Palavras, sons e imagens… sentidos! Tudo o que é preciso. Uma pletora de sensações. Músculos, veias, a pele a latejar, o toque, que tanta falta faz, o contacto forçado, a trepidação e a velocidade. Uma raiva crescente que desagua na paixão como um grito animalesco que se harmoniza em música. Sinto o cheiro de um perfume de infância e o gosto de algo do passado que ainda consigo saborear. Há folhas em branco onde nem escrevo o que não digo e apenas um nome na parede, há o castanho nos olhos, não meus, que reflectem a imagem de uma pessoa que não sou eu e nada mais. O que é isto de sentir, esta consciência que temos de nós e do que nos rodeia? Sentir é viver, receber sem questionar, apenas e só… sem preocupações, volume no máximo, a vida como deve ser.
(João Freire)
Incubus - The warmth
Recordado para o tema "Paixão" num desafio da "Fábrica de Letras"
15/02/2008
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14 comentários:
De facto a vida deveria ser vivda com o volume no máximo e não compreendo como há pessoas que se recusam a vivê-la dessa maneira... Temos que as compreender :)
Devem ter ouvidos sensíveis...
(ouvi pela primeira vez a palavra "pletora" no filme "the 3 amigos")
sobre a vida ser vivida com o volume no máximo, sei o que queres dizer. Sinto o mesmo.
Mas fiquei a pensar nisso ainda mais quando debati este mesmo assunto com um amigo meu, há recentemente pouco tempo.
Disse-me ele que tinha ido ao médico, e que este lhe explicou que a vida é como uma torneira ligada a um depósito.
Se a abrirmos toda a água sai de uma só vez. Se a abrirmos lentamente, o fluxo da mesma, apesar de inconstante, mantem-se por mais tempo...
gira analogia.
É bastante redutor, ainda mais vindo de um médico, comparar o corpo-humano a um depósito de água. Cada um que fale por si. Aliás, é com base nestas comparações que funcionam, ou melhor, não funcionam as dietas dos líquidos e das verduras. Na realidade, o corpo humano é mais complexo do que isso, o corpo-humano é, por assim dizer, capaz de produzir a sua própira água. De resto, é apenas a eterna questão da vida curta, mas boa, ou longa, mas ménos boa.
P.S. - Uma vida com o volume no máximo não dispensa um estilo de vida saudável. Ver literatura inclusa. Qualquer dúvida ou reacção obriga a consulta de um especialista.
Para outra visão da questão, visitar o post "Conversa de supermercado" no Blogue Olhares indiscretos que está nos links.
Viver a vida...viver com! Não é facil...mas apenas aponto o dedo aos que nao tentam, aos que desistem, aos que vivem uma farsa e nao acabam com ela...e principalmente aos que simplesmente nao deixam viver os outros! Uma vida que é plenamente vivida, nao significa felicidade...mas sim lutas constante que poderão proporcionar momentos de felicidade!
Viver...que remedio...mas viver intensamente...so mesmo para quem o tenta!
By FasHion!
Nossa, amei!!!
EXATAMENTE COMO PENSO QUE A VIDA DEVE SER: HOJE , AGORA, NESTE MILÉSIMO DE SEGUNDO. Não importa se virá o segundo encontro. Importa é viver INTENSAMENTE, sem deixar derramar uma única gota, ESTE momento AGORA.
BJS!!!! Parabéns! Ótimo texto!!!
Sentir é VIVER! Sim... a vida sentido e com todos os sentidos
"...receber sem questionar, apenas e só..."
Naaaaaah,tu não és desses.
:)
Johnny...
primeiro, preciso reunir as palavras, pois algumas já têm um certo tempo... só precisavam de úma vaga no quadrado do meu dia.
Há as palavras de agradecimento: lembro-me de que já andaste a passear olhos no meu blog. E me elogiaste alguns textos, inclusive o modo como escrevi "Janela para vazios". Na verdade, a literatura é feita de grandes leitores; só estes podem lhe atestar profundidade, garantir posterioridade. Faço questão de tê-lo como visitante sempre; para que avancemos nesso nosso ofício.
Há as palavras que partilham pensamentos...
Outro dia estive a ler "Mulheres em alta manutenção", e me deparei com aquele estardalhaço a respeito do que escreveste. Digo-te que entendi perfeitamente o propósito do texto, e que não o vi "depreciar" as mulheres... acredito que todos nós deveríamos sempre que possível passar por uma boa manutenção. Gostei daquele texto.
E há as palavras sobre "Escrever à tarde"...
Não é fácil dividir nossos sentidos com as coisas de fora e as coisas de dentro.
No meu caso, às vezes me refugio em minha poesia, e fico horas sem pôr a cara do lado de fora.
"Poetar" é realmente descrever desvios, é fazer da tarde algo mais que semáforos e temperatura.
Hoje sou adepto do "volume máximo", pois já me cansei das "medidas certas" do bom senso.
Ótimo texto.
Abração
Ricardo.
Lou, muito obrigado. Fico sempre contente quando levo alguém a dizer "nossa, amei" :)
Por acaso, Mz, já houve situações em que me avisaram disso, daí eu ter escrito isso.
Curvas da Palavra, eu também tenho seguido o seu blogue e não comento mais às vezes porque acho que não tenho nada de jeito para dizer ou já disseram tudo... ou também porque posso não gostar :) mas é mais pela primeira razão, ainda agora aconteceu com o texto da senhora e da oportunidade perdida em que... vês... não sai nada, mas está bom, muito bom e é difícil comentar só por comentar.
Por exemplo, gostava de comentar como aqui comentou.
Obrigado.
Concordo contigo.
Ninguém deve se sentir "obrigado" a comentar... assim estaríamos entrando no terreno das burucracias e leis. Seria terrível.
Por outro lado, quem estava "devendo" uma visita era eu.
Sejamos livres para ir e dizer o que queremos, e da maneira que nos convém, mesmo que sendo "calando".
Abraço.
Ricardo.
Precisamente.
Abraço.
Toda a gente dá conselhos, toda a gente dá conselhos...
"Os conselhos são uma forma de nostalgia, uma forma de ir pescar ao lixo, limpar o que está sujo, pintar sobre as partes feias e aproveitá-lo para mais do que vale.
Tem cuiado com os conselhos, mas sê paciente com quem tos dá."
Isto é de uma canção de Baz Lurhman, a do protector solar... e eu concordo com esse conselho que nos é dado na canção.
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