Trilho dos Três Rios - Albergaria-a-Velha
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O Trilho dos Três Rios (PR2 ALB), no concelho de Albergaria-a-Velha, é bem
capaz de ser um dos melhores percursos do país devido ao seu enquadramento
nat...
30/06/2008
29/06/2008
Onde é que está a piada?
O programa da RTP, "Os Contemporâneos", é uma porcaria.
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28/06/2008
26/06/2008
25/06/2008
Nós & os outros
24/06/2008
Um gato
Há algo que me chama para lá desta janela e eu não sei o que é
Um chamamento que eu não ouço, nem vejo… que apenas sinto.
Estes que aqui andam também não notam.
Olho-os daqui de baixo e não vejo nada.
Eles olham para mim e riem. Também não vêm nada - Sou um gato!
Vão para os seus quartos, fecham as portas e deitam-se.
Há um que me leva com ele, que me deixa ao fundo da cama, mas que também não nota.
Apenas eu olho os buracos da janela à procura desse algo, uma liberdade que não conheço, mas não encontro.
Sinto apenas a chuva, o vento e o nada.
Cá dentro o silêncio e uma força dentro de mim que me impele para o desconhecido.
(João Freire)
Um chamamento que eu não ouço, nem vejo… que apenas sinto.
Estes que aqui andam também não notam.
Olho-os daqui de baixo e não vejo nada.
Eles olham para mim e riem. Também não vêm nada - Sou um gato!
Vão para os seus quartos, fecham as portas e deitam-se.
Há um que me leva com ele, que me deixa ao fundo da cama, mas que também não nota.
Apenas eu olho os buracos da janela à procura desse algo, uma liberdade que não conheço, mas não encontro.
Sinto apenas a chuva, o vento e o nada.
Cá dentro o silêncio e uma força dentro de mim que me impele para o desconhecido.
(João Freire)
23/06/2008
22/06/2008
20/06/2008
P R E V I S Í V E L
como seria de esperar, hoje toda a gente fala de futebol, mesmo aqueles que não sabem o nome dos jogadores, opinam e alvitram sobre o jogo de ontem entre Portugal e Alemanha, em Basileia na Suíça. eu não gosto de futebol. acompanho alguns jogos da selecção por puro desporto, o que até é irónico, porque o que gosto realmente é de estar acompanhada com os amigos, ver-lhes as reacções durante o encontro e saborear com eles o prazer da vitória. ahahah, e saboreamos a derrota também, porque é nossa e isso ninguém nos tira. e assim, qualquer um dos desfechos é motivo suficiente para festejar.
Portugal perdeu, e apesar de também achar que fomos roubados pelo árbitro, que ignorou faltas atrás de faltas a favor dos alemães, não se esquecendo de apontar todas e mais algumas contra nós, a verdade é que a equipa só jogou bem nos últimos 5 minutos... é o chamado carácter "lusco-fusco" dos nossos jogadores.
há ali uns segundos em que os gajos, sentindo a pressão do final do tempo de compensação, até jogam bem e conseguem marcar o golo que era esperado logo ao início da partida, mas enfim, o que interessa é o amor.
e eu que não ia falar de futebol. eu que não quero falar de futebol quando toda a gente o está a fazer. eu que nem sequer gosto de futebol, deu-me para isto!
bah!
este texto ia ser imprevisível, descontraído e diferente. Não ia falar de Portugal, de futebol ou de bandeiras nacionais.
podia falar das 3 vernissages a que compareci depois do jogo. podia falar da falta de bebida em duas delas e da grande qualidade dos gin tónicos da segunda. que por acaso, e só por acaso era de um artista alemão.
podia falar disto tudo e ainda comentar a arte. mas como o título do post já diz tudo, fico-me pela minha previsibilidade e saio de fininho com o rabinho entre as pernas para não me armar em fingida a atirar para o melindrado.
e ps: o torneio de wimbledon está à porta e ao contrário do que aconteceu no futebol, desta vez quero que a Suíça ganhe, pelas mãos do Federer.
19/06/2008
The Offspring - Self Esteem (Live)
Anos 90... recordações... Música parva... música fixe... música para saltar... música para rir... só...
Uma batalha em Kruger
Leões, Búfalos... Até um crocodilo! Tornam este num dos melhores vídeos de sempre. As lições são várias:
A união faz a força.
Devemos lutar sempre até ao fim.
Devemos ajudar os mais fracos.
E por aí...
Retirem as lições que quiserem, mas vejam e aprendam com os animais.
