30/03/2010

A Mulher do Quadro


Partindo do quadro 'Automat', de E. Hopper, onde uma mulher bebe café com uma luva calçada, uma personagem ganha vida e corpo na sobreposição de várias mulheres transversais à 2ª Guerra Mundial, umas reais outras ficcionadas, de Hannah Arendt a Etty Hillesum, passando pela controversa Leni Riefenstahl.
A acção decorre nos tempos sombrios da Guerra, começa muito antes segundo a protagonista, e fala sobre a história de amor entre um homem e uma mulher.


A Mulher sempre presente em palco estabelece neste monólogo, escrito por Paulo Alexandre Lage e adaptado por Sofia Berberan, uma conversa com o seu amante onde faz as perguntas e responde por ele. Ela é judia e ele um nazi. Nada é claro, quem é a vítima e quem é o carrasco, ambos, em última análise, o foram em algum momento.
O Homem não diz uma palavra, a Mulher pergunta e responde. É deixado espaço para os vários cenários possíveis, terá, na realidade, aquela conversa alguma vez tido lugar? Estará a mulher a ensaiar o que dirá ao seu amante? Ou, procurando a sua última hipótese de redenção, terá ela imaginado aquela conversa?


Ficha Técnica:
Encenação Texto: Paulo Alexandre Lage
Adaptação: Sofia Berberan
Interpretação: Zia Soares


Em exibição no Auditório Carlos Paredes a partir de 1 de Abril ou em qualquer outro lugar numa data a combinar, pois caso haja interessados, o encenador, que por acaso conheço, demonstrou todo o interesse na descentralização da sua peça. Sendo assim, caso estejam interessados ou conheçam o Presidente da Câmara Municipal da vossa cidade, da vossa agremiação de bairro ou de qualquer outra associação, manifestem o vosso interesse, porque o encenador e todos os que trabalham com ele precisam do dinheirinho para desenvilverem mais projectos de elevado interesse cultural. Garanto-vos.

8 comentários:

Brown Eyes disse...

Deve ser interessante. Fica a proposta, quem sabe!
Beijinhos

JP disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Moyle disse...

É um belíssimo quadro. E o projecto também parece interessante.

Clara Umbra disse...

Concordo totalmente com o Moyle (o que é preocupante). E Hopper é o maior: adoro, adoro, adoro.

Agora reparo: o Moyle em registo sério? Uau!

Johnny disse...

Com o quadro concordo, Moyle, com a peça... vamos ver... nomeadamente este fim-de-semana.

Clara, é um dos meus maiores orgulhos conseguir que ele comente assim... bem... o maior não será, mas será um grande orgulho... um médio orgulho, vá... pronto, é um orgulho relativo!

Moyle disse...

wow... será que os maias tinham razão? o mundo deve estar mesmo para acabar. (estou a falar dos maias americanos e não dos maias ficcionais que "comem" a irmã há muito desaparecida)

atenção, johnny, que o orgulho precede a queda, dizem os padres. bem, se dizem os padres esquece.

Johnny disse...

Moyle, já esqueci.

Lídia Teixeira disse...

Respondi ao comentario no meu blog*