesco inscreve dois bens portugueses na "Memória do Mundo"

O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 entre as coroas de Portugal e de Castela, e que definia a partilha do Novo Mundo entre os dois reinos, e cujo original português se encontra no Os Estados Unidos foram distinguidos pelo filme «O Feiticeiro de Oz», obra-prima de Victor Fleming produzida pela Metro-Goldwyn-Mayer. Arquivo Geral das Índias, em Sevilha, estando o castelhano também na Torre do Tombo, foi um dos inscritos no registo Memória do Mundo da Unesco, representando Portugal e Espanha. Portugal está ainda representado com o Corpo Cronológico - uma colecção que reúne mais de 80 mil documentos em papel e pergaminho datados dos séculos XV e XVI, existente na Torre do Tombo, em Lisboa. As actas do processo intentado ao líder anti-apartheid Nelson Mandela representam agora a África do Sul no registo Memória do Mundo. De destacar são ainda os arquivos do cineasta Ingmar Bergman e os da família Alfred Nobel para a Suécia, uma colecção de Música colonial dos séculos XVI/XVII para a América Latina. A França está representada pela tapeçaria de Bayeus, um fresco bordado com 70 metros, datado do século XI e que representa a conquista da Inglaterra em 1066 por Guilherme o Conquistador, duque da Normandia. Criado em 1997, o registo Memória do Mundo contava até hoje com 120 bens protegidos, entre os quais se destacam a partitura original da 9ª Sinfonia de Beethoven e a Bíblia de Gutemberg, primeiro livro impresso na Europa, bem como a primeira inscrição portuguesa nesse acervo - a carta de Pêro Vaz de Caminha. Propostas por um Comité consultivo, composto por 14 peritos internacionais, reunido este ano em Pretória (África do Sul) e validadas pela Unesco, estas inscrições no registo Memória do Mundo visam distinguir e atribuir um reconhecimento internacional de bens do património documental mundial.

in Diário Digital / Lusa

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