Elliott Smith - I Didn't Understand
thought you'd be looking for the next in line to love then ignore
put out and put away
and so you'd soon be leaving me alone like i'm supposed to be tonight, tomorrow and everyday
there's nothing here that you'll miss
i can guarantee you this
is a cloud of smoke
trying to occupy space
what a fucking joke
what a fucking joke
i waited for a bus to separate the both of us and take me off far away from you
'cos my feelings never change a bit i always feel like shit
i don't know why i guess that i "just do"
you once talked to me about love and you painted pictures of a never-neverland
and i could've gone to that place
but i didn't understand
i didn't understand
i didn't understand
elliott smith
12/06/2008
É tempo de apaparicar-me
Não sou gaja de muita manutenção. Mas é claro que gosto de sair de casa fresca, limpa e cuidada.
É raro usar maquilhagem, grandes penteados ou saltos altos.
Roupas caras com brilhantes ou colares de pérolas, anéis ou brincos é para esquecer.
Sou "low profile" mas tenho bom gosto.
Sou de "trato fácil" e gosto de coisas simples, como ficar em casa a ver filmes ao serão ou a jogar ou por outro lado, sair à noite e ser convidada para ver a Orquestra Filarmónica de Berlim na Staatsoper alemã, depois de ter comido na Mcdonald's de Potsdamer Platz.
Acredito nos cremes hidratantes, super-hidratantes e gordos, apesar de ter a sorte de ter nascido com uma pele fantástica que só no verão pede uma hidratação mais prolongada e duradoura.
Uso champô para cabelos normais, mas escolho sempre um amaciador bom, que uso moderadamente.
Não sou nenhuma fashion victim, e até detesto ir às compras, mas quando o faço tenho o vício de comprar casacos e malas nos saldos e lojas baratas, que me vão enchendo o roupeiro.
Gosto de duches rápidos mas também de banhos demorados, e uso esfoliantes, máscaras de beleza e sais de banho de vez em quando.
Gosto da minha Silk.Épil - SoftPerfection da Braun que me deixa a pele macia e bonita mas uso também cremes Veet e Gilletes.
Nem sempre perco muito tempo comigo, mas quando o faço como hoje, imagino-me num verdadeiro spa e isso relaxa-me e sabe-me bem.
E viva o verão!
É raro usar maquilhagem, grandes penteados ou saltos altos.
Roupas caras com brilhantes ou colares de pérolas, anéis ou brincos é para esquecer.
Sou "low profile" mas tenho bom gosto.
Sou de "trato fácil" e gosto de coisas simples, como ficar em casa a ver filmes ao serão ou a jogar ou por outro lado, sair à noite e ser convidada para ver a Orquestra Filarmónica de Berlim na Staatsoper alemã, depois de ter comido na Mcdonald's de Potsdamer Platz.
Acredito nos cremes hidratantes, super-hidratantes e gordos, apesar de ter a sorte de ter nascido com uma pele fantástica que só no verão pede uma hidratação mais prolongada e duradoura.
Uso champô para cabelos normais, mas escolho sempre um amaciador bom, que uso moderadamente.
Não sou nenhuma fashion victim, e até detesto ir às compras, mas quando o faço tenho o vício de comprar casacos e malas nos saldos e lojas baratas, que me vão enchendo o roupeiro.
Gosto de duches rápidos mas também de banhos demorados, e uso esfoliantes, máscaras de beleza e sais de banho de vez em quando.
Gosto da minha Silk.Épil - SoftPerfection da Braun que me deixa a pele macia e bonita mas uso também cremes Veet e Gilletes.
Nem sempre perco muito tempo comigo, mas quando o faço como hoje, imagino-me num verdadeiro spa e isso relaxa-me e sabe-me bem.
E viva o verão!
ps: só o desenho da cara e do cabelo é que é da minha autoria.
10/06/2008
No dia de Portugal
Há qualquer coisa que nos une, qualquer coisa que é só nossa no bem e no mal, e que reonhecemeos em todo o lado.
Somos gente da mesma terra.
Halo ou, como é que nunca falei disto!
Esta "mulher" azul, que na imagem tem a minha fronha, é a Inteligência Artificial que dá pelo nome de Cortana, por vezes em forma de holograma, que faz parte integrante do jogo da Microsoft, Halo. É uma das personagens que ajuda o Master Chief (o herói) nos seus combates entre raças alienígenas.
Confesso que tenho vários vícios, um deles, é o do jogo. E dentro deste, encontra-se o supra sumo que já me dura há vários anos, (primeiro na xbox e agora no pc) e que é o "Halo: Combat Evolved" versão multiplayer online. (A versão Campaign em single player prefiro ver jogar.)
Nele sou a barbarella. Vestida como todos os outros jogadores, mas de rosa.
