27/08/2009

A dança da vida



Dançam de forma perfeita. Enleados, quase indistintos, entendem-se, conversam e são cordiais.
É essa a dança!
(Ninguém valoriza um obrigado, um se faz favor ou até um com licença numa relação a dois)
Tenho de ser melhor, deixar de invejá-los naquela dança, não pelas pessoas – eu não invejo pessoas –, mas sim pelo que elas têm: a dança. Eu invejo a dança deles e sinto que tenho de melhorar.
(Talvez um tango ou uma valsa)
Ouço uma música, mas não é convidativa… ainda não.
Tenho de melhorar! Quero aprender...
(a dançar!)
E aqueço-me nesta esperança, o combustível perfeito, na consciência dos meus defeitos, como se de um caminho se tratasse.
Percorro-o e espero chegar.


(João Freire)

11 comentários:

Por entre o luar disse...

Mesmo ainda te faltando muitooo para lá cheGar, não percas a esperança, e muito importante o combustivel =)

beijo*

Johnny disse...

É gasóleo: TDI

Quem disse que aquilo é sobre mim?

Por entre o luar disse...

Há desejos intimos que se percebem logo... vá admite que gostavas de saber dançar =)

lol
*

Johnny disse...

Essa é a prova máxima, pois eu sou um dançarino exímio.

Por entre o luar disse...

imaginoooo...cuidado com ele;)

ipsis verbis disse...

Bonitos. Tanto a pintura de Munch, como o teu texto, que a completa.

Clara Umbra disse...

É um belíssimo quadro, mas - permite-me discordar - não dançam de forma perfeita, invejável.

O par em primeiro plano quase estático, sem comoção; nos restantes pares, demasiada emoção e os elementos masculinos quase abalroam os femininos (parece que beberam demais)...

As figuras femininas sozinhas, muito interessantes; em contraponto: a doçura e disponibilidade da da esquerda e a amargura e contenção da da direita...

"É a dança da vida, escolham os vossos lugares, senhores, está prestes a começar"... mas qual daqueles lugares (apetece) tomar?

Johnny disse...

Eu permito que toda a gente discorde, mas, como tenho um feitio irascível, teimo na minha análise.

Senão, vejamos:

O vestido dela ondula sobre a parte inferior do corpo do homem, o que me indica movimento, mas não é um movimento como o dos outros pares (talvez bêbados, como tu dizes).

Depois, olham-se nos olhos, algo que indica respeito e proximidade... sugerindo a tal boa educação de que falo e não o deboche dos outros casais. Não são espatafúrdios na sua demonstração de afecto, mas são eficazes.

Uma das que rodeiam o par, olha com inveja e tristeza (a de preto), porque provavelmente gostava de ser ela a dançar assim, a destoar sem fazer muito por isso, a outra... não sei. Mas ambas, também como dizes, disponíveis, escolheriam a sobriedade daquele para em detrimento dos outros.

É o bom da pintura... cada pessoa, um quadro!

Johnny disse...

Ipsis, Obrigado e as melhoras.

ipsis verbis disse...

Ahhh, mas se formos pela análise do quadro, (como o próprio nome fala na vida) digo que ambas as mulheres (a de branco e a de negro) são a mulher de vermelho. A de branco, mais nova, pura e virgem e a de negro, mais velha, talvez já viúva (ou talvez até reflicta a própria morte dela). Enquanto que a de vermelho (vermelho=sangue=vida)dança nos seus anos áureos... mas é verdade quando dizes "cada pessoa, um quadro", cada um vê o que quer. :)

Já estou fina. danke.

Johnny disse...

Pensava que era o do Spot que estava doente, mas olha... também deu.

Realmente, a tua análise também faz sentido... e, pegando nela (na tua análise), nada mais adequado do que, num quadro com o nome "dança da vida", ele estar a dançar com a morte!!!!!!

... note-se na cara verde e negra.