Nele sou, muitas das vezes uma sniper perfeccionista, outras uma "professional flag retriever"(expressão roubada ao biohazard) e quase sempre, uma esforçada atiradora de granadas kamikaze.
Adoro as caçadeiras e os "melees". Conduzo os hogs (carros) com a perícia de um condutor de pesados (ehehe) e como seria de esperar, procuro melhorar em cada jogo, todas as técnicas usadas. Às vezes consigo ser uma exibicionista do caraças!
Sim... é exactamente isto tudo que me acontece ao jogar Halo Multiplayer. Mas também é outras coisas. É, por exemplo, descontrair e passar um bom bocado. É saber que existem "mods" e fraudes do género que permitem ser-se o melhor, mas optar pelo "fair play" e ser a melhor mesmo assim. É jogar em equipa e sentir o "trabalho" de todos. É ver pessoal novo que ainda não sabe disparar a direito (o que é realmente engraçado) e sentir, ao mesmo tempo, carinho e compaixão. Mas é principalmente, perder a consciência, pelo menos durante o tempo do jogo, da merda de mundo em que vivo, para descobrir a merda do jogo que estou a fazer.
Vivam os jogos em moderação, excelentes anestésicos para o mal humano! VIVAM!
.
Confesso que tenho vários vícios, um deles, é o do jogo. E dentro deste, encontra-se o supra sumo que já me dura há vários anos, (primeiro na xbox e agora no pc) e que é o "Halo: Combat Evolved" versão multiplayer online. (A versão Campaign em single player prefiro ver jogar.)
Nele sou a barbarella. Vestida como todos os outros jogadores, mas de rosa.
Nele sou, muitas das vezes uma sniper perfeccionista, outras uma "professional flag retriever"(expressão roubada ao biohazard) e quase sempre, uma esforçada atiradora de granadas kamikaze.
Adoro as caçadeiras e os "melees". Conduzo os hogs (carros) com a perícia de um condutor de pesados (ehehe) e como seria de esperar, procuro melhorar em cada jogo, todas as técnicas usadas. Às vezes consigo ser uma exibicionista do caraças!
- vício
- do Lat. vitiu
- s. m.,
- hábito de proceder mal;
- hábito de proceder mal;
- costume censurável ou condenável;
- costume censurável ou condenável;
- costumeira;
- costumeira;
- hábito prejudicial;
- hábito prejudicial;
- libertinagem;
- libertinagem;
- defeito;
- defeito;
- acção indecorosa que se pratica por hábito;
- acção indecorosa que se pratica por hábito;
- viciação;
- viciação;
- erro;
- erro;
- dolo.
Sim... é exactamente isto tudo que me acontece ao jogar Halo Multiplayer. Mas também é outras coisas. É, por exemplo, descontrair e passar um bom bocado. É saber que existem "mods" e fraudes do género que permitem ser-se o melhor, mas optar pelo "fair play" e ser a melhor mesmo assim. É jogar em equipa e sentir o "trabalho" de todos. É ver pessoal novo que ainda não sabe disparar a direito (o que é realmente engraçado) e sentir, ao mesmo tempo, carinho e compaixão. Mas é principalmente, perder a consciência, pelo menos durante o tempo do jogo, da merda de mundo em que vivo, para descobrir a merda do jogo que estou a fazer.
Vivam os jogos em moderação, excelentes anestésicos para o mal humano! VIVAM!
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09/06/2008
sensível ou extremamente sensível?
estou lixada, e isto para não dizer um sinónimo bem mais forte.
há pessoas que por serem bichos do mato, enormes aves de rapina... ex-predadores diurnos que agora se escondem da luz e vivem numa outra selva, ou ex-pessoas que perderam o tacto e com ele o senso crítico, mas que mantêm a mania de o fazer, deitando abaixo muros sentimentais e intelectuais para continuarem a sua arrogância em tom de sarcasmo e com a qual sobrevivem quando nada mais lhes enche o bucho, não conhecem o significado da expressão "reforço positivo".
confesso que desde pequena sei o que isso é, apesar de só há relativamente pouco tempo ter conhecimento da expressão. acredito que a maior parte das pessoas com quem me dou, também saiba o que isso é. e tal como eu, o usa para estimulação comportamental, quer própria, quer de outrem.
mas, consigo também perceber que haja pessoas que, mesmo sabendo o que isso significa, não lhe dão uso porque não o sabem fazer. porque talvez, por outro lado, foram ensinadas a construir a sua personalidade com base no adverso.
acredito que o reforço positivo faz parte integrante da minha educação. completa-me, evidentemente, positivamente. mas ou mesmo tempo, acho que me retira a faculdade de perceber que nem sempre existe uma recompensa ou estímulo por detrás de uma crítica, e por mais que tente perceber se é por isso que me sinto apática ou pouco substancial numa discussão, não consigo chegar a uma conclusão satisfatória.
(fdx! quando era mais nova desenhava a lápis de cor nas paredes de casa e o que os meus pais faziam era aplaudir o meu trabalho e mostrá-lo depois, aos familiares e amigos!) - e isto é lindo!
estou lixada sim, e isto porque apesar de o perceber, não aceito, porque não lido bem com qualquer reforço negativo, que não é mais do que uma condenação desprovida de emoção. qualquer coisa que, de tão demasiadamente autoritária e correctiva, me coloca numa situação de tremenda fragilidade e susceptibilidade.
falamos em inglês porque ele é irlandês. e ontem apontou que eu não aceito bem a crítica. ao que eu lhe disse: "there's criticism and criticism, and then there's also sarcasm". e eu sei que ele não me estava nem a criticar, nem a criticar!
há pessoas que por serem bichos do mato, enormes aves de rapina... ex-predadores diurnos que agora se escondem da luz e vivem numa outra selva, ou ex-pessoas que perderam o tacto e com ele o senso crítico, mas que mantêm a mania de o fazer, deitando abaixo muros sentimentais e intelectuais para continuarem a sua arrogância em tom de sarcasmo e com a qual sobrevivem quando nada mais lhes enche o bucho, não conhecem o significado da expressão "reforço positivo".
confesso que desde pequena sei o que isso é, apesar de só há relativamente pouco tempo ter conhecimento da expressão. acredito que a maior parte das pessoas com quem me dou, também saiba o que isso é. e tal como eu, o usa para estimulação comportamental, quer própria, quer de outrem.
mas, consigo também perceber que haja pessoas que, mesmo sabendo o que isso significa, não lhe dão uso porque não o sabem fazer. porque talvez, por outro lado, foram ensinadas a construir a sua personalidade com base no adverso.
acredito que o reforço positivo faz parte integrante da minha educação. completa-me, evidentemente, positivamente. mas ou mesmo tempo, acho que me retira a faculdade de perceber que nem sempre existe uma recompensa ou estímulo por detrás de uma crítica, e por mais que tente perceber se é por isso que me sinto apática ou pouco substancial numa discussão, não consigo chegar a uma conclusão satisfatória.
(fdx! quando era mais nova desenhava a lápis de cor nas paredes de casa e o que os meus pais faziam era aplaudir o meu trabalho e mostrá-lo depois, aos familiares e amigos!) - e isto é lindo!
estou lixada sim, e isto porque apesar de o perceber, não aceito, porque não lido bem com qualquer reforço negativo, que não é mais do que uma condenação desprovida de emoção. qualquer coisa que, de tão demasiadamente autoritária e correctiva, me coloca numa situação de tremenda fragilidade e susceptibilidade.
falamos em inglês porque ele é irlandês. e ontem apontou que eu não aceito bem a crítica. ao que eu lhe disse: "there's criticism and criticism, and then there's also sarcasm". e eu sei que ele não me estava nem a criticar, nem a criticar!
disse-me ainda que não é a barreira da língua que se interpõe no meu caminho para uma boa argumentação/explicação, logo, também deveria ser capaz de distinguir uma crítica de uma gozação. devendo, por isso, aceitar a sua que, como ele explicou, não foi mais que directa, exacta e sincera.
mas ok, se realmente não é a língua que barra o caminho à fluidez de um discurso sincero, correcto e primeiro que tudo, directo e sentido, (e apesar de não perceber português) o resto da minha altercação foi escrita na língua de camões, e ele que se lixe!
mas ok, se realmente não é a língua que barra o caminho à fluidez de um discurso sincero, correcto e primeiro que tudo, directo e sentido, (e apesar de não perceber português) o resto da minha altercação foi escrita na língua de camões, e ele que se lixe!
07/06/2008
A insanidade
Não percebi muito bem quando disseram que tinha caído. Acho que nem foi quando disseram que tinha gritado e caído. Terá sido mais ou menos quando a vi através da janela e me disseram que tinha gritado e caído devido a uma formiga na sua perna*. Claro que também achei alguma piada ao relato colorido que uma colega fizera dela, pois ninguém consegue passar além do gozo fácil na reacção ao caricato. Senti-me mal.
As suas atitudes denunciavam-na. As suas atitudes denunciavam-na, mas ninguém via.
Fiquei encarregue de a levar a casa, pois ela não achava/mostrava condições para continuar a trabalhar. As mãos na cabeça, como que a segurar o remoinho de confusão que era a sua mente, indicavam-me que havia algo mais. Durante a viagem disse que se enervou apenas, primeiro com uma alteração no método de trabalho, depois com uma confusão nas tarefas, e que “quando as coisas começam mal pela manhã já não melhoram durante o resto do dia”. Parecia que estava a sofrer com o nervosismo que a impedia de falar num tom de conversa normal. Não obstante a inteligência e afabilidade que demonstrava, falava anormalmente alto, incomodando-se e reagindo às suas próprias palavras, combatendo-se, respondendo, por exemplo, que ainda vivia com os pais, repetindo a informação bruscamente como se estivesse a condenar-se a si própria por isso, quando eu apenas lhe perguntara se ainda vivia com os pais para lhe perguntar depois pelo seu pai, que eu conhecia.
E eu começava a ver.
A mulher estava desesperada e ninguém poderia fazer alguma coisa naquela altura para a ajudar. Martelava as palavras da mesma forma que o seu cérebro a martelava a ela.
Há algo de assustador na insanidade, na perda de controlo. Depressões, esgotamentos, paranóia, tudo consequências de uma certa forma de vida que conhecemos. Não há culpados, apenas sofrimento.
Como será ter a consciência – porque deve haver uma fronteira ténue entre a sanidade e insanidade total – de que estamos a ficar malucos? Nada me entristece mais do que ver alguém sofrer, mais que não seja por me fazer pensar no grande ‘se’: e se fosse eu?
Lembro-me daquela rapariga como uma recordação do que me assusta, como a prova da fragilidade humana que também é minha e ouço as suas palavras envergonhadas e tristes ao sair do carro: “peço desculpa por aquela situação, mas há coisas que estão fora do nosso controlo e não podemos fazer nada por isso.” Depois, lembro-me de a ver sair, encolhendo os ombros num sorriso envergonhado, levantando ao mesmo tempo as sobrancelhas enquanto fechava a porta e virava costas a mais um dia de sofrimento.
* Na minha cabeça começaram a aparecer diferentes tipos de fobia e não parei enquanto não descobri o nome da fobia de formigas. Mirmecofobia é o seu nome.
(João Freire)
As suas atitudes denunciavam-na. As suas atitudes denunciavam-na, mas ninguém via.
Fiquei encarregue de a levar a casa, pois ela não achava/mostrava condições para continuar a trabalhar. As mãos na cabeça, como que a segurar o remoinho de confusão que era a sua mente, indicavam-me que havia algo mais. Durante a viagem disse que se enervou apenas, primeiro com uma alteração no método de trabalho, depois com uma confusão nas tarefas, e que “quando as coisas começam mal pela manhã já não melhoram durante o resto do dia”. Parecia que estava a sofrer com o nervosismo que a impedia de falar num tom de conversa normal. Não obstante a inteligência e afabilidade que demonstrava, falava anormalmente alto, incomodando-se e reagindo às suas próprias palavras, combatendo-se, respondendo, por exemplo, que ainda vivia com os pais, repetindo a informação bruscamente como se estivesse a condenar-se a si própria por isso, quando eu apenas lhe perguntara se ainda vivia com os pais para lhe perguntar depois pelo seu pai, que eu conhecia.
E eu começava a ver.
A mulher estava desesperada e ninguém poderia fazer alguma coisa naquela altura para a ajudar. Martelava as palavras da mesma forma que o seu cérebro a martelava a ela.
Há algo de assustador na insanidade, na perda de controlo. Depressões, esgotamentos, paranóia, tudo consequências de uma certa forma de vida que conhecemos. Não há culpados, apenas sofrimento.
Como será ter a consciência – porque deve haver uma fronteira ténue entre a sanidade e insanidade total – de que estamos a ficar malucos? Nada me entristece mais do que ver alguém sofrer, mais que não seja por me fazer pensar no grande ‘se’: e se fosse eu?
Lembro-me daquela rapariga como uma recordação do que me assusta, como a prova da fragilidade humana que também é minha e ouço as suas palavras envergonhadas e tristes ao sair do carro: “peço desculpa por aquela situação, mas há coisas que estão fora do nosso controlo e não podemos fazer nada por isso.” Depois, lembro-me de a ver sair, encolhendo os ombros num sorriso envergonhado, levantando ao mesmo tempo as sobrancelhas enquanto fechava a porta e virava costas a mais um dia de sofrimento.
* Na minha cabeça começaram a aparecer diferentes tipos de fobia e não parei enquanto não descobri o nome da fobia de formigas. Mirmecofobia é o seu nome.
(João Freire)
02/06/2008
01/06/2008